Ituano leva título histórico com vitória sobre o Santos nos pênaltis

Chegar à final do Campeonato Paulista deixando grandes para trás não foi suficiente para o Ituano. A equipe do interior de São Paulo voltou a se agigantar na decisão, no Pacaembu, e, depois de perder por 1 a 0 para o Santos, levou a melhor na disputa por pênaltis: 7 a 6.
Foi uma conquista histórica e quase inédita para a formação rubro-negra, que havia triunfado na edição de 2002 do Estadual, disputada sem as quatro principais forças. Desta vez, apostando no jogo coletivo comandado pelo novato e competente técnico Doriva, o time foi maior do que os grandes.
O Ituano entrou na final de domingo em vantagem por ter vencido o confronto de ida, também no Pacaembu, pelo placar mínimo. Na segunda partida, abdicou de jogar até o intervalo e foi castigado com um gol de pênalti, sofrido – em posição de impedimento – e batido por Cícero nos acréscimos. As ações se equilibraram na etapa final, e o troféu teve de ser disputado nos pênaltis.
Foi o Santos que pulou na frente nos tiros da marca penal, com a defesa de Aranha no chute de Anderson Salles, na segunda rodada de batidas. Rildo acertou a trave na quarta cobrança, no entanto, e deixou igual a disputa, que se estendeu até a oitava série. Vágner caiu no canto esquerdo, pegou o chute de Neto e deu ao Ituano o maior título de sua história.
Sergio Barzaghi/Gazeta Press
Jogadores do Ituano fazem uma festa em que poucos apostavam no início dos mata-matas do Paulista
Muita briga e um gol de pênalti
A tensão observada já no início do jogo foi além do que normalmente se pode esperar de uma decisão. Eram frequentes as discussões após cada dividida, com reclamações, nervosismo dos dois lados e um cenário que não ficou pior por conta do bom trabalho de Raphael Claus na parte disciplinar.

Diferentemente do que aconteceu na primeira partida, o Ituano abusou dos chutões. A equipe rubro-negra não queria jogar, limitando-se a truncar as ações e a utilizar todas as oportunidades que apareciam para pedir atendimento médico, algo que ampliava a impaciência santista.
Havia pouco jogo, mas era o Santos que conseguia criar algumas jogadas, especialmente quando Cicinho aparecia no apoio pela direita. O time de Doriva só apresentava perigo nas faltas venenosas de Anderson Salles, e mesmo nesse quesito os comandados de Oswaldo de Oliveira igualaram a disputa, com uma boa batida de Cícero.
A aposta em Cicinho quase deu certo em um cabeceio de Damião, com boa defesa de Vágner. Também pela direita, Geuvânio achou um ótimo cruzamento para Damião, que escorou para Cícero. O meia chegou concluindo com o corpo e parou em nova intervenção difícil de Vágner.
O Ituano ia cumprindo seu objetivo de manter o zero no placar até o intervalo, quando Thiago Ribeiro invadiu a área e foi travado. Damião mal tocou na bola em sua ridícula tentativa de aproveitar o rebote, mas Cícero – em posição de impedimento – correu e foi derrubado por Alemão. O próprio Cícero, que havia perdido um pênalti no jogo de ida, fez uma ótima cobrança, no canto direito baixo de Vágner, aos 46, e marcou.
Sergio Barzaghi/Gazeta Press
Foi muito truncado o primeiro tempo no Pacaembu, com grande número de faltas
Ituano resolve jogar
Levar o gol no final do primeiro tempo não deixou os atletas do Ituano mais nervosos. Pelo contrário, a equipe finalmente resolveu jogar bola e foi bem mais perigosa do que o adversário. Fosse Rafael Silva um centroavante mais eficiente, o empate poderia ter sido alcançado.

O atacante se juntou a Paulinho e a Esquerdinha para desperdiçar um contra-ataque muito perigoso nos cerca de 20 minutos de domínio vermelho e preto. A partir daí, já com Rildo no lugar de Thiago Ribeiro, o Santos começou a ter maior frequência no campo de ataque.
Foi Rildo que deixou Geuvânio na cara do gol, após cobrança de falta rápida, mas o garoto pegou muito mal na bola de pé direito. Cícero também esteve perto do gol em cabeceio, antes que Oswaldo apostasse em Gabriel e Alan Santos. Jean Carlos, Marcelinho e Marcinho foram as opções de Doriva.
Sergio Barzaghi/Gazeta Press
O Campeonato Paulista acabou justamente com a bola nas mãos do decisivo goleiro Vágner
Houve uma jogada mais perigosa para cada lado até o final do segundo tempo. Do lado do tobogã, Anderson Salles obrigou Aranha a fazer ótima defesa em cobrança de falta. Perto do portão principal, Rildo tabelou com Cícero e adiantou demais, perdendo o ângulo para a conclusão e batendo para fora.

Festa rubro-negra
Foi o Ituano que começou batendo na disputa, no gol do tobogã, e abriu o placar com Jackson Caucaia. Cícero empatou e viu Aranha defender a batida de Anderson Salles, à meia altura, em seu canto direito. Alan Santos e David Braz mantiveram a equipe alvinegra em vantagem, respondendo o Ituano com Marcelinho e Esquerdinha.
Rildo poderia ter deixado o Santos muito perto do título, mas acertou o poste esquerdo e não alterou o placar: 3 a 3. Daí em diante, houve sete gols seguidos, com Marcinho, Jean Carlos, Dener e Josa marcando para o Ituano. Gabriel, Arouca e Alison mantiveram o campeonato em disputa até que Vágner defendeu a batida de Neto, fechando uma campanha histórica do Ituano.

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