Brasil inicia “Era Zanon” tentando manter hegemonia no Sul-americano
A Seleção Brasileira feminina disputa a partir desta quarta-feira - até o dia 4 de agosto - a 33ª edição do Campeonato Sul-americano de basquete, na cidade argentina de Mendoza. Será o primeiro desafio do técnico Luiz Augusto Zanon à frente do comando da equipe, que tenta esquecer o fiasco dos Jogos Olímpicos de Londres-2012 para manter a supremacia no continente e iniciar o ciclo para Rio-2016 com o pé direito.
Para a disputa do Sul-americano, Zanon manteve apenas quatro jogadoras do grupo que terminou o torneio olímpico na nona colocação, com somente uma vitória em cinco partidas. As duas principais atletas do país na atualidade, a pivô Érika e a ala Iziane, não poderão participar da competição por estarem em meio à disputa da WNBA, nos Estados Unidos.
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Divulgação/CBB
“Para nós, que estamos nessa reformulação de equipe, vai ser a primeira competição oficial. Fizemos a preparação de avaliação. Esse Sul-americano para esse grupo é extremamente importante. Acho que só duas ou três jogadoras já estiveram em um Sul-americano. Estamos dando total importância, no sentido de ser a primeira competição oficial, a primeira competição para esse grupo novo. Então estamos focados para tentar apresentar um bom trabalho”, diz.Sob o comando de Janeth, Seleção sub-19 sofre altos e baixos |
Com possíveis futuras jogadoras da equipe principal, a Seleção Brasileira sub-19 fez uma campanha positiva no Mundial da categoria. Depois de perder nas quartas de final para a França, as meninas do Brasil bateram o Canadá e, depois, na disputa da quinta colocação, as comandadas da técnica Janeth Arcain foram superadas pela China e terminaram a competição na sexta posição. No início do Mundial sub-19, o Brasil conseguiu resultados surpreendentes e bateu a Rússia e a Sérvia.
Alguns dos destaques brasileiros no Mundial foram a ala-pivô Vanessa Gonçalves e a ala Isabela Romana, que podem brilhar nos próximos anos na Seleção adulta.
A técnica Janeth Arcain destacou a boa campanha realizada pela Seleção sub-19 no torneio: “Esse Mundial foi um excelente aprendizado para todo o grupo, jogadoras e comissão técnica. Ser a sexta do mundo não é nenhum desmérito. Muito pelo contrário. Mostra que o Brasil continua entre as principais forças da modalidade. Tenho que enaltecer todo o trabalho que fizemos nesses últimos quatro anos com essa geração. Posso garantir que cada um de nós se dedicou ao máximo em cada momento”.
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Com média de apenas 22,9 idades de idade, o grupo brasileiro é composto pelas armadoras Débora e Tainá; as alas Carina, Izabela, Jaqueline, Joice, Patrícia e Tatiane; e as pivôs Clarissa, Damiris, Fernanda e Franciele.
Além do desafio de comandar uma equipe inexperiente, Zanon tem outros obstáculos à frente da Seleção. A primeira é manter a hegemonia brasileira no Sul-americano. Em 32 edições, o Brasil subiu ao lugar mais alto do pódio em 23 - as últimas 13 oportunidades de maneira consecutiva, desde 1986.
“O objetivo, em uma América do Sul, em um campeonato do Brasil, é buscar o título. Mas a gente não foca no título, a gente foca na evolução do trabalho. Mas a gente quer a melhor posição na competição que, quem sabe, é ser campeão novamente”, diz.
Bons resultados são importantes para Zanon estabilizar-se em um cargo onde a alta exigência causou demissões em excesso nos últimos anos. No ciclo olímpico de Londres-2012, nada menos que quatro nomes diferentes comandaram a Seleção: Paulo Bassul, Carlos Colinas, Ênio Ângelo Vecchi e Luiz Cláudio Chiccetto Tarallo.
A principal polêmica envolvendo a Confederação Brasileira de Basquete (CBB) neste ano, no entanto, foi a saída da ex-jogadora Hortência da diretoria de Seleções femininas da entidade. A decisão foi tomada pela própria Rainha, após não aceitar mudança de posto proposta pelo presidente Carlos Nunes – ela passaria a gerir as relações institucionais, dando lugar ao ex-jogador Vanderlei Mazzuchini, atual diretor técnico das equipes masculinas e femininas do País.
Hortência foi uma das principais defensoras de Zanon na Seleção, sugerindo seu nome durante o último ciclo olímpico. O treinador reconhece e promete dar continuidade ao trabalho da ex-jogadora. “Todo esse planejamento que nós estamos executando é dela. Temos que iniciar um trabalho e não ser aquele trabalho, essa é a grande diferença”, afirma.
AFP
Entretanto, confusões não são exclusividade da Confederação Brasileira. No último dia 19, apenas 12 dias antes de a primeira disputa de bola no centro da quadra em Mendoza, a Colômbia anunciou que não iria participar do Sul-americano. Irritada, a Federação Internacional de Basquete (Fiba) Américas prometeu sanções severas para o time.
Com isso, o Grupo A da competição terá apenas três integrantes: Brasil, Chile e Peru. A estreia brasileira acontece no dia 31 de julho, contra as chilenas. Um dia depois, a Seleção encara o Peru. No Grupo B estão Argentina, Paraguai, Uruguai e Venezuela.
Os dois primeiros colocados de cada grupo garantem vaga na semifinal e na Copa América do México, que será disputada entre os dias 23 e 28 de setembro deste ano. A competição classificará três países para o Campeonato Mundial da Turquia, em 2014. O Brasil é o atual campeão das Américas e pode buscar o segundo título mundial de sua história exatos 20 anos após a conquista na Austrália, em 1994.
Fernando Dantas/Gazeta Press
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