De reserva a herói: os passos de Gatito da barração ao estrelato no Botafogo

Goleiro supera vaias, pressão e desconfiança e se torna o cara da classificação nos pênaltis. Cenário não poderia ser melhor: em sua cidade, diante de sua família



Gatito Fernández está há pouco mais de um mês no Botafogo, mas já viveu um turbilhão de emoções. Contratado com a missão de substituir Sidão (e Jefferson), o paraguaio, de 28 anos, chegou prestigiado, passou por insegurança, foi barrado, mas voltou em grande estilo: como o herói da classificação com três defesas de pênaltis contra o Olimpia. 

Em pouco tempo de clube, Gatito já pode dizer que há coisas que só acontecem no Botafogo. Antes mesmo de ser apresentado, o goleiro falou sobre a expectativa de enfrentar o Olimpia – até então apenas uma possibilidade. Explica-se: paraguaio, ele foi formado no Cerro Porteño, principal rival do “Rei de Copas”. E quis o destino que o confronto lhe reservasse muitas (e dúbias) emoções. 

A barração 
Fato é que Gatito não inspirou confiança nos primeiros jogos. Falhou contra o Macaé e rebateu bolas fáceis nos dois jogos contra o Colo-Colo. Uma delas, em Santiago, resultou no escanteio do gol da equipe chilena. Sob desconfiança, sofreu uma lesão muscular que o tirou do time e abriu espaço para Helton Leite se afirmar. 
Olimpia x Botafogo gatito  (Foto: AFP)Após defesa decisiva, Gatito saiu correndo para comemorar com Helton Leite (Foto: AFP)


Fora dos jogos contra Flamengo, Olimpia e Boavista, Gatito voltou a ser relacionado para a viagem a Assunção. Em sua terra natal foi recebido pelo pai – o ex-goleiro Gato Fernández - e pela família, mas foi barrado e retornou no banco de reservas. 

O ensaio
Mesmo em baixa, não se abateu. O treino da véspera do jogo, no estádio do Sportivo Luqueño, foi uma espécie de ensaio. Destacou-se com três defesas em cobranças de pênaltis, mas elas não foram suficientes para convencer Jair. Era a vez de Helton Leite. 

O estrelato
No Defensores Del Chaco, muitas vaiais. Mesmo no banco, Gatito foi alvo constante de perseguição dos torcedores do Olimpia, desde o aquecimento. No jogo, Helton Leite foi bem, fechou o gol, mas sentiu a coxa no segundo tempo. 
Gatito Olimpia Botafogo (Foto: Reuters)Gatito defendeu três das quatro cobranças do Olimpia (Foto: Reuters)




O cenário para Gatito não era dos mais simples: pressão da torcida adversária, pressão do Olimpia em campo e pressão de substituir Helton Leite, até então o melhor do jogo. Mas o destino reservou momentos que talvez nem o próprio goleiro pudesse imaginar antes de chegar ao Botafogo. Defendeu três de quatro cobranças de pênaltis, colocou o Alvinegro na fase de grupos e fez história em seu país, diante de sua família. 

- Melhor cenário, meu país, meu rival pessoal... Mas realmente não pensava que iria acabar desse jeito, dessa maneira. Estou muito feliz pela classificação. Vamos em frente, agora tem muito mais jogos pela frente – comemorou o goleiro. 

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