"Policiais combinaram de chegar na metade do clássico", afirma repórter
Segundo Fred Justo, comandante do Gepe foi impedido por manifestantes de ir ao jogo e militares tiveram dificuldades para se deslocarem de outros eventos na cidade
Se, dentro de campo, o Flamengo venceu o Botafogo por 2 a 1 no último domingo, fora do Estádio Nilton Santos, cenas de selvageria marcaram as horas que antecederam o clássico, resultando na morte de um torcedor e outros oito feridos encaminhados aos hospitais próximos ao local. Os episódios de violência anteriores ao jogo e as informações de que havia falta de policiamento no evento fizeram com que a direção do time alvinegro solicitasse à Federação de Futebol do Estado do Rio de Janeiro (FFERJ) o cancelamento da partida, o que foi negado.
No entanto, de acordo com o repórter do SporTV, Fred Justo, o número de policiais anunciado previamente para a segurança do evento, e que consta na súmula do jogo, foi irreal e superior ao que, realmente, havia no entorno do Estádio Nilton Santos. E, ainda segundo o jornalista, o baixo efetivo nas ruas nas horas que antecederam o clássico foi uma ação "combinada" por parte dos policiais de alguns batalhões, como o Gepe e o 3ºBPM (Méier).
- Um policial me abordou ontem (domingo), no intervalo do jogo, para dizer que o combinado era não ter policiamento antes do jogo. Combinado, informalmente, entre eles. É uma afirmação forte, mas esse policial me procurou para dizer isso. Ele me falou que não adiantava dizer que tinha policiamento, porque não tinha. Que o policiamento só iria chegar, de fato, do meio para o fim do jogo. Os policiais do Batalhão de Choque, que são policiais altamente especializados em situações de conflito, chegaram quase no final do jogo - afirmou Fred Justo, no Tá na Área.
A polícia militar enfrentou problemas para fazer segurança do clássico Flamengo x Botafogo (Foto: André Durão)
Segundo o repórter do SporTV, as manifestações de familiares de policiais militares na porta dos batalhões, impedindo as trocas de turno e a saída dos carros, são apenas um dos fatores que potencializaram a sensação de insegurança antes da partida entre Botafogo e Flamengo. De acordo com o relato do jornalista, o número de PMs só aumentou depois da confusão generalizada, porque parte do efetivo estava deslocado para atuar em outros eventos que aconteciam na cidade.
- Ontem (domingo), teve manifestação na porta do Gepe. Na sexta-feira, não tinha nenhuma manifestação. Então, sabendo que haveria o jogo, familiares dos policiais foram para a frente do Gepe e impediram que os policiais saíssem. O próprio secretário de segurança do Rio de Janeiro determinou que a polícia civil fizesse o patrulhamento nas ruas porque sabia que a polícia militar não daria conta. Lembrando que tiveram blocos de carnaval nas ruas e policiamento deslocado para as praias, para evitar os arrastões. Tanto que, no meio do jogo, tinham policiais chegando das praias. Estavam deslocados e, por conta do conflito que ocorreu, foram levados para a porta do Estádio Nilton Santos - disse.
O Batalhão de Choque da PM reforçou a segurança no entorno do Estádio Nilton Santos (Foto: Reprodução/Twitter)
Para completar o caos vivido por torcedores na tarde de domingo no Estádio Nilton Santos, Fred Justo ainda revela que não havia ônibus da PM disponível para fazer o deslocamento de militares de um evento para outro. E, segundo o repórter, houve até pedido para que policiais fossem para o jogo de trem.
- Conversando com policiais, chamou atenção que um grupo de PMs foi chamado às pressas para atuar na porta do estádio. Só que a polícia militar não cedeu condução aos policiais e pediu que eles fossem de trem. Eles se rebelaram, disseram que não iriam de trem e uma empresa privada cedeu um ônibus para que os militares pudessem de deslocar para o estádio. Então, isso também resultou na demora da chegada. Quer dizer, houve a manifestação em frente ao Gepe, mas também teve uma falha no contingente, que não era suficiente, e a Guarda Municipal, que não tem expertise para atuar contra vândalos como esses da partida. A polícia mais especializada é o Gepe, mas, infelizmente, não pode atuar como queriam. O próprio major Silvio Luiz, comandante do grupamento, não pode sair do batalhão. Neste domingo, ele ficou no batalhão porque foi impedido de sair, por causa da manifestação dos familiares - concluiu.
- Conversando com policiais, chamou atenção que um grupo de PMs foi chamado às pressas para atuar na porta do estádio. Só que a polícia militar não cedeu condução aos policiais e pediu que eles fossem de trem. Eles se rebelaram, disseram que não iriam de trem e uma empresa privada cedeu um ônibus para que os militares pudessem de deslocar para o estádio. Então, isso também resultou na demora da chegada. Quer dizer, houve a manifestação em frente ao Gepe, mas também teve uma falha no contingente, que não era suficiente, e a Guarda Municipal, que não tem expertise para atuar contra vândalos como esses da partida. A polícia mais especializada é o Gepe, mas, infelizmente, não pode atuar como queriam. O próprio major Silvio Luiz, comandante do grupamento, não pode sair do batalhão. Neste domingo, ele ficou no batalhão porque foi impedido de sair, por causa da manifestação dos familiares - concluiu.
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