Loco Abreu lembra suas finais contra o Vasco: “Fazer gol e levantar taça”
Autor de seis gols em sete clássicos contra o Cruz-Maltino, com dois títulos, centroavante fica na torcida por mais uma conquista do Botafogo
Loco Abreu comemora gol pelo Aucas: ídolo do Botafogo encara desafio de evitar rebaixamento de time do Equador (Foto: Divulgação)
No último sábado, o Botafogo levou a melhor na disputa de pênaltis e venceu o Fluminense, garantindo a vaga na final do Campeonato Carioca. Exatamente cinco anos antes, em 18 de abril de 2010, um pênalti de Loco Abreu, com cavadinha, e um pênalti defendido por Jefferson – cobrado por Adriano – deram ao Alvinegro o título estadual. De Quito, capital do Equador, o centroavante uruguaio lembrou o episódio de cinco anos atrás e celebrou o feito mais recente do clube que ficou para sempre em seu coração.
Aos 38 anos, Loco Abreu atualmente defende o Aucas, que briga contra o rebaixamento no Campeonato Equatoriano, mas ensaia uma reação. Desde que chegou – emprestado pelo Nacional do Uruguai para um contrato curto, somente até o fim de maio –, o atacante marcou quatro gols nas seis partidas que disputou, dois deles em clássicos contra o Deportivo Quito.
Neste domingo, Loco Abreu voltará a campo para defender o Aucas contra o Emelec. O jogo começa às 14h (horário de Brasília), e ele já se mostra na expectativa de, logo em seguida, acompanhar o primeiro duelo da decisão do Carioca. Até porque o Vasco foi uma das vítimas preferidas de Loco Abreu em sua passagem pelo Botafogo, ironicamente iniciada com uma derrota por 6 a 0 para o mesmo rival. Foram seis gols marcados em sete clássicos, incluindo as decisões da Taça Guanabara de 2010 e da Taça Rio de 2012 (assista aos gols no vídeo abaixo). Nas duas o Glorioso foi campeão.
Em entrevista ao GloboEsporte.com, Loco Abreu garantiu não ter ficado com qualquer remorso pela frustrada negociação de volta ao Botafogo, no início de 2015, e enfatizou sua torcida por mais um título do Alvinegro. O centroavante falou sobre a experiência de atuar no Equador e destacou mais uma vez o carinho que tem pelo clube, agora como mais um torcedor.
- Quero seguir jogando futebol, mas seja onde estiver, o Botafogo vai estar presente comigo.
Como tem sido a experiência de atuar no futebol do Equador pela primeira vez na carreira?
Foi tudo novo. Eu não tinha conhecimento do futebol do Equador ao nível local, mas estou feliz porque aqui o jogo é ofensivo. Para o centroavante, isso é bom. Além disso, o futebol aqui tem o estilo do Pacífico, que é o de tratar bem a bola, cadenciar o jogo e manter a posse da bola constantemente. Estou aproveitando, me adaptando à altitude de Quito, mas com a vantagem de jogar muitas partidas ao nível do mar. A experiência tem sido boa, mas curta, porque no dia 24 de maio acaba a primeira fase do campeonato e tem a pausa para a Copa América. Aí o meu contrato acaba, O mais importante é que continuo jogando, e isso é o que eu quero.
Como tem sido para um jogador acostumado a conquistar títulos brigar contra o rebaixamento num clube do Equador que é pouco conhecido?
Gosto de desafios, e principalmente se a comissão técnica me procura dizendo que está precisando da minha ajuda. O Aucas é pouco conhecido fora do país, mas é um dos quatro times mais populares do Equador. Infelizmente, por más administrações, ficou muito tempo jogando a Série B ou C e estava há oito anos sem disputar a Série A. Agora voltou e está naquela transição para ser novamente um clube de Primeira Divisão. O time está jogando bem, mas os resultados muitas vezes não correspondem a isso. Tenho certeza de que se continuarmos assim vamos sair dessa situação complicada.
Continua acompanhando o Botafogo? O que tem observado dos últimos jogos?
Claro, continuo acompanhando e torcendo muito pelo clube. Felizmente, desde 2010 o Botafogo tem sido protagonista e aparece sempre nas decisões. Essa mentalidade continua, pelo menos no estadual. Vi a semifinal contra o Fluminense. Foi emocionante, ainda mais sendo a data do título de 2010. Então a melhor forma de vencer foi nos pênaltis. Agora, perto da decisão, começo a lembrar das finais que disputei contra o Vasco: Taça Guanabara de 2010 e Taça Rio de 2012. Tomara que o que aconteceu naquelas duas oportunidades possa se repetir a partir de domingo.
Quais suas principais lembranças dessas decisões contra o Vasco?
Loco Abreu ergue a Taça Rio de 2012: dois gols em vitória sobre o Vasco na final (Foto: André Durão)
O que mais me lembro é fazer gol e levantar taça. São lembranças muito boas. Consegui fazer muitos gols no Vasco, no Carioca e no Brasileiro.
Pelo que vem observando dos jogos do Botafogo, quais são os principais méritos da equipe nesse processo de reconstrução após o rebaixamento em 2014?
Vejo que todo um grupo sabendo que precisa ser um time duro, difícil de ser vencido. O clube está se reformulando para a Série B, e todos sabem que não pode ter frescura. Por isso todos estão dando 120% para conseguir o objetivo. Apesar das dúvidas que muitos tinham, o grupo conseguiu levar a campo rapidamente tudo o que René pediu e hoje está dando esse presente de jogar a final do estadual.
Você nunca escondeu que gostaria de ter voltado ao Botafogo para ajudar na disputa da Série B, mas a diretoria decidiu não investir em seu retorno. Não ficou algum tipo de frustração por conta disso?
Loco Abreu contra o Vasco:
7 jogos
3 vitórias
1 empate
3 derrotas
6 gols marcados
7 jogos
3 vitórias
1 empate
3 derrotas
6 gols marcados
A vontade de voltar sempre estará presente, mas depende da diretoria e do treinador. Se acharem que precisam de alguém com minhas características, legal. O que posso fazer é continuar jogando bola em bom nível, só assim podem achar que posso colaborar. Quero seguir jogando futebol, mas seja onde estiver, o Botafogo vai estar presente comigo.
Em fevereiro o Botafogo recebeu uma notificação da Justiça por conta de uma cobrança sua de uma dívida de sua passagem no clube. A situação gerou algumas críticas da diretoria a você. Como vem sendo tratada essa situação?
Se a dívida completa dois anos e eu não envio esse documento, ela cai e eu não consigo recuperar o dinheiro trabalhado. Coloquei no papel para não perder o dinheiro, mas não estou forçando a barra para que me paguem tudo de uma vez. Tinha que fazer isso para não perder tudo. No momento em que o clube tem como me pagar e refinanciar a dívida, estarei à disposição. Não quero cobrar porque sei da realidade do Botafogo, então não quero sacanear. Mas também ninguém me ligou para conversar e perguntar como podemos fazer.
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