Beckenbauer admite erro, porém nega compra de votos na Copa de 2006
Franz Beckenbauer reconheceu, em comunicado divulgado nesta segunda-feira, que houve “um erro” no processo que garantiu à Alemanha o direito de sediar a Copa do Mundo de 2006, vencida pela Itália. Ao mesmo tempo, porém, o Kaiser garantiu que não houve compra de votos para a escolha da Alemanha como país-sede do Mundial.
“Para obter uma subvenção da Fifa, aceitamos uma proposta da Comissão de Finanças da entidade em que as partes envolvidas deveriam ter negado. Tenho a responsabilidade deste erro como presidente do Comitê de Organização na época. Entretanto, não foram comprados votos para obter a sede da Copa do Mundo de 2006”, pontuou.
O escândalo acerca do último Mundial realizado em terras germânicas tem sido notícia no país há pelo menos dez dias. Em matéria publicada na semana passada, a revista alemã Der Spiegelacusou a Alemanha de ter comprado votos para ser eleita sede da Copa de 2006. Segundo a publicação, o Comitê de Candidatura alemão criou um fundo que serviu justamente para comprar tais votos.
A Federação Alemã de Futebol (DFB) rechaçou as acusações, no entanto reconheceu que houve um pagamento de 6,7 milhões de euros (cerca de R$ 29 milhões em valores atuais) à Fifa. De acordo com o presidente da DFB, Wolfgang Niersbach, Blatter e Beckenbauer se reuniram, em janeiro de 2002, e o mandatário da Fifa sinalizou com uma possível subvenção de 170 milhões de euros (cerca de R$ 731 milhões em valores atuais) para ajudar a Alemanha a organizar a Copa do Mundo de 2006.
Ainda segundo Niersbach, a Comissão de Finanças da Fifa pediu 6,7 milhões de euros para liberar a subvenção. A soma foi paga pelo então presidente da Adidas, Robert Louis Dreyfus, falecido em 2009. O comandante da DFB fez questão de ressaltar que não houve a prática de caixa dois e que subornos não foram pagos.
O jornal alemão Bild, revelou que o então recém-criado Comitê Organizador da Alemanha, não tinha recursos para realizar o pagamento e, por isso, Dreyfus foi o encarregado de pagar, recebendo posteriormente a devolução, por meio de uma conta da Fifa.
Beckenbauer denunciou o comportamento “às vezes inclassificável” de algumas pessoas envolvidas no caso e garantiu que não falará mais sobre o assunto.
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