Após 180 minutos
sem redes balançadas, mineiros garantem título com vitória por 4 a 2 nos
pênaltis. Conquista inédita coloca pequena Tombos no mapa do futebol
nacional
Por GloboEsporte.comMuriaé, MG.
Em
meados de maio, a dúvida era disputar ou não uma competição nacional
importante, mas custosa aos cofres de um clube modesto, com 100 anos de
história, mas apenas 15 de profissionalismo. No meio de novembro, veio a
certeza de que a decisão foi acertada e de que uma cidade no interior
de Minas Gerais, com apenas cerca de 10 mil habitantes, encontrou um
lugar no mapa do futebol nacional. No Estádio Soares de Azevedo, em
Muriaé, o Tombense sofreu e driblou até um cão invasor. Diante do 0 a 0
no tempo normal, precisou dos pênaltis para superar o Brasil de Pelotas.
Ganhou a disputa por 4 a 2 e conquistou o título da Série D de 2014.
Ao
Brasil, que não conseguiu o gol após 180 minutos de disputa na final da
quarta divisão, resta a certeza da Série C no ano que vem. E a
consciência tranquila pela campanha digna do que espera a torcida
Xavante.
Sob sol intenso em Muriaé, jogo contou com marcação forte no meio-campo (Foto: Bruno Ribeiro)
O
Brasil de Pelotas era a equipe visitante na cidade vizinha a Tombos,
mas parecia jogar em casa. Dos 10 aos 13 do primeiro tempo, foram dois
lances de perigo. Primeiro, Alex Amado disputou bola com o goleiro
Darley e pediu pênalti, mas o árbitro Paulo Godoy Bezerra mandou seguir.
Na sequência, após cobrança de escanteio, o camisa 1 do Tombense saiu
mal, e Leandro Leite quase abriu o placar. Com o meio-campo leve,
composto por Betinho, Coutinho, Joilson e Francismar, o Tombense sofria
na marcação, e o Brasil se aproveitava, principalmente com jogadas pelos
lados. O camisa 7, Felipe Garcia, era figura constante nas jogadas de
ataque gaúchas e incomodava. Quando conseguia sair, o Tombense chegava
com perigo.
A partir da metade da primeira etapa, o time de
Tombos equilibrou as ações. Com mais posse de bola, os meias mineiros
conseguiam criar mais. O primeiro lance de perigo dos donos da casa foi
aos 27. Francismar recebeu e lançou Elvis, que saiu na cara de Eduardo
Martini, mas pegou mal e chutou pela linha de fundo. O Brasil recompôs a
marcação e atacava menos. Nena, isolado na frente, ficou apagado na
partida. O jogo era equilibrado, mas o placar não foi movimentado.
Cão invasor foi o alívio cômico no início do segundo tempo (Foto: Bruno Ribeiro
tombense melhor e o cão invasor
O
jogo recomeçou com muita disputa no meio-campo das duas equipes. Aos 7
minutos, o episódio curioso da partida: um cachorro invadiu o campo do
Soares de Azevedo e o jogo foi paralisado. O lateral Wender, do Brasil,
conseguiu retirar o animal.
Com a bola rolando, o Tombense
passou a pressionar. O alvirrubro tentava abrir o jogo com os laterais,
que não conseguiam escapar da marcação. Elvis começou a aparecer mais e
dava trabalho para a marcação gaúcha. A partir da metade da etapa
complementar, o Brasil chegou em duas ocasiões de perigo. Aos 24, Nena
foi lançado no ataque e, quando sairia na cara do goleiro Darley, foi
atrapalhado pelo zagueiro Xandão. No lance seguinte, após cruzamento da
direita, Felipe Garcia acertou a trave. No rebote, Nena finalizou na
rede pelo lado de fora.
Após bola na trave, Nena mandou rebote para fora (Foto: Bruno Ribeiro)
O
jogo ganhou em velocidade. O meia Lucas Silva entrou no lugar do
lateral-direito Douglas, e o veterano Joilson foi recuado para a
lateral. O Tombense saía mais para o jogo e dava espaços no
contra-ataque. Com o domínio territorial do adversário, o Brasil passou a
se defender mais. Aos 39, o tempo fechou entre Betinho e Alex Amado,
que se desentenderam e foram expulsos. Com muita tensão e pouco futebol
no fim da partida, a decisão foi para os pênaltis.
nas mãos de darley, de minas para o brasil
O
Tombense começou batendo com Francismar, que deslocou Eduardo Martini e
guardou. Pelo Brasil, Nena fez o mesmo e empatou a série. Em seguida,
Joilson, com categoria, colocou o Tombense novamente na frente. Na
segunda cobrança do Xavante, explosão de alegria no estádio: Chicão
mandou para fora. O presente foi retribuído por Coutinho, que também
chutou para fora, e o placar se manteve 2 a 1. Na sequência, Fernando
Cardozo igualou. No Tombense, Mazinho bateu, a bola raspou no travessão e
entrou: 3 a 2. Na quarta cobrança gaúcha, Léo Dias bateu, e Darley
pulou no canto direito para fazer a defesa. Na última batida, bastava
Elvis marcar para garantir o título à equipe mineira, e o meia não
desperdiçou. No fim, Tombense campeão brasileiro da Série D, com 4 a 2
nos pênaltis.
Darley cai no canto direito para fazer defesa decisiva na disputa de pênaltis (Foto: Bruno Ribeiro)
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