Nigéria e Argélia avançam e chegam à marca inédita para seleções africanas
As seleções africanas fizeram história nesta Copa
do Mundo. Nigéria e Argélia compensaram a desclassificação de Camarões,
Costa do Marfim e Gana para alcançar marca inédita na história dos
Mundiais. Com pelo menos um representante na segunda fase desde 1986, o
continente agora celebra o feito inédito de conseguir duas
classificações no mesmo torneio.
Desde a participação do Marrocos, em 1970, os africanos evoluíram gradativamente na Copa do Mundo. Oito anos depois, a Tunísia foi a primeira a conquistar uma vitória ao bater o México; e a Argélia alcançou o feito de vencer uma campeã mundial ao superar a Alemanha, em 1982. Na edição seguinte, Marrocos liderou seu grupo e conseguiu classificação inédita à segunda fase. Camarões superou o feito chegando às quartas de final em 1990, mas nos últimos 24 anos nenhum representante deu um passo à fase seguinte.
Por outro lado, desde a ida do Marrocos às oitavas de final há oito edições, sempre um africano conseguiu passar da fase de grupos. A marca dos Leões do Atlas foi igualada por Camarões (1990), Nigéria (94 e 98), Senegal (2002) e Gana (06 e 10). Nesta edição, os nigerianos garantiram a manutenção da tradição na última quarta-feira, e a Argélia fez história dois dias depois.
Dos representantes neste Mundial, as esperanças do continente giravam exatamente em torno da Nigéria. Além do peso de serem os atuais campeões africanos, os Super Eagles ainda foram sorteados em chave bastante acessível. O empate sem gols no debute frente ao Irã fez o torcedor coçar a cabeça, mas o triunfo por placar mínimo sobre Bósnia e Herzegovina recolocou a seleção em boas condições no grupo F.
A caminhada da Argélia foi mais emocionante. As Raposas do Deserto deram trabalho à Bélgica na estreia, mas levaram a virada e largaram atrás na briga no grupo H. A goleada por 4 a 2 sobre a Coreia do Sul fez a terceira participação em Copas ser ainda mais marcante, já que nunca antes uma seleção africana tinha marcado mais de três gols no mesmo jogo.
O feito foi essencial para as ambições argelinas, pois foi a vantagem do empate no encontro com a Rússia que garantiu a classificação. Saindo atrás do placar, a representante africana brigou muito pela igualdade que lhe daria vaga na fase seguinte e conseguiu resultado favorável aos 14 minutos da etapa final, em gol salvador de Slimani. Os argelinos ainda seguraram pressão adversária para se unir à Nigéria e alcançar feito inédito para o continente africano.
Sorteada para encarar a anfitriã no grupo A, os Leões Indomáveis viajaram ao Brasil mergulhados em uma disputa interna. As discussões sobre os valores de premiação influenciaram diretamente o desempenho nos três jogos. Assim, os camaroneses foram domados por México, Croácia e Brasil, e amargaram a pior campanha entre os 32 participantes. A agressão de Alexander Song em Mandzukic, no segundo jogo, exemplificou o destempero da seleção nesta Copa do Mundo.
Tendo duros concorrentes como Estados Unidos, Alemanha e Portugal, a seleção ganesa pareceu preocupar-se mais com a premiação. Tanto é que ameaçou não entrar em campo e obrigou a Federação a trazer 3 milhões de dólares (cerca de R$ 6,7 milhões) em espécie ao Brasil para distribuir entre os jogadores. O dinheiro não fez efeito. Abalados pelo afastamento de Boateng e Muntari por indisciplina, os Black Stars amargaram queda na fase de grupos pela primeira vez nas três Copas que disputaram.
No terceiro jogo, os Elefantes saíram atrás do placar, mas comeram grama para buscar o empate que lhes dariam classificação inédita à segunda fase. O sonho acabou no pé direito do grego Samaras. Ele foi derrubado na área e tratou de converter pênalti para frustrar as ambições marfinenses, transformando a terceira participação do país africano na Copa do Mundo em mais uma queda na primeira fase.
Desde a participação do Marrocos, em 1970, os africanos evoluíram gradativamente na Copa do Mundo. Oito anos depois, a Tunísia foi a primeira a conquistar uma vitória ao bater o México; e a Argélia alcançou o feito de vencer uma campeã mundial ao superar a Alemanha, em 1982. Na edição seguinte, Marrocos liderou seu grupo e conseguiu classificação inédita à segunda fase. Camarões superou o feito chegando às quartas de final em 1990, mas nos últimos 24 anos nenhum representante deu um passo à fase seguinte.
Por outro lado, desde a ida do Marrocos às oitavas de final há oito edições, sempre um africano conseguiu passar da fase de grupos. A marca dos Leões do Atlas foi igualada por Camarões (1990), Nigéria (94 e 98), Senegal (2002) e Gana (06 e 10). Nesta edição, os nigerianos garantiram a manutenção da tradição na última quarta-feira, e a Argélia fez história dois dias depois.
Dos representantes neste Mundial, as esperanças do continente giravam exatamente em torno da Nigéria. Além do peso de serem os atuais campeões africanos, os Super Eagles ainda foram sorteados em chave bastante acessível. O empate sem gols no debute frente ao Irã fez o torcedor coçar a cabeça, mas o triunfo por placar mínimo sobre Bósnia e Herzegovina recolocou a seleção em boas condições no grupo F.
AFP
Com
quatro pontos ganhos em dois jogos, os nigerianos chegaram ao último
duelo da fase de grupos dependendo das próprias forças para estar nas
oitavas de final. O time se apresentou bem contra a velha conhecida
Argentina, mas a agilidade ofensiva não foi suficiente para compensar a
desatenção na bola aérea e, é claro, o poder de decisão de Lionel Messi.Ainda
que derrotada por 3 a 2, a seleção africana foi beneficiada pelo revés
do Irã para a já eliminada Bósnia e Herzegovina, e celebrou avanço às
oitavas de final. A classificação fez a equipe de Stephen Keshi
igualar-se à geração dos Anos 90, que chegou ao mata-mata duas vezes
seguidas naquela década.
Revés para Argentina não manchou campanha da Nigéria, que avançou pela terceira vez (foto: Juan Mabromata)
A caminhada da Argélia foi mais emocionante. As Raposas do Deserto deram trabalho à Bélgica na estreia, mas levaram a virada e largaram atrás na briga no grupo H. A goleada por 4 a 2 sobre a Coreia do Sul fez a terceira participação em Copas ser ainda mais marcante, já que nunca antes uma seleção africana tinha marcado mais de três gols no mesmo jogo.
O feito foi essencial para as ambições argelinas, pois foi a vantagem do empate no encontro com a Rússia que garantiu a classificação. Saindo atrás do placar, a representante africana brigou muito pela igualdade que lhe daria vaga na fase seguinte e conseguiu resultado favorável aos 14 minutos da etapa final, em gol salvador de Slimani. Os argelinos ainda seguraram pressão adversária para se unir à Nigéria e alcançar feito inédito para o continente africano.
AFP
Mas
o desempenho de nigerianos e argelinos até aqui não impressiona
Camarões, que foi até as quartas de final em 1990. A crescente dos
vizinhos africanos, porém, aumentam o calvário dos Leões Indomáveis. A
seleção que forçou a Fifa a aumentar as vagas para o continente há duas
décadas só caiu de produção de lá para cá.É verdade que
conquistou hegemonia no continente ao ser presença quase que constante
nas últimas edições, mas a regularidade não foi traduzida em maiores
ambições no Mundial. Desde a histórica campanha de 24 anos atrás,
Camarões disputou 15 jogos na Copa e venceu apenas um. Ignorando a
ausência no torneio de 2006, foram cinco eliminações seguidas na fase de
grupos.
Técnico Vahid Halilhodzic comandou Argélia à classificação inédita às oitavas de final (foto: Pedro Ugarte)
Sorteada para encarar a anfitriã no grupo A, os Leões Indomáveis viajaram ao Brasil mergulhados em uma disputa interna. As discussões sobre os valores de premiação influenciaram diretamente o desempenho nos três jogos. Assim, os camaroneses foram domados por México, Croácia e Brasil, e amargaram a pior campanha entre os 32 participantes. A agressão de Alexander Song em Mandzukic, no segundo jogo, exemplificou o destempero da seleção nesta Copa do Mundo.
AFP
Se
a Nigéria confirmou expectativas e Camarões frustrou como se esperava,
Gana decepcionou. Somada à boa campanha de 2006, a queda apenas nas
quartas de final da edição anterior fez dos Black Starsos
representantes mais badalados de seu continente. Mas o desempenho na
primeira fase ficou longe de repetir o feito de quatro anos atrás.Liderada
por Asamoah Gyan, Gana foi o expoente africano nas duas últimas
edições, sendo a única a avançar às oitavas de final ambas as vezes. Em
2006 caiu apenas frente à Seleção Brasileira, que então defendia o
título; foi ainda mais longe em 2010, ao ficar a um pênalti da
classificação inédita às semifinais. Mas nesta edição a queda de
rendimento foi vertiginosa.
Goleada sofrida para a Croácia eliminou antecipadamente a seleção camaronesa (foto: Pierre-Philippe Marco)
Tendo duros concorrentes como Estados Unidos, Alemanha e Portugal, a seleção ganesa pareceu preocupar-se mais com a premiação. Tanto é que ameaçou não entrar em campo e obrigou a Federação a trazer 3 milhões de dólares (cerca de R$ 6,7 milhões) em espécie ao Brasil para distribuir entre os jogadores. O dinheiro não fez efeito. Abalados pelo afastamento de Boateng e Muntari por indisciplina, os Black Stars amargaram queda na fase de grupos pela primeira vez nas três Copas que disputaram.
AFP
Outra
que frustrou projeções foi a Costa do Marfim. No último suspiro da
geração de Didier Drogba e dos irmãos Touré, pela terceira vez seguida
os Elefantes amargaram eliminação na fase de grupos. Mas desta vez a
queda teve o agravante da decepção. Diferentemente do que aconteceu nas
duas últimas edições da Copa, no Brasil os marfinenses não tinham
concorrentes favoritos pela frente.Na estreia em
Mundiais, em 2006, a Costa do Marfim caiu ao ser derrotada por Argentina
e Holanda. Quatro anos depois, chegou a arrancar empate com Portugal,
mas o revés ante à Seleção Brasileira custou a vaga no mata-mata. Nesta
edição, a virada na estreia sobre o Japão empolgou, e mesmo a derrota
para a Colômbia não findou as esperanças.
Gana chegou à última rodada com chances, mas acabou eliminada por Portugal (foto: Christophe Simon)
No terceiro jogo, os Elefantes saíram atrás do placar, mas comeram grama para buscar o empate que lhes dariam classificação inédita à segunda fase. O sonho acabou no pé direito do grego Samaras. Ele foi derrubado na área e tratou de converter pênalti para frustrar as ambições marfinenses, transformando a terceira participação do país africano na Copa do Mundo em mais uma queda na primeira fase.
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