No adeus de Sochi, lágrima à la urso Misha e risos com nova 'falha' do anel
Mascote dos Jogos de Moscou 1980 é lembrada e falha na cerimônia de abertura é encarada com bom humor em despedida que exibiu o vasto arsenal cultural russo
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Se os Jogos Olímpicos de Verão de Moscou 1980 serão eternamente lembrados pela lágrima do ursinho Misha, as Olimpíadas de Sochi ficarão marcadas pela falha do anel que não abriu na cerimônia de abertura. Neste domingo, no encerramento da competição, os russos mostraram bom humor ao repetir a falha propositalmente e arrancar risos dos 40 mil espectadores no Estádio Olímpico de Fisht e de bilhões ao redor do mundo.
Os anfitriões também relembraram a famosa e emocionante cena de Misha, quando uma lágrima escorreu do olho do urso polar, uma das três mascotes de Sochi, responsável por apagar a chama olímpica com um delicado sopro. Entre o erro bem humorado e a lágrima, a cerimônia exibiu novamente o vasto arsenal cultural da Rússia, justificou os gastos recordes US$ 50 bilhões (R$ 118 bilhões), seja em uma edição de Jogos de Verão ou Inverno, e apresentou ao mundo a próxima sede dos Jogos de Inverno, a sul-coreana Pyeongchang.
O anel falha novamente, desta vez de propósito: bom humor na cerimônia encerramento de Sochi (Foto: Reuters)
As luzes se apagaram e a pista do Estádio Olímpico de Fisht virou um mar. Um bote levando três crianças sobrevoou. Lá embaixo, outras centenas trajando uma fantasia espelhada formaram, dentre outras figuras, o Ying Yang taoista da bandeira sul coreana. No último desenho, os russos mostraram seu bom humor. A já eternizada falha da cerimônia de abertura, quando um dos anéis não abriu, foi repetida. Desta vez propositalmente, para delírio e risos do estádio. Logo depois, o anel defeituoso se abriu, para nova ovação da torcida.
Anunciada a presença de Vladimir Putin, atletas medalhistas da Rússia entraram com a bandeira do país sendo hasteada em um palco com o formato do mapa russo. Um coral de mil crianças cantou o hino local e uma banda marcial introduziu a entrada dos cerca de 2.800 atletas dos 88 países participantes. Primeiro os porta bandeiras, dentre os quais Isadora William com o símbolo brasileiro. Depois, todos juntos. Era possível ver pelo menos dois atletas de muletas e um de cadeira de rodas, que se acidentaram durante as competições, mas mesmo assim não deixaram de participar da cerimônia.
O balé Boshoi se apresenta na cerimônia encerramento dos Jogos de Sochi (Foto: Reuters)
As duas últimas cerimônias de entrega de medalhas foram realizadas diante de 40 mil espectadores. Ambas especiais, entregues pelo presidente do Comitê Olímpico Internacional, Thomas Bach. Na do esqui cross contry largada em massa 30km feminino, um pódio totalmente norueguês, onde Marit Bjoergen recebeu o ouro que a transformou na maior medalhista da história dos Jogos Olímpicos de Inverno. Na versão masculina 50km, pódio russo para novo delírio do estádio olímpico. Resultado que confirmou o país no topo do quadro de medalhas em Sochi. Representantes dos atletas, o norueguês Ole Bjoerndalen, que se tornou o maior medalhista da competição ao alcançar 13 medalhas em Sochi, e a canadense ouro do hóquei no gelo, Megan Agosta, entregaram flores para quatro representantes dos 25 mil voluntários. Todos os atletas aplaudiram de pé.
De volta à parte artística da cerimônia, as três crianças do bote voltaram para interagir com a cultura russa. Obras do pintor franco-russo Marc Chagall representando os sonhos foram projetadas na pista. Sessenta e oito pianos com rodas faziam coreografias ao redor de um instrumento principal, onde eram executados trechos de composições dos mais importantes mestres da música no país. Um grande lustre e um palco transformaram o estado olímpico em um enorme teatro onde o balé Bolshoi se apresentou. Da dança para a literatura, os 12 principais escritores russos, como Tchekhov, Tostoi, Dostoiévski e Gogol, ganharam grandes painéis e sósias. Um enorme redemoinho espalhou páginas de livros. O circo entrou em cena com uma enorme lona armada por palhaços. Malabaristas, acrobatas e clowns evoluíam em seis picadeiros. Para encerrar, os grandes momentos dos Jogos de Sochi viram um livro.
Pianos fazem coreografias na homenagem aos compositores russos na cerimônia encerramento Sochi (Foto: Reuters)
A bandeira olímpica foi passada de Sochi para Pyongyang, na Coreia do Sul, cidade sede dos Jogos de 2018, e a da nação asiática foi hasteada. Um coreano tocando gayageum, tradicional instrumento musical do país, abriu a parte cultural. A canção folclórica "Arirang" permeou a apresentação que representou o sonho das crianças. No discurso de despedida, Dmitri Chernishenko, presidente do comitê organizador dos Jogos de Sochi, afirmou que a Rússia cumpriu o que prometeu e que estes foram as melhores Olimpíadas de Inverno da história. Thomas Bach confirmou apenas a primeira parte:
- Hoje podemos afirmar que a Rússia entregou tudo o que foi prometido. Fez avanços em sete anos que levariam décadas em outros lugares do mundo. Deixamos este local como amigos do povo russo. Até logo, Sochi - disse o dirigente, antes de declarar encerrada a 22ª edição dos Jogos de Inverno e convidar a juventude para Pyongyang 2018.
Faltava apagar a chama olímpica. Entre um labirinto de espelhos, as três mascotes de Sochi, a lebre, o leopardo e o urso, entraram esquiando e patinando. Os espelhos foram suspensos e revelaram a chama olímpica. O urso se postou em frente ao fogo, enquanto o eterno Misha foi exibido rapidamente. Um sopro apagou o fogo dentro e fora do estádio, na pira olímpica. Como em 1980, uma lágrima escorreu da mascote - momento surpresa que não estava no roteiro. O sobrevoo de um navio balão, um coro de milhares de crianças e uma chuva de pétalas de mimosa marcaram o fim do inverno e a chegada da primavera. Com um show de fogos de artifício que tomaram o parque olímpico, Sochi deu adeus ao mundo. Até 2018.
Faltava apagar a chama olímpica. Entre um labirinto de espelhos, as três mascotes de Sochi, a lebre, o leopardo e o urso, entraram esquiando e patinando. Os espelhos foram suspensos e revelaram a chama olímpica. O urso se postou em frente ao fogo, enquanto o eterno Misha foi exibido rapidamente. Um sopro apagou o fogo dentro e fora do estádio, na pira olímpica. Como em 1980, uma lágrima escorreu da mascote - momento surpresa que não estava no roteiro. O sobrevoo de um navio balão, um coro de milhares de crianças e uma chuva de pétalas de mimosa marcaram o fim do inverno e a chegada da primavera. Com um show de fogos de artifício que tomaram o parque olímpico, Sochi deu adeus ao mundo. Até 2018.
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