Blatter resiste a escândalo e é reeleito após desistência de jordaniano
Mesmo em meio a um escândalo de corrupção na Fifa, o suíço Joseph Blatter foi reeleito para a presidência da entidade nesta sexta-feira, vencendo o príncipe jordaniano Ali Bin Al Hussein. Depois do triunfo do suíço por 133 votos a 73 no primeiro turno, o opositor desistiu da disputa de segundo.
A votação foi realizada em primeiro turno e, mesmo com apenas dois candidatos, precisaria de uma segunda rodada de cédulas, por Blatter não ter obtido dois terços dos votos. Porém, o opositor se retirou da disputa depois da derrota, fazendo com que o suíço de 79 anos fosse reeleito.
Considerado favorito desde o início do processo eleitoral, Blatter chegou a ter ameaçada sua permanência no cargo, depois que uma operação do FBI com autoridades suíças resultou na prisão de sete dirigentes, na quarta-feira, entre eles o brasileiro José Maria Marin, ex-mandatário da CBF.
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Mesmo assim, Blatter conquistou a vitória, devendo atingir assim 21 anos no poder da principal entidade do futebol mundial. Sucessor do brasileiro João Havelange em 1998, o suíço assegurou o novo mandato, que se estenderá até 2019.
Depois que o caso de corrupção veio à tona, Blatter disse que um presidente é responsável pela entidade, mas não tem como saber de tudo. No discurso anterior à votação, o mandatário reforçou a defesa à gestão.
“Não precisamos de revoluções, mas sempre de evoluções. Estou sendo responsabilizado pelo estado atual. Então ok, vou assumir isso, aceitarei esta responsabilidade para corrigir a Fifa junto com vocês”, afirmou o dirigente, que foi aplaudido.
Por conta da polêmica, Blatter viu aumentar a resistência ao seu nome, principalmente na Europa. O presidente da Uefa, Michel Platini, chegou a pedir para Blatter deixar a presidência e declarou que a maior parte das federações do continente votaria no Ali Bin Al Hussein. Os europeus tinham direito a 53 votos. Já o maior colégio eleitoral da Fifa é a África, com 54 detentores de cédulas, à frente de Ásia (46), Concacaf (35), Oceania (11) e América do Sul (10).
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O príncipe da Jordânia tentou aproveitar o escândalo para triunfar, inclusive durante seu discurso. “Hoje (sexta) é um dia para dar o primeiro passo do processo de mudanças, sobre honrar a confiança investida em cada um de nós. É preciso um líder comprometido para consertar toda essa bagunça. Não vou me esconder quando as coisas estão ruins, vou inverter a pirâmide. Pelo bem do futebol e da Fifa”, declarou o opositor, que acabou derrotado.
Mesmo com as críticas que recebeu nos últimos dias, Blatter manteve o apoio conquistado de grande parte das federações para triunfar. A eleição ficou com apenas dois candidatos somente na reta final, pois o português Luis Figo e o holandês Michael van Praag anunciaram na semana passada a desistência do pleito.
O ex-jogador, eleito melhor do mundo em 2001, criticou o processo como é realizada a eleição da Fifa e, por isso, retirou sua candidatura. O presidente da Federação Holandesa seguiu o caminho de Figo, deixando seu apoio para Ali bin Al-Hussein. Sem os outros dois opositores, Blatter enfrentou apenas o jordaniano, que estava na vice-presidência da Fifa há quatro anos, representando a Ásia.
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A cerimônia desta sexta-feira foi marcada por protestos. Do lado de fora do teatro, houve manifestações em prol dos palestinos e também contra as condições de trabalho nas obras para a Copa do Mundo de 2022, no Catar. Uma ativista da causa palestina chegou a conseguir entrar no local e interrompeu discurso de Blatter, que pediu para que a segurança a retirasse.
Depois, o clima foi de apreensão durante o intervalo para o almoço dos participantes do congresso, pois a polícia suíça recebeu uma ameaça de bomba, que acabou não se confirmando. Os representantes puderam então voltar ao auditório para a eleição que deu mais um mandato a Joseph Blatter.
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