Em relatório, CBF aponta que 96% dos atletas ganham menos de R$ 5 mil


Pela primeira vez, entidade divulga números sobre registros e transferências de jogadores. Clubes movimentaram quase R$ 800 mi em negociações internacionais

Tabela Balanço transferências 2015 salários (Foto: CBF)Valores dos contratos de direitos de imagem não foram considerados (Fonte: CBF)
Mais de 80% dos jogadores do futebol brasileiro ganham até R$ 1 mil por mês – e 96,08% não passam de R$ 5 mil. Os clubes faturaram cerca de R$ 680 mi em transferências para o exterior no ano passado e gastaram quase R$ 115 mi na aquisição de atletas de fora. Ao todo, 83 estrangeiros atuaram no Brasil em 2015. Esses são apenas alguns dados divulgados pelo Departamento de Registro e Transferência da CBF nesta terça-feira, em um relatório sobre os registros, transferências e salários no futebol brasileiro.    
Tabela Balanço transferências 2015 (Foto: CBF)*Saem do Brasil como profissional para atuarem como amador em outro país (Foto: CBF)
As informações foram obtidas por meio do sistema que regula os processos de registros e transferência de atletas no Brasil, que passou por uma modernização no ano passado e foi aperfeiçoado neste ano. Os dados já tinham sido divulgados pela revista “Época”.
Tabela Balanço transferências 2015 (Foto: CBF)(Fonte: CBF)
Segundo a CBF, 23.238 jogadores de futebol ganham até R$ 1000 mensais em seus clubes, o que equivale a 82,40% dos atletas cadastrados. Ganham até R$ 5 mil 96,08%. Os maiores salários representam pouco mais de 2% do total. Apenas um atleta tem contrato com ganhos acima dos R$ 500 mil mensais. Trata-se do atacante Alexandre Pato, emprestado pelo Corinthians ao Chelsea, da Inglaterra. O sistema considera apenas os salários registrados nos vínculos dos atletas com os clubes. Os valores dos contratos de direitos de imagem não são considerados. Alguns jogadores possuem rendimentos superiores a R$ 500 mil por mês, mas são os valores somados do salário com os direitos de imagem.
Em 2015, 771 jogadores deixaram os clubes brasileiros e foram para o exterior. O caminho contrário foi feito por 580 atletas. Apesar do número alto, apenas 114 transferências – entre vendas e compras – envolveram valores. Na balança, os clubes do país ficaram com R$ 565.353.600,00 em caixa.  
Outro dado interessante no relatório é o número de rescisões de contrato. Foram registradas 7.973 quebras de vínculos em 2015, que indicam um dos principais problemas no futebol do país: a falta de calendário para a maior parte dos clubes. As rescisões acontecem, sobretudo, após o fim dos estaduais, quando a maioria das equipes não possuem mais competições a disputar. 
O sistema de registros da CBF aponta 776 clubes profissionais, dos quais apenas 100 competem nas quatro divisões do futebol brasileiro. A CBF registrou ainda 131 rescisões de contrato obtidas na Justiça. Existem ainda mais 435 clubes amadores e 27 clubes formadores. Foram 14.331 transferências nacionais. 

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