São Paulo abre três gols e leva susto, mas faz 4 a 2 no Emelec
O São Paulo abriu vantagem interessante sobre o Emelec na disputa por uma das vagas na semifinal da Copa Sul-americana, mas poderia ter deixado o Morumbi em melhores condições, na noite desta quinta-feira. Após balançar a rede três vezes no primeiro tempo, a equipe brasileira voltou mal e permitiu que o campeão equatoriano reagisse na segunda etapa. Um quarto gol, porém, devolveu um pouco de tranquilidade e fechou em 4 a 2 o placar.
Apesar de o resultado parecer confortável, o São Paulo não poderá perder por dois gols de diferença em Guaiaquil, na próxima semana, se também não vazar ao menos duas vezes o adversário. De qualquer forma, um empate ou uma derrota simples ainda será suficiente para garantir a classificação na competição.
Um dos motivos que justificaram a queda de rendimento foi a alteração que Muricy Ramalho fez no intervalo, ao sacar o meia Maicon (pendurado com cartão amarelo) para dar lugar a Antônio Carlos, zagueiro que não tem tido boas atuações depois que ficou longo período inativo por lesão. Com Paulo Miranda deslocado à lateral direita e Hudson no meio-campo, o São Paulo atraiu o campeão equatoriano e, com uma defesa desentrosada, perdeu-se em campo.
Os gols marcados pelo meia Michel Bastos, o lateral direito improvisado Hudson e o atacante Alan Kardec na primeira etapa passaram impressão de uma goleada no Morumbi e confiança para o treinador mexer. Com Bolaños e Mena, no entanto, o Emelec reagiu rapidamente e quase empatou. Só que Antônio Carlos se redimiu da atuação atrapalhada na defesa e, de cabeça, marcou o quarto gol, que devolveu tranquilidade ao São Paulo.
Antes de decidir a vaga no Equador, na quarta-feira que vem, o São Paulo jogará no domingo pelo Campeonato Brasileiro, contra o Criciúma, em Santa Catarina.
Fernando Dantas/Gazeta Press
O jogo - O
equilíbrio marcou os primeiros minutos da partida desta quinta-feira,
com um Emelec pressionado pela formação ofensiva do São Paulo, mas
inicialmente bem postado e determinado a ganhar o máximo possível de
tempo nas reposições de bola. Aos sete, a equipe equatoriana ainda
chegou bem ao ataque, em envolvente tabela pelo lado esquerdo que
terminou em cruzamento nas mãos de Rogério Ceni.
Time brasileiro venceu com facilidade o primeiro tempo, porém passou aperto depois do intervalo
Entretanto, a postura defensiva, pronta para contragolpear, não impediu que o goleiro Esteban Dreer fosse vazado logo aos 11 minutos. O meia Maicon, que substituía o suspenso volante Denilson, tomou bola na meia esquerda, construiu jogada com Kaká - acionado em posição duvidosa - e rolou para Michel Bastos, de fora da área, bater de primeira no canto direito e balançar a rede pela terceira vez no torneio.
O gol não mudou o jogo. Três minutos depois de aberto o placar, a defesa são-paulina bobeou e permitiu que Herrera pudesse finalizar rasteiro da meia-lua. Adiantado, Rogério Ceni fez bela defesa no canto direito baixo e tirou a bola para escanteio, levantando-se rapidamente em seguida para exigir atenção e melhor posicionamento de sua retaguarda.
Seria preciso também pedir para que sua equipe não se enervasse diante das entradas duras e da cera do Emelec. Em menos de dez minutos, três cartões amarelos foram distribuídos, dois para a equipe equatoriana (Lastra e Bolaños) e um para Maicon. Kaká, que tinha a faixa de capitão, cobrou atitude da arbitragem, mas abandonou a irritação aos 35 minutos, quando foi acionado dentro da área e, após ser atrapalhado pela marcação, viu Hudson pegar a sobra para empurrar para a rede.
Mesmo depois do gol do volante (mais uma vez improvisado como lateral direito), o Emelec não deixou de se lançar ao ataque. E foi castigado por afrouxar a marcação e oferecer espaço. Em contra-ataque aos 44 minutos, Ganso virou o jogo na ponta direita para Kaká encontrar Alan Kardec um pouco atrás, dentro da área. O atacante driblou seu marcador e bateu no canto esquerdo: 3 a 0 apenas no primeiro tempo.
No intervalo, o técnico Muricy Ramalho sacou o pendurado Maicon e colocou Antônio Carlos, deixando Paulo Miranda na direita e Hudson no meio-campo. A nova formação sofreu gol com dois minutos de bola rolando. Após longo lançamento, Bolaños ganhou de Edson Silva na corrida, invadiu a área e chutou cruzado de esquerda. Rogério Ceni espalmou mal e não evitou que a bola entrasse.
Dois minutos mais tarde, Bolaños quase marcou de novo em chute colocado. Não demorou, porém, para que Rogério Ceni fosse mais uma vez vazado. Em lance semelhante, após lançamento do campo de defesa, Edson Silva perdeu outra vez na corrida, desta vez para Mena, que saiu cara a cara com o goleiro são-paulino e chutou no canto esquerdo para diminuir ainda mais a diferença.
Atordoada, a defesa brasileira se atrapalhou novamente aos 13 minutos, em tentativa errada de Antônio Carlos de afastar a bola da área. O Emelec não aproveitou e, 11 minutos depois, o próprio zagueiro se redimiu da furada e, de cabeça, marcou o quarto gol. No fim, Rogério Ceni ainda precisou fazer ótima defesa à queima-roupa para assegurar o placar e a manutenção do retrospecto positivo e invicto sobre equatorianos no Morumbi.
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