Aos 41, Jean Azevedo acha difícil igualar recorde de irmão no Dakar
Com 17 participações, o paulista Jean Azevedo é o terceiro brasileiro que mais disputou o tradicional Rali Dakar, atrás de Klever Kolberg, com 23, e de seu irmão André Azevedo, que esteve 25 vezes no evento. Apesar de ainda estar em atividade, ele acha difícil igualar os números do mais velho da família.
Jean Azevedo estreou no Rali Dakar em 1996, quando André já era um competidor experiente, e andou 14 vezes nas motos e três nos carros. Em 2012, viu seu irmão mais velho se aposentar das competições depois de disputar o tradicional evento nas motos, nos carros e nos caminhões.
“Com certeza não vou para o Dakar de moto mais sete vezes. Posso até chegar aos 25, mas só se eu voltar para os carros, em que dá para ir por mais tempo”, afirmou o piloto, que completa 41 anos de idade nesta quinta-feira. “Vou parar quando não for mais competitivo, mas não sei dizer se isso é daqui um, dois ou cinco anos”, explicou.
A melhor participação do brasileiro ocorreu em 2003, em que ficou com a quinta colocação geral das motos. No mesmo ano, seu irmão foi vice-campeão nos caminhões, categoria que Jean nem cogita disputar. “Já andei para experimentar, mas não me agrada. É mais devagar”.
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Jean esteve em 17 edições do Rali Dakar, evento em que seu irmão André é o brasileiro com mais participações
Em 2015, ele ficou com a 22ª colocação das motos, competindo pela equipe sul-americana da Honda, criada meses antes da disputa. O plano, ao menos para o próximo ano, é seguir na escuderia, que tem parceria técnica com a equipe de fábrica da montadora japonesa.
Em todos estes anos disputando o Dakar, Jean Azevedo chegou à conclusão de que os competidores franceses são favorecidos na competição, organizada pela empresa ASO e que tinha largada em Paris. Mesmo com a transferência do evento para a América do Sul, ele ainda acredita em facilidades para alguns de seus rivais.
“Quando eu comecei a fazer o Dakar, quem vinha ganhando era o Stéphane Peterhansel e o pessoal brincava que ele era puxado pelo helicóptero da organização. O helicóptero ia na frente e ele só seguia. Eu falava que aquilo era mentira, mas agora não duvido depois de tantas coisas que já vi”, disse.
O último francês campeão nas motos do Dakar foi Cyril Després, que levou o título em 2005, 2007, 2010, 2012 e 2013. Em 2015, ele migrou para os carros depois de muitos desentendimentos com outros pilotos.
“Nós precisamos passar por postos de controle, senão somos penalizados. Quando era na África ainda, eu vi o Despres perder um destes pontos na minha frente e não veio punição para ele. Quando cruzamos vilas, tem radares de velocidade máxima. Já vi ele passar varado na frente do radar e não apareceu nada de penalização. Então você vê”.
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