Gravações indicam que Grondona roubou Santos de Pelé e escolheu Amarilla para apitar Corinthians x Boca

Julio Grondona, chefão do futebol argentino por 35 anos, morto em 2014© Getty Julio Grondona, chefão do futebol argentino por 35 anos, morto em 2014
Semanas depois das prisões de dirigentes da Fifa e os casos de corrupção virem à tona, outro escândalo pode se tornar público no mundo do futebol. A emissora de televisão argentina América revelou gravações neste domingo que sugerem irregularidades em diferentes episódios. Quase todos os áudios envolvem Julio Grondona, ex-presidente da Federação Argentina de Futebol e que morreu em 2014 aos 82 anos. 

Uma das polêmicas conversas aconteceu em 17 de maio de 2013, dois dias depois do Corinthians perder do Boca Juniors e ser eliminado nas oitavas de final da Libertadores, em uma partida muito contestada por parte da arbitragem do paraguaio Carlos Amarilla, que cometeu erros contra a equipe brasileira.
No diálogo de Grondona com Abel Gnecco, diretor da Escola de Árbitros da AFA e representante da AFA no Comitê de Arbitragem da Conmebol, os dois cartolas caem na risada ao falar da atuação de Amarilla no jogo entre Boca e Corinthians e também dão a entender que foram eles quem aconselharam a presença do árbitro na partida. "O reforço mais importante do Boca no último ano foi Amarilla", disse Grondona.
Na sequência, eles elegeram a dedo os árbitros do duelo entre Boca e Newell's, nas quartas de final da Libertadores de 2013. Os escolhidos foram Mauro Vigliano e Germán Delfino, ambos da Argentina.

O mais chocante, porém, está no final da conversa, quando falam sobre "tomar cuidado" com os bandeirinhas.
Nesta hora, Gnecco diz: "Julio, isso eu aprendi com você há mais ou menos quarenta anos". Na sequência, Grondona completa: "Em 1964, quando jogamos com o Santos, eu bati o (árbitro) Leo Horn, que era holandês, com os dois bandeirinhas". Os dois deram risada e concordaram
Em 1964, Grondona era o presidente do Independiente, que enfrentou o Santos, de Pelé, nas semifinais da Libertadores daquele ano. Depois de um 3 a 2 para os argentinos no Brasil, a segunda partida voltou a ser vencida pelo Independiente, desta vez por 2 a 1, com dois gols supostamente impedidos.
O clube de Grondona avançou para a final, bateu o Nacional, do Uruguai, e sagrou-se campeão da Libertadores pela primeira vez na sua história. A equipe é a maior vencedora do torneio com sete conquistas.
Em outras gravações, Grondona aparece falando com seu contador pessoal, Claudio Espósito, sobre como fugir do imposto de renda. Ele não quer pagar as taxas sobre subsídios recebidos da Fifa - se mostra preocupado que a declaração possa resultar em uma investigação em cima de Roberto Petti, proprietário da Rotamund, agência que opera com a AFA.
Além de questões financeiras, outros trechos sugerem que Grondona também apontava quais clubes ele gostaria de ver recebendo benefícios nas divisões inferiores da liga argentina. O então dirigente sugere favorecer o Estudiantes de San Luis, que jogava na quarta divisão à época, em conversa em junho de 2013 com Gustavo Ceresa, então presidente do Conselho Federal de Futebol. O Estudiantes subiu para a segunda divisão em dois anos.

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