Segundo Pato, time jogará por Milton Cruz e executivo recém-saído
Não repercutiu bem no elenco do São Paulo a saída de Gustavo Vieira. Nesta sexta-feira, dois dias depois de o executivo ter deixado o clube após ser informado de que haveria mudanças no futebol, Alexandre Pato falou pelos demais jogadores e prometeu jogar por ele e também por Milton Cruz, no domingo. O técnico interino pode seguir o mesmo caminho do ex-gerente com a contratação do colombiano Juan Carlos Osorio, que assumirá na próxima semana.
"Pode ser o último jogo com o Milton Cruz", disse o atacante, referindo-se à partida contra o Internacional, no Beira-Rio. "Independentemente do que acontecer, seria importante ele ficar por perto, porque entende muito de futebol. Se perder mais um cara assim, um cara muito importante, que criou esse São Paulo, que o fez vencedor, seria uma perda importante. Temos que fazer um grande jogo, fazer talvez por ele e também por quem saiu do clube".
Assim como Gustavo, Milton também nunca agradou ao presidente Carlos Miguel Aidar, ainda que as declarações públicas sejam outras. A indiretamente forçada saída do gerente executivo é apenas um dos passos da reformulação que o dirigente pretende implantar. O próximo pode ser afastar o coordenador técnico do futebol profissional.
Djalma Vassão/Gazeta Press
Ciente disso, o elenco, que sempre se deu muito bem com Milton antes mesmo de ele estar à frente do trabalho, defende sua permanência no CT da Barra Funda. No caso de Gustavo, não foi possível qualquer defesa, já que a decisão pegou a todos de surpresa, na quarta-feira.
"Um dia antes, conversei com ele mais ou menos uma hora, não sabia de nada, fiquei surpreso quando fiquei sabendo da notícia", comentou Pato, antes de lembrar que foi o executivo quem liderou as negociações que selaram seu empréstimo para o São Paulo, no ano passado.
"Ele influenciou muito na minha vinda, me recebeu super bem. Foi ele quem entrou em contato com o Corinthians para fazer a negociação. Fiquei surpreso (com a notícia), mas futebol é assim. Quando se tem uma mudança de planejamento, algumas pessoas vão embora, outras ficam. É do futebol, a vida segue", falou o atacante, certamente sabedor de que o desligamento de Gustavo teve motivação política.
Gustavo estava na mira de Aidar há muito tempo por ser um dos remanescentes da gestão de Juvenal Juvêncio, de quem se tornou inimigo político depois de sucedê-lo. Antes de assumir a gerência do futebol, ele prestava serviço jurídico ao clube, na condição de sócio do escritório de advocacia chefiado por José Carlos Manssur, ex-assessor do mandatário anterior e atualmente um dos líderes da oposição.
Também integrante do escritório, o advogado Carlos Ambiel já havia deixado de defender o São Paulo, em meio a ataques de Manssur a Aidar, no Conselho Deliberativo do São Paulo. Gustavo se manteve por mais tempo no cargo por ter o trabalho elogiado não apenas por Ataíde Gil Guerreiro, vice-presidente de futebol, mas por todos da diretoria. Outro fator que o segurava no clube era o técnico Muricy Ramalho, o qual finalmente será substituído.
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