Vadão se declara ao futebol feminino: “Elas jogam por amor”


Em março deste ano, Vadão tomou uma decisão ousada em sua carreira: deixou a Ponte Preta e assumiu o comando da Seleção Brasileira feminina. Agora em dezembro, o treinador colhe os frutos de um excelente ano com as meninas. Além da recente conquista do Torneio Internacional de Brasília diante do fortíssimo time dos Estados Unidos, também venceu a Copa América. Com “meninas que jogam por amor”, Vadão vai em busca da Copa do Mundo, no Canadá, em 2015, e das Olímpiadas no Rio de Janeiro, em 2016. Até lá, ele projeta (e torce por) uma evolução na modalidade.
“O Brasil evoluiu bastante, principalmente no lado tático, elas são aplicadas. As meninas não só precisam de apoio, mas o merecem. Jogamos de igual para igual contra os Estados Unidos. Lá elas não encaram esse preconceito, aqui sim. É preciso colocar o futebol feminino nas escolas, só então será encarado como algo natural”, disse ao Metro de Campinas. Vadão ainda pensa em por em prática a seleção permanente, fazendo apenas uma convocação por temporada. “Acreditamos que isso pode ajudar mais ainda”.
Divulgação/CBF
Conquista do Torneio Internacional de Brasília encerrou um excelente ano da Seleção feminina
“Pedimos a Seleção permanente para podermos passar mais tempo juntos. Para que a gente participe bem do Pan-americano e do Mundial. Temos amistosos contra boas seleções. Em fevereiro, temos um torneio em Portugal, então em janeiro já estaremos concentrados. No ano que vem, no segundo semestre, vou realmente poder sentir como chegará a Seleção nas Olímpiadas”, argumentou.
A experiência adquirida durante os 58 anos de vida e a formação em educação física ajudam Vadão a ter uma ampla percepção do funcionamento do futebol feminino. Antes acostumado com a ‘brutalidade’ dos homens nos gramados, o técnico se mostra animadíssimo a dominar cada vez mais os conhecimentos sobre o futebol praticado pelas mulheres no país.
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Sob as coordenadas de Marta, meninas da Seleção tem se mostrado cada vez melhores em campo
“A mulher é mais sensível que o homem. Muda muita coisa sim. Consegui passar confiança, meu relacionamento com elas é muito bom. O trunfo era saber como elas nos receberiam. E a sintonia acabou vindo em pouco tempo. Elas são mais interessadas em saber sobre táticas, no masculino os caras se acham mais autossuficientes. No futebol feminino, se você fizer uma boa marcação, a chance do adversário errar é grande. A velocidade e a força são menores. Não queremos faltas, queremos a bola”, analisa.Vadão ainda faz questão de enaltecer o que lhe chamou mais a atenção nos meses de trabalho com a Seleção. “Elas estão no aprendizado e têm uma vontade muito grande. A maioria ganha muito pouco, não dá para pagar nem a escola. Elas jogam por amor e não por dinheiro. Elas têm mais pureza e menos malícia do que os homens”, finalizou.
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De olho no futuro, Vadão quer futebol feminino nas escolas: "só assim isso vai se tornar algo natural"

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