O vírus da incompetência


Yuri Cortez/AFP
Yuri Cortez/AFP
La Grande Motte (França) – Já escrevi aqui muitas vezes mas não custa repetir: decisão em pênalti não é loteria.
É competência.
Competência que mais uma vez nos faltou, com duas cobranças ridículas de Everton Ribeiro e Douglas Costa.
Se pênalti fosse loteria, não seria preciso treinar, não é mesmo?
Se pênalti fosse loteria, era melhor partir logo para o cara-ou-coroa.
Em matéria de competência,  que tal perguntar por que, pela segunda vez em poucos meses, Thiago Silva dá uma cortada de voleibol dentro da área?
Pior é dizer depois que não se lembra do que fez.
Há muito tempo Carlos Alberto Parreira disse que Thiago Silva “é o melhor zagueiro do mundo”, mas, francamente, tenho acompanhado sua carreira e estou cansado de vê-lo cometer erros absolutamente inexplicáveis, revezando-os, é certo, com jogadas de qualidade.
Sua declaração de que não se lembra do pênalti absurdo que cometeu agora contra o Paraguai, somada ao absoluto colapso nervoso daquela partida contra o Chile na Copa do Mundo, talvez seja sinal de que ele sofra de panes mentais em alguns momentos dentro de campo.
(Lembro ainda o cartão amarelo totalmente desnecessário de Thiago Silva, seu segundo, contra a Colômbia, tirando-o da partida com a Alemanha, na Copa do Mundo. Outro “lapso mental”.)
Segundo o técnico Dunga, nossos jogadores foram prejudicados por uma virose que sofreram durante a semana.
Se foram mesmo acometidos de uma virose, a notícia deveria ter sido dada durante a semana.
Não depois do jogo, quando soa como desculpa de mau perdedor.
Agora vamos partir para as eliminatórias da Copa do Mundo, com uma Seleção que não inspira confiança.
Ela é o reflexo do futebol brasileiro, que parou no tempo.
Parou como nossos técnicos pararam, a exemplo do já citado Carlos Alberto Parreira que, há coisa de dias, saiu de seu merecido ostracismo para dizer  que éramos favoritos para ganhar a Copa América.
O mais recente fracasso da Seleção é outro sinal de que precisamos mudar nossa estrutura e o primeiro passo é a aprovação da Medida Provisória, que poderá colocar nossos clubes e nosso futebol a caminho de uma recuperação.
Outra medida necessária é criar uma Liga, que organize os campeonatos de clubes, como acontece na Europa, deixando a CBF encarregada apenas da Seleção.
E olhem que, para a CBF que temos, já é uma tarefa gigantesca.
Quando nos reencontrarmos para as eliminatórias, espero que Dunga não dê mais a Neymar a braçadeira de capitão.
Neymar mostrou durante sua brevíssima e inglória passagem pela Copa América, com um acesso de estrelismo, que não a honra nem a merece.
Faço votos para a recuperação de nosso futebol, mas o único vírus que nos ataca no momento é o da incompetência.

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