Fla nega participação em vídeo e se defende contra processo do Botafogo

Rubro-Negro diz que cedeu local e nova camisa para gravação do grupo "Porta dos Fundos" sem saber teor da filmagem. Advogado não vê como responsabilizar clube


Se o vídeo do grupo "Porta dos Fundos", que usa o uniforme do Flamengo e ironiza em forma de humor a quantidade de patrocínios no do Botafogo, não repercutiu bem em General Severiano, tampouco foi bem visto na Gávea. Após o Alvinegro avisar que vai processar os envolvidos, a diretoria rubro-negra se defendeu e negou que a filmagem tenha sido uma ação promocional para o lançamento da nova camisa - apesar de a divulgação do material esportivo ter sido feita às 14h52 da última quinta-feira, quase quatro horas depois de o clipe ser publicado na internet. Por meio de sua assessoria de imprensa, o clube informou que cedeu o local e a blusa sem saber o teor da gravação. Confira a mensagem:

"Essa ação é de inteira responsabilidade do "Porta dos Fundos". O Flamengo apenas cedeu a Gávea como locação. O Flamengo e a Adidas autorizaram o uso da camisa, mas não se envolveram na questão do conteúdo do vídeo".
Porta dos Fundos e vídeo sobre excesso de anúncios na camisa do Botafogo (Foto: Reprodução)Porta dos Fundos fez vídeo sobre excesso de anúncios na camisa do Botafogo (Foto: Reprodução)


O Botafogo estuda medidas judiciais contra o Flamengo, o grupo “Porta dos Fundos” e a Adidas, fabricante do uniforme rubro-negro, por conta de usarem a imagem do Alvinegro sem autorização. Mas o advogado Michel Assef Filho, que defende o clube da Gávea, vê o caso de forma diferente. Apesar de ter sido pego de surpresa com relação ao tema, já que disse ainda não ter visto o vídeo, ele acredita que o Fla não pode ser responsabilizado pela filmagem.

- Acho que ninguém autorizaria algo nesse sentido. É óbvio que o Flamengo não pode ser responsabilizado por uma gravação por terceiros. Se não houve autorização, não sabia o teor, cedeu só o espaço e a camisa, não vejo como responsabilizar o clube em relação a isso. O Botafogo, se entender que tem, vai procurar seus direitos. E a gente vai se defender - explicou.

O presidente Eduardo Bandeira de Mello preferiu não responder à provocação do mandatário do Botafogo, Carlos Eduardo Pereira. O dirigente alvinegro, que questionou a qualidade do vídeo, recordou do título da Taça Guanabara - primeiro turno do Campeonato Carioca - e provocou o rival, classificando a filmagem como "choro de vice".

- Tenho formação em marketing e posso dizer que esse vídeo deve ter sido feito por um estagiário. É um absurdo usarem nossas cores e escudo sem a nossa autorização. Além disso, é a primeira vez que vejo o vice-campeão gozar do campeão. Foi amadorismo de estagiário. Para ficar bacana faltou o gol do Tomas (na vitória por 1 a 0 do Botafogo, no último encontro entre os rivais), e o Flamengo sofrendo para fazer um golzinho no Nova Iguaçu (na última rodada da Taça Guanabara). A Adidas não pode usar o símbolo do Botafogo sem a nossa autorização. Vamos buscar os nossos direitos. Achei o vídeo muito fraco. Choro de vice-campeão. Mas a gente entende a freguesia deles.
Procurada pela reportagem do GloboEsporte.com na tarde desta sexta-feira, a assessoria de imprensa do "Porta dos Fundos" não se pronunciou até a publicação desta matéria. Co-fundador do grupo, Ian Raul Samarão Brandão Fernandes, conhecido como Ian SBF, usou seu perfil no Twitter para comentar a reação alvinegra.

- Já acionei meus advogados sobre a declaração do presidente do Botafogo alegando que o vídeo teria sido feito por um estagiário - escreveu.

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