Botafogo realiza treino físico e tático no Engenhão; René escreve carta
O líder Botafogo já iniciou os preparativos para o clássico contra o Flamengo, neste domingo, em partida válida pela sétima rodada do Campeonato Carioca. Na tarde desta terça-feira, o elenco alvinegro realizou uma movimentação física e tática no estádio Nílton Santos, o popular Engenhão. O destaque da atividade foi a presença do meia Diego Jardel, que realizou um trabalho de transição, ao lado de Cidinho.
Após trabalhar fisicamente no interior do Engenhão, a formação de General Severiano subiu ao campo anexo, onde protagonizou exercícios táticos. Tal prática foi sucedida por uma atividade em campo reduzido, contando com apenas um gol. A ideia de René Simões foi dar mais dinâmica aos jogadores e aprimorar a rapidez na troca de passes.
Entretanto, para configurar seus comandados no clássico, René terá um dilema para resolver: com a lesão de Rodrigo Pimpão, Jobson assumiu a titularidade e teve atuação destacada. Porém, o atacante que defendeu o América-RN na última Série B e amargou o estaleiro já está à disposição, bem como o veloz Pimentinha, que passou por um processo de preparação física. Resta saber quem será o titular, ou se o comandante protagonizará uma mudança de esquema, adotando três atacantes.
Divulgação/Botafogo F. R.
O duelo, que terá início às 16 horas (de Brasília) deste domingo, no Maracanã, vale a liderança do Estadual: ao passo que o Botafogo figura na liderança da competição, com 16 pontos, o Flamengo aparece logo atrás, somando 14 unidades.
René escreve carta e agradece apoio das arquibancadas
No último sábado, o Botafogo mediu forças com o Nova Iguaçu, no Engenhão, e conseguiu a virada por 2 a 1, sob os olhares de 10.885 torcedores. O número foi o maior do fim de semana, superando o clássico Fluminense x Vasco. O surpreendente apoio fez o técnico alvinegro René Simões escrever uma carta aberta para os fãs do Fogão, enaltecendo o maciço incentivo.
Confira o escrito do comandante botafoguense na íntegra:
Prezados torcedores alvinegros,
Há muito queria escrever para vocês, mas como prometi no início de dezembro, iria trabalhar e trabalhar, evitando discursos e promessas que de nada adiantariam para amenizar e muito menos cicatrizar suas feridas. Tenho mantido silêncio e trabalhado arduamente pelo sucesso e, acima de tudo, pelo retorno ao topo do futebol brasileiro, de onde a grandeza do Botafogo jamais deveria ter saído.
Nossa equipe tem se mostrado trabalhadora, guerreira e respeitosa com as tradições do Glorioso. Várias vezes, fiquei aguçado para escrever, mas faltava um motivo mais forte do que trabalho e resultados. Isso não era suficientemente significativo para eu escrever para vocês. Mas, hoje, tenho esse motivo.
Colocar TREZE MIL torcedores no Estádio Nilton Santos (desculpem, não gosto de Niltão, ele foi muito maior para ser só Niltão) já seria um belo motivo, mas quis Nilton Santos e todos os gloriosos que tomássemos o primeiro gol, saindo atrás contra uma equipe perigosíssima no contra-ataque. Nova Iguaçu 1 x 0, inimaginável. Nestas circunstâncias, os riscos precisam ser corridos, adiantar a equipe e abrir mais espaços para a velocidade deles.
Fiz o que pensei e precisava e pude fazê-lo com tranquilidade. O clima no estádio me dava total segurança para ir à luta, sabia que vocês empurrariam o time e o resultado acabou vindo. Gostaria de fazer uma colocação muito franca que às vezes aborrece muita gente, mas sempre faço: jogador ou jogadores ganham e também perdem jogos, com suas jogadas fenomenais ou bizarrices; treinadores ganham e também perdem jogos, com suas mudanças corretas ou com suas mexidas sem nenhum resultado; torcida ganha jogo e também perde jogo, com seu apoio incondicional durante noventa minutos ou com seu mau humor logo no início da partida.
No jogo de sábado, só ganhamos pois tivemos vocês do nosso lado, dizendo: "Corram, lutem, confiem, estamos juntos e vamos virar!!!" A felicidade da equipe no vestiário com essa parceria era contagiante. Daí eu ter falado que aquela torcida eu não conhecia, pois haviam me falado da impaciência, da intransigência, da cobrança descabida e etc e tal. Ontem, de madrugada , assisti ao jogo e me detive várias vezes escutando o som da torcida, QUE LINDO!!!
Aproveito a oportunidade para pedir que façamos o jogo da paz. Sou avô da Isabela, tem 9 meses e logo logo quero vê-la jogando e frequentando os estádios e amando este esporte que é a minha vida. Mas, se não mudarmos, como farei que esse sonho vire realidade?
Tenham certeza de que o trabalho vai continuar muito forte, como prometido. Não estamos conformados com o que fizemos até agora, mas estamos agradecidos pelo que temos recebido.
Forte abraço,
René Simões
René Simões
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