Estádio do Galo terá estilo "caldeirão" e não será alvinegro por causa do calor
Projeto prevê anéis exteriores nas cores cinza escuro e branco. Torcedores ficarão muito próximos do campo, mais ainda do que ficam no estádio Independência
O estádio do Atlético-MG é um sonho da diretoria do Galo e, a cada dia que passa, fica mais próximo de se tornar realidade. A ideia, que começou ainda na administração de Alexandre Kalil, já se transformou em projeto, já conseguiu 80% das obrigações de licenciamento e está na fase de captação de investidores. A expectativa é que o início das obras ocorram já em 2017. O terreno, de 140 mil metros quadrados, no Bairro Califórnia, na região Noroeste de Belo Horizonte, já foi adquirido. Neste momento, o trabalho envolvendo o estádio é feito em três frentes: Atlético-MG, MRV e Bernardo Farkasvölgyi, arquiteto responsável pelo projeto. A MRV Engenharia, apesar de estar diretamente envolvida no projeto, não será a construtora do estádio. OGloboEsporte.com apurou mais alguns detalhes sobre o futuro estádio do Galo.
Estádio do Atlético-MG terá capacidade para 50 mil torcedores (Foto: Reprodução/Internet)
O Atlético-MG corre atrás de parceiros. Oficialmente, nenhuma parceria com investidores foi anunciada por enquanto, mas já apareceram interessados. O processo é demorado, porque envolve cifras altas: vai custar entre 550 e 600 milhões de reais. Enquanto os contratos que viabilizam a construção não são assinados, o Galo corre atrás das liberações que faltam para que a obra comece - licenciamento ambiental, por exemplo, já que o terreno é em uma Área de Preservação Permanente.
A nova casa do Atlético-MG terá capacidade para 50 mil torcedores e será no estilo "caldeirão". As cadeiras serão muito próximas ao campo - ainda mais do que as do estádio Independência, para que a força da torcida do Galo seja usada a favor do time nas partidas em casa.
O projeto está sendo trabalhado com muita calma pela diretoria atleticana. Bernardo Farkasvölgyi, arquiteto responsável pelo projeto, que também participou da sede administrativa atleticana, fala, por exemplo, de um trabalho junto a operadoras de estádios e centros de convenções, para que o projeto já seja feito com base na utilização que o novo estádio do Galo vai ter.
- Isso é fundamental (trabalho em conjunto). A gente trabalhou com consultoria de operador. Operador de estádio, operador de centro de convenções. A gente trabalhou com isso tudo. Quando você faz isso, você já faz a coisa certa. O estádio do Palmeiras, por exemplo, está sendo reformado até hoje, porque depois de pronto chegou o operador e sugeriu algumas modificações. Nesse momento, a gente já está atento.
Bernardo Farkasvölgyi, arquiteto do estádio do Atlético-MG (Foto: Guilherme Frossard)
O estádio atleticano não será alvinegro. Os anéis exteriores não serão nas cores preto e branco. O motivo é o calor, como explica o arquiteto.
- A inspiração sempre é a camisa do Atlético, as cores do Atlético e as listras do Atlético. A visão que eu tive pra fazer o estádio foi das faixas da torcida do Atlético descendo das arquibancadas. Pensei que o estádio poderia ser baseado nisso. A ideia é trabalhar sempre nas referências do Galo, mas o estádio terá anéis em cinza escuro e branco. A gente até chegou a pensar em preto, mas preto tem problema de calor.
O projeto foi elaborado com muito cuidado por Bernardo, que ficou um bom tempo visitando estádios ao redor do mundo para definir conceitos.
- Fui em todos os estádios do Brasil, muitos na Europa e nos Estados Unidos. A gente foi detectar o que tem de bom em cada um deles pra fazer o nosso estádio. A partir da pesquisa, a gente já partiu para o desenho. Eu fiquei tão empolgado que fiquei 14 dias sem dormir, virando noites desenhando, de tanta vontade.
A expectativa de Bernardo é semelhante à expectativa do resto da torcida do Galo. O atleticano está ansioso para que as obras comecem. Agora, depende do restante do licenciamento necessário e da assinatura com os parceiros na obra. O Galo segue trabalhando para que esses detalhes sejam resolvidos, e o sonho do estádio próprio seja realizado. Tudo indica que as obras já comecem em 2017.
(*) Guilherme Frossard, com supervisão de Diogo Finelli
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