Em reunião do Conselho Deliberativo, Bota aceita leilão de imóvel no Centro


Em encontro com ânimos exaltados nesta terça, clube decide em votação não impedir perda de propriedade na Justiça. Dinheiro será usado para abater dívidas alvinegras

Edifício Santos Dumont, Botafogo (Foto: Divulgação / edificiosantosdumont.com.br)Botafogo possui cerca de 650m quadrados no prédio (Foto: Divulgação / edificiosantosdumont.com.br)
Enquanto o futebol do Botafogo está em Vitória e com todas as suas atenções voltadas para o clássico contra o Fluminense nesta quarta-feira, a política do clube segue a todo vapor no Rio de Janeiro. Na noite desta terça, em reunião do Conselho Deliberativo que terminou com ânimos exaltados, uma importante decisão que envolve bens patrimoniais e dívidas foi tomada: por 62 votos a 28, o Alvinegro resolveu que irá aceitar o leilão dos 650m² do 33º andar do Edifício Santos Dumont, localizado na Rua Santa Luzia, no Centro a fim de usar a verba a que tiver direito para abater parte de outras dívidas. Após a diretoria deixar de honrar um acordo de 2011 de renegociação de débitos com o condomínio, a Justiça marcou para a próxima terça-feira o leilão dos apartamentos.
Para evitar o processo e reaver a propriedade, o Botafogo, que vive uma grave crise financeira a ponto de quase ser impossibilitado de disputar o Campeonato Carioca, precisaria levantar recursos e entrar em um novo acordo para continuar quitando a dívida, que chegou a cerca de R$ 5 milhões e restaria pagar aproximadamente R$ 865 mil. A renegociação na época foi feita por Antonio Carlos Mantuano, ex-vice-presidente geral do clube. Mas a atual diretoria não vê vantagem em retomar o imóvel pelo fato de gerar pouca receita com aluguéis e porque ele está penhorado pela Receita Federal pelos próximos 20 anos, impossibilitando a venda nesse período. Um dos maiores defensores do leilão no caso, o presidente Carlos Eduardo Pereira justificou a quebra do acordo para usar a verba para sanar os atrasados fiscais e obter as Certidões Negativas de Débito (CNDs).
Foram colocados três propostas para a votação: 1) permitir que o imóvel vá a leilão; 2) obter dinheiro e pagar a dívida do imóvel; 30 abstenção - um dos maiores opositores ao leilão, Antônio Carlos Mantuano optou pela abstenção, apesar de criticar duramente a diretoria sobre o tema durante o encontro. O resultado foi de 62 votos para a primeira alternativa contra 28 da terceira. Mas a reunião teve ânimos exaltados, e um conselheiro chegou a deixar a sala. Beneméritos contrários à ideia podem ainda tentar uma manobra, já levantada durante o encontro, para anular a decisão: pelo estatuto do clube, a alienação de bens demanda quórum qualificado de dois terços do Conselho Deliberativo, o que não foi o caso na terça. Porém, o vice-presidente jurídico, Domingos Fleury, alegou que deixar o imóvel ir a leilão ou pagar a dívida não configura alienação.

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