Ex-Flu, Alan 'ganha asas' na Áustria e já sonha com a Chuteira de Ouro
Um ano após grave lesão, atacante 'decola' à base de bebida energética, se torna melhor brasileiro na corrida por prêmio e revela até sondagem por naturalização
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Desacreditado, Alan chegou a ter a cabeça martelada por pensamentos pessimistas. Uma grave lesão no joelho o afastou dos gramados por um total de 18 meses. Não sabia como voltaria a jogar futebol - estava sem confiança para saltar, cabecear, finalizar, dividir, fundamentos dos mais básicos. Mas a promessa do Fluminense finalmente desabrochou pela Europa. Melhor: decolou. Ganhou asas, ainda que metaforicamente.
A analogia é quase inevitável quando Alan veste a camisa de jogo do RB Salzburg. A empresa parceira do clube austríaco - e que faz parte inclusive do nome - é a mesma que produz os energéticos que o paulista de Barbosa tanto adora. Uma mistura idealizada pela comissão técnica seria a receita para tamanho sucesso, traduzido em 21 gols no Campeonato Austríaco e a melhor colocação de um brasileiro na corrida pela Chuteira de Ouro.
- Tem a rodo aqui no clube. Tem mais que água, mas o pessoal se segura um pouco. Eles até fazem uma bebida para a gente beber, que mistura um pouco do energético com água. Eu encaro, vou naquela. Dizem que é bom e está dando certo. Estou fazendo os gols, então acredito que seja boa (risos) – disse o atleta de 24 anos, em entrevista por telefone ao GloboEsporte.com.
A analogia é quase inevitável quando Alan veste a camisa de jogo do RB Salzburg. A empresa parceira do clube austríaco - e que faz parte inclusive do nome - é a mesma que produz os energéticos que o paulista de Barbosa tanto adora. Uma mistura idealizada pela comissão técnica seria a receita para tamanho sucesso, traduzido em 21 gols no Campeonato Austríaco e a melhor colocação de um brasileiro na corrida pela Chuteira de Ouro.
- Tem a rodo aqui no clube. Tem mais que água, mas o pessoal se segura um pouco. Eles até fazem uma bebida para a gente beber, que mistura um pouco do energético com água. Eu encaro, vou naquela. Dizem que é bom e está dando certo. Estou fazendo os gols, então acredito que seja boa (risos) – disse o atleta de 24 anos, em entrevista por telefone ao GloboEsporte.com.
Alan decolou na Áustria e é o melhor brasileiro na corrida pela Chuteira de Ouro (Foto: Infoesporte)
A Chuteira de Ouro nada mais é do que uma premiação aos artilheiros de cada campeonato nacional na Europa. Alan marcou 21 gols na Áustria, onde cada gol vale 1,5. Ou seja, soma 31,5 pontos e divide a sexta colocação com o islandês Finbogason, do Heerenveen, da Holanda.
O sueco Zlatan Ibrahimovic, do francês Paris Saint-Germain, é o quinto, com 33 pontos (e 22 gols). Do quarto lugar para cima estão aqueles que disputam torneios mais valorizados, com o peso de dois pontos para cada gol anotado. É o caso de Daniel Sturridge (Liverpool, 36 pontos), Diego Costa (Atlético de Madrid, 42), Cristiano Ronaldo (Real Madrid, 44), e o líder Luis Suárez (Liverpool, 46). Não há sinal de Lionel Messi e Neymar, ausentes entre os dez melhores.
- Até fiquei surpreso, é gratificante saber dessas coisas. Estou na frente de grandes jogadores do cenário mundial. Principalmente depois de tanto tempo sem jogar, poder voltar a jogar assim, poder brigar pela artilharia. O meu foco maior é primeiramente ganhar no coletivo. E depois, se for possível, eu continuar marcando também. Vou ficar muito feliz se eu puder ganhar a Chuteira de Ouro.
- Até fiquei surpreso, é gratificante saber dessas coisas. Estou na frente de grandes jogadores do cenário mundial. Principalmente depois de tanto tempo sem jogar, poder voltar a jogar assim, poder brigar pela artilharia. O meu foco maior é primeiramente ganhar no coletivo. E depois, se for possível, eu continuar marcando também. Vou ficar muito feliz se eu puder ganhar a Chuteira de Ouro.
Alan já marcou 21 gols no Austríaco e lidera a tabela de artilharia (Foto: AFP)
O sucesso no país por pouco não lhe rendeu uma naturalização. E pensar que tudo começou numa brincadeira.
- Estavam eu e mais os dois brasileiros do time (André Ramalho e Rodnei). Fiz alguns gols e um repórter perguntou quando eu iria jogar pela Seleção. Eu disse que no Brasil era muito difícil, expliquei a concorrência e brinquei que talvez jogasse um dia pela Áustria. E nisso começou todos a falarem, vieram no Facebook falando que eu tinha que jogar pela Áustria, começaram a cobrar o pessoal da Federação daqui e tal. Eles jogavam para cima de mim e eu devolvia. Até que um dirigente veio e me chamou para conversar pessoalmente, veio no meu clube. E nós conversamos. Eu deixei em aberto. Também só poderia jogar em 2015 por conta das leis no país (chegou em 2010). As coisas estão acontecendo bem, mas o mais importante é ficar feliz de ser lembrado e ver que estou sendo reconhecido – revelou o jogador, com contrato com o RB Salzburg até junho de 2018.
Confira outros trechos da entrevista abaixo:
Boa fase individual
Eu fiquei um ano e meio sem jogar. Para voltar a jogar já é motivo de comemoração. Hoje eu estou muito feliz pela minha volta, melhor ainda em poder voltar jogando da forma que eu voltei. Hoje, com toda a certeza, é a melhor fase da minha carreira.
DICAS PARA O EX-COMPANHEIRO FRED?
Nada (risos). Acho que a dica eu que adquiri com ele. Foi um cara que aprendi bastante coisa. Acho que futebol é fase. Ele não está muito legal, mas sabe da qualidade que tem. É um matador, na hora que sobrar e precisar dele vai estar ali para resolver. E eu espero que ele possa dar uma alegria para nós na Copa. Estaremos na torcida por ele.
Alan e Fred foram parceiros de ataque em 2009 e 2010 no Fluminense (Photocâmera)
Seleção para Copa de 2018?
Eu procuro pensar dia por dia. Hoje a Seleção é um objetivo difícil, lógico que por questão de tempo está muito em cima. Mas vou trabalhar cada dia mais, deixar o futuro nas mãos de Deus. Recebi proposta aqui também para jogar pela seleção da Áustria, mas recusei, no momento não aceitei, precisava de cinco anos aqui. Vou esperar e deixar o futuro nas mãos de Deus.
RB Salzburg com pé nas quartas da Liga Europa
Estou feliz para caramba, não só individualmente, mas coletivamente. Por ser um time austríaco muita gente desacreditou, até mesmo contra o Ajax agora (pelas oitavas de final). Falaram que iriam dar uma surra na gente. Quem viu o jogo viu que o time nem conseguiu andar em campo. Ganhamos de 3 a 0 na Holanda e sobramos. Vamos dar um passo de cada vez, mas acredito que se jogarmos com pés no chão, temos muito ainda a fazer e surpreender.
Eu procuro pensar dia por dia. Hoje a Seleção é um objetivo difícil, lógico que por questão de tempo está muito em cima. Mas vou trabalhar cada dia mais, deixar o futuro nas mãos de Deus. Recebi proposta aqui também para jogar pela seleção da Áustria, mas recusei, no momento não aceitei, precisava de cinco anos aqui. Vou esperar e deixar o futuro nas mãos de Deus.
RB Salzburg com pé nas quartas da Liga Europa
Estou feliz para caramba, não só individualmente, mas coletivamente. Por ser um time austríaco muita gente desacreditou, até mesmo contra o Ajax agora (pelas oitavas de final). Falaram que iriam dar uma surra na gente. Quem viu o jogo viu que o time nem conseguiu andar em campo. Ganhamos de 3 a 0 na Holanda e sobramos. Vamos dar um passo de cada vez, mas acredito que se jogarmos com pés no chão, temos muito ainda a fazer e surpreender.
LESÃO
Foi muito difícil. Acho que ao todo foram 18 meses sem jogar. E para mim foi muito difícil. Fiquei naquela incerteza, não sabia se iria conseguir jogar futebol de novo. Trabalhei todo os dia e o meu joelho não melhorava. Mas graças a Deus fui para Los Angeles e lá consegui me recuperar. Mesmo assim no começo você não tem confiança para fazer tudo aquilo que fazia. Isso ganhei com o tempo. E pude voltar e agora estar usufruindo de tudo isso.
Alan acerta lindo voleio: golaço no último domingo (Foto: Reprodução / Site Oficial RB Salzburg)
Transferência para centro maior
Não vou dizer que não, mas tem que ser algo que seja bom para os dois lados. Se for boa para mim e para o clube com certeza eu não recusaria. Mas hoje eu estou feliz aqui. O clube tem proporcionado tudo o que eu preciso. Mas também almejo coisas maiores na carreira. Se estiver jogando bem como tenho jogado, coisas boas vão aparecer e aí é esperar, ver o que chegou, sentar e analisar bem.
Frio na Áustria
Vou lhe falar que é bem frio (risos). Agora está até que diminuindo, mas para amenizar costumo me reunir com os brasileiros, que são muitos meus amigos, e fazer um churrasco. Para matar um pouco da saudade do Brasil.
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