Manaus vive boom na Copa e espera novos turistas por filme de Beckham
Única sede da Copa do Mundo localizada na região norte, a maior do Brasil,
Manaus vive um boom turístico durante o torneio. A capital do Amazonas,
palco de quatro partidas, espera receber ainda mais visitantes na
esteira do documentário gravado recentemente pelo astro inglês David
Beckham.
Veja galeria de fotos
Algumas seleções manifestaram receio com as partidas em Manaus, conhecida pelo clima quente e úmido, mas para os torcedores a capital oferece a possibilidade de aliar a Copa do Mundo ao turismo em plena selva amazônica. Muitos fãs se planejaram para permanecer na cidade nos dias seguintes aos jogos com a finalidade de explorá-la.
“Desde a época em que Manaus foi escolhida como sede, o trade turístico local vive grande expectativa”, disse o guia Milton André, líder de uma excursão com maioria esmagadora de estrangeiros. “Em comparação com o mesmo período do ano passado, o fluxo de visitantes pelo menos dobrou”, completou.
Por aproximadamente R$ 300,00, é possível conhecer os principais pontos turísticos das imediações de Manaus. Além de passar pelo famoso encontro das águas entre os rios Negro e Solimões, o turista pode nadar entre botos cor-de-rosa, tirar fotos com serpentes, conhecer o pirarucu e provar a gastronomia da região.
O ponto alto das excursões que partem diariamente de Manaus é o contato com os índios de seis etnias reunidos na Comunidade do Estreito. Eles vivem sob forte influência dos brancos, mas vestem trajes típicos para exibições de danças, entremeadas por explicações sobre a cultura local.
“Estamos recebendo muitos turistas e visitantes. Nessa Copa do Mundo, melhorou muito o nosso trabalho. Cada visita é uma ajuda”, explicou o Cacique Piñón, da etnia tatuyo, originária da cabeceira do Rio Negro, perto da fronteira com Colômbia e Venezuela.
A Comunidade do Estreito, localizada a poucas dezenas de quilômetros da Arena da Amazônia, vive o clima da Copa. Logo na entrada, há uma bandeira alusiva ao torneio. Os índios, que tiram parte do sustento da venda de artesanato, talharam em madeira o mascote do Mundial, comercializado a R$ 80,00.
“Todos nós gostamos muito de futebol (há um pequeno campo de terra no local). O esporte é uma maneira de melhorar a convivência entre os povos do mundo inteiro. Estamos torcendo para a Seleção Brasileira ganhar de novo. A Copa tem que ficar aqui no Brasil”, disse Piñón, ao lado de uma garotinha vestida com a camisa do Santos e o nome de Neymar.
O mercado turístico amazônico espera receber ainda mais turistas na esteira do documentário gravado recentemente na região por David Beckham, presente nas Copas do Mundo de 1998, 2002 e 2006. Acompanhado por três amigos, o ex-jogador da seleção inglesa viajou ao coração da floresta e teve contato com os Ianomâmi.
“Esse tipo de trabalho de divulgação é muito importante para nós. Um homem conhecido consegue levar e espalhar a nossa imagem pelo mundo. As pessoas que assistem podem gostar e viajar para conhecer. Essa iniciativa é muito legal”, afirmou Piñón.
Batizado de “David Beckham Into The Unknown”, o documentário, produzido pela gigante BBC, já foi exibido na Inglaterra e vem sendo veiculado pela TV Globo no
Brasil. Emissoras de Austrália, França, China, Estados Unidos, Noruega,
Finlândia, Suécia, Dinamarca, Islândia, Espanha, Romênia, Hungria e
África do Sul também já adquiriram os direitos.
“Por ser exibido em canais importantes da televisão internacional, acreditamos que o documentário pode trazer um feedback bastante positivo. A Copa do Mundo por si só já dá uma alavancada muito forte, e esse tipo de iniciativa ajuda ainda mais a divulgar a nossa região”, disse Milton André.
Conhecedor da área, ele atua como guia na Amazônia há oito anos. De acordo com o profissional, as altas tarifas praticadas pelas companhias aéreas constituem o principal empecilho para os turistas de diferentes partes do mundo interessados em conhecer a região.
“Nem todos têm condições de viajar até a Amazônia, porque as tarifas de aviação são muito caras. A Manaus, você só chega de barco, o que demanda muito tempo, ou de avião, o que é muito caro. Se as taxas de aviação fossem menores, com certeza o fluxo de turistas seria bem maior”, disse André.
Após a Copa, a Arena da Amazônia deve se tornar um novo ponto turístico de Manaus, o que certamente não será suficiente para evitar o status de elefante branco. Com capacidade para 40.549 pessoas, o estádio consumiu mais de R$ 600 milhões, mas não há times do estado nas Séries A, B e C do Brasileiro, e a média de público do Amazonense é irrisória.
*O repórter realizou a excursão a convite da Amazon Eco Adventures
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Algumas seleções manifestaram receio com as partidas em Manaus, conhecida pelo clima quente e úmido, mas para os torcedores a capital oferece a possibilidade de aliar a Copa do Mundo ao turismo em plena selva amazônica. Muitos fãs se planejaram para permanecer na cidade nos dias seguintes aos jogos com a finalidade de explorá-la.
“Desde a época em que Manaus foi escolhida como sede, o trade turístico local vive grande expectativa”, disse o guia Milton André, líder de uma excursão com maioria esmagadora de estrangeiros. “Em comparação com o mesmo período do ano passado, o fluxo de visitantes pelo menos dobrou”, completou.
Por aproximadamente R$ 300,00, é possível conhecer os principais pontos turísticos das imediações de Manaus. Além de passar pelo famoso encontro das águas entre os rios Negro e Solimões, o turista pode nadar entre botos cor-de-rosa, tirar fotos com serpentes, conhecer o pirarucu e provar a gastronomia da região.
O ponto alto das excursões que partem diariamente de Manaus é o contato com os índios de seis etnias reunidos na Comunidade do Estreito. Eles vivem sob forte influência dos brancos, mas vestem trajes típicos para exibições de danças, entremeadas por explicações sobre a cultura local.
“Estamos recebendo muitos turistas e visitantes. Nessa Copa do Mundo, melhorou muito o nosso trabalho. Cada visita é uma ajuda”, explicou o Cacique Piñón, da etnia tatuyo, originária da cabeceira do Rio Negro, perto da fronteira com Colômbia e Venezuela.
A Comunidade do Estreito, localizada a poucas dezenas de quilômetros da Arena da Amazônia, vive o clima da Copa. Logo na entrada, há uma bandeira alusiva ao torneio. Os índios, que tiram parte do sustento da venda de artesanato, talharam em madeira o mascote do Mundial, comercializado a R$ 80,00.
“Todos nós gostamos muito de futebol (há um pequeno campo de terra no local). O esporte é uma maneira de melhorar a convivência entre os povos do mundo inteiro. Estamos torcendo para a Seleção Brasileira ganhar de novo. A Copa tem que ficar aqui no Brasil”, disse Piñón, ao lado de uma garotinha vestida com a camisa do Santos e o nome de Neymar.
O mercado turístico amazônico espera receber ainda mais turistas na esteira do documentário gravado recentemente na região por David Beckham, presente nas Copas do Mundo de 1998, 2002 e 2006. Acompanhado por três amigos, o ex-jogador da seleção inglesa viajou ao coração da floresta e teve contato com os Ianomâmi.
“Esse tipo de trabalho de divulgação é muito importante para nós. Um homem conhecido consegue levar e espalhar a nossa imagem pelo mundo. As pessoas que assistem podem gostar e viajar para conhecer. Essa iniciativa é muito legal”, afirmou Piñón.
Foto: Divulgação |
BECKHAM VISITOU IANOMÂMIS |
Uma das partes mais interessantes da viagem foi conhecer a tribo Ianomâmi. Entrar naquele tipo de ambiente, sabendo que estávamos em um lugar em que as pessoas não sabiam nada sobre futebol e sobre mim. Um dos homens da tribo virou-se e disse: “O que você faz? O que caça? Como é a selva em que vive?”. Foi algo que realmente me abriu os olhos, e ele perguntou: “Então, o que é futebol?”. Tentei explicar da melhor maneira possível. Ter sido autorizado a visitar a tribo foi uma grande honra. |
“Por ser exibido em canais importantes da televisão internacional, acreditamos que o documentário pode trazer um feedback bastante positivo. A Copa do Mundo por si só já dá uma alavancada muito forte, e esse tipo de iniciativa ajuda ainda mais a divulgar a nossa região”, disse Milton André.
Conhecedor da área, ele atua como guia na Amazônia há oito anos. De acordo com o profissional, as altas tarifas praticadas pelas companhias aéreas constituem o principal empecilho para os turistas de diferentes partes do mundo interessados em conhecer a região.
“Nem todos têm condições de viajar até a Amazônia, porque as tarifas de aviação são muito caras. A Manaus, você só chega de barco, o que demanda muito tempo, ou de avião, o que é muito caro. Se as taxas de aviação fossem menores, com certeza o fluxo de turistas seria bem maior”, disse André.
Após a Copa, a Arena da Amazônia deve se tornar um novo ponto turístico de Manaus, o que certamente não será suficiente para evitar o status de elefante branco. Com capacidade para 40.549 pessoas, o estádio consumiu mais de R$ 600 milhões, mas não há times do estado nas Séries A, B e C do Brasileiro, e a média de público do Amazonense é irrisória.
*O repórter realizou a excursão a convite da Amazon Eco Adventures
INDÍGENAS TÊM DIREITO A 2 MIL INGRESSOS |
A
população indígena brasileira terá direito a um total de 2 mil
ingressos para acompanhar partidas da Copa do Mundo. Após alguns atritos
com o governo federal, a Fifa, organizadora da competição, decidiu
destinar 50 mil entradas para os programas sociais do País. A Fundação Nacional do Índio (Funai) e o Comitê Intertribal são os responsáveis pela distribuição dos 2 mil ingressos. De acordo com a segunda entidade, vêm sendo contemplados com entradas para as partidas da Copa do Mundo os atletas participantes dos Jogos dos Povos Indígenas. Os outros 48 mil ingressos são destinados a alunos de escolas dentro do programa Mais Educação através de um sorteio promovido pela Caixa Econômica Federal. Todos os jogos do Mundial têm um mínimo de 50 entradas doadas pela Fifa aos programas sociais do Brasil, com exceção da abertura, brindadas com apenas 40 bilhetes. |
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