Com um a mais, Verdão segue 100% com gol de substituto de Valdivia
Arte GE.Net
O jogo –
Apesar da manutenção da tática, os jogadores pareciam perdidos e sem posição. A transição de Marcelo Oliveira entre a zaga e o meio-campo acabava deixando um buraco na cabeça de área que o Penapolense, inicialmente, aproveitou para adiantar sua marcação e, por seis minutos, não deixar o Palmeiras nem passar do meio-campo.
Até que Heleno, volante que passou pelo Santos e também era chamado de Faísca, cometeu falta dura em Lúcio, levando cartão amarelo que custou caro mais tarde. De qualquer forma, a jogada pareceu um sinal de que a equipe de Penápolis estava se empolgando demais e a marcação forte, então, passou a ser executada com todo o time no campo de defesa.
Ao Verdão, contudo, faltava troca de passes. Valdivia se mostrou completamente confortável atrás da marcação, enfiado como um centroavante, enquanto os colegas se mexiam e erravam na tentativa de furar o paredão do interior. Nas laterais, que poderiam ser opção, Wendel era bem marcado e Juninho nem precisava ser atrapalhado: atuou tão mal que chegou a deixar a bola sair pela lateral ao errar domínios sozinho.
Na marra, porém, os comandados de Gilson Kleina conseguiram levar perigo em cruzamento de Mazinho que o lateral esquerdo Rodrigo Biro desviou rente à trave, quase marcando gol contra, aos sete minutos. Mas todo o ânimo acabou travado pela arbitragem, que passou a distribuir cartões sem mostrar critério e, com menos de 15 minutos, já tinha ameaçado o técnico do Verdão de expulsão.
Quando o árbitro Flavio Rodrigues de Souza diminuiu sua tentativa de chamar mais atenção no jogo, ficaram claros os problemas palmeirenses. Valdivia levou tão ao pé da letra a liberdade de não precisar voltar que raramente virou opção. Quando recebeu bons passes, falhou ao tentar uma tabela sem condições de Juninho acompanhar e com dois chutes de fora da área ignorando Leandro e Wendel abertos pelas laterais.
O Penapolense não se incomodava, esperando só erros absurdos para atacar. Um deles ocorreu nos pés de Lúcio, que, aos 20 minutos, serviu de garçom ao adversário entregando um contra-ataque que só foi parado por desarme de Wellington. Sem vergonha de se colocar como último homem, respeitando sua função, o garoto foi o melhor do time do primeiro tempo afastando outras jogadas perigosas.
Fernando Dantas/Gazeta Press
Na frente, Mazinho parecia fazer o mesmo, mas a favor do visitante. O meia se misturava a Juninho nas falhas grotescas, carregando a bola e entregando-a a ao adversário com frequência. Wesley estava sumido e Leandro e Alan Kardec não tinham fôlego para atravessar todo o campo em busca da bola. A confusão era tanta que Juninho chegou a cruzar para Valdivia, posicionado na área como centroavante sem ter altura para tanto, em lance facilmente bloqueado pelo goleiro.
O péssimo primeiro tempo, contudo, teve mais do que a segura atuação de Wellington a favor do Palmeiras. Aos 41 minutos, Heleno deu mais uma de suas faíscas, deixando o pé para acertar com violência as costas de Wellington. O árbitro, então, pôde aparecer com correção aplicando o segundo amarelo ao volante e deixando o Penapolense com um a menos ainda no primeiro tempo.
Aos 45 minutos, o palmeirense teve mais motivo para se irritar com Mazinho. Wendel chutou forte, o goleiro rebateu e o meia, dentro da área, com o gol vazio à sua frente, arrematou da direita colocando a bola para fora, em erro imperdoável mesmo para quem é canhoto.
Também inútil e até atrapalhando nesta quinta, Valdivia saiu no intervalo. Coube a Marquinhos Gabriel a chance de dar alguma criatividade e movimentação que desse algum resultado para aproveitar a superioridade numérica. Mais do que o meia, no entanto, o time voltou disposto a acelerar o jogo, buscando mais Wendel na direita, do que as trapalhadas de Juninho e Mazinho pela esquerda.
A consequência ficou clara logo aos dois minutos, quando Marcelo Oliveira completou cobrança de escanteio mandando a bola no travessão e Lúcio, quase debaixo do gol, isolou ao dar um voleio. No minuto seguinte, Wesley arriscou de fora da área e a tentativa passou rente à trave. As redes não foram balançadas, mas o recado estava dado.
Fernando Dantas/Gazeta Press
Completamente acuado, o Penapolense já demonstrava cansaço na tentativa de suprir a ausência de Heleno diante de um rival que, finalmente, tocava a bola com velocidade e eficiência. A movimentação vista na goleada sobre o Atlético Sorocaba, no domingo, voltou a aparecer, com o Verdão abrindo espaço dos dois lados da área.
Aos 20 minutos, Marquinhos Gabriel, que estreou dando duas assistências no fim de semana, foi ainda melhor, aproveitando boa jogada coletiva. Inteligente, Alan Kardec se posicionou preocupado em não ficar impedido e tentou vencer Samuel, que cedeu novo rebote. Desta vez, porém, o substituto de Valdivia chegou de trás batendo forte para, enfim, superar o goleiro e inaugurar o placar.
Com mais tranquilidade, Kleina também abriu mão de Mazinho, cansado de tanto correr e pouco ajudar, apostando em Felipe Menezes. Wesley aparecia mais e o palmeirense pôde respirar mais tranquilo enxergando em campo um time que tocava a bola com facilidade, criando chances no campo de ataque sem problemas.
Estava tão fácil que o Verdão diminuiu o ritmo e cedeu algumas oportunidades ao Penapolense. Mas apenas sustos que não afetaram a motivação que atinge o time para disputar seu primeiro clássico no centenário, no domingo, recebendo o São Paulo no Pacaembu.
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