Delegada vê desencontros em fala de suposta vítima de estupro

A delegada Márcia Marcondes, que investiga a denúncia de uma mulher de 44 anos que acusa quatro jogadores do Vitória de estupro em um hotel em Curitiba, após a partida contra o Atlético-PR, no último domingo, pela 24ª rodada do Campeonato Brasileiro, afirmou que há muitas informações desencontradas no depoimento da suposta vítima. Além disto, ela contou que a mulher não se lembra de ter sido estuprada e que sequer conseguiu identificar os suspeitos que teriam praticado a violência.
Em entrevista ao Correio24Horas, Márcia revelou que a suposta vítima estava muito confusa e que procurou a Delegacia da Mulher para prestar queixa contra atletas do time baiano no início desta segunda-feira, em Curitiba.
"Fizemos atendimento da vítima e ela informou que estava em uma balada e de lá seguiu para o hotel onde se hospedou, ocorrendo um estupro posteriormente. Estamos fazendo algumas verificações do caso, porque existem informações desencontradas inclusive por parte das testemunhas, que desmentem a versão da vítima”, disse Márcia Marcondes, que ainda afirmou ser cedo demais para a investigação tomar algum rumo.
“Por enquanto, ela fala em violência, mas não especifica os atos. Ela não consegue nem se lembrar do ato sexual. O que a leva a crer que foi estuprada é o fato de ela ter acordado nua. Estamos em uma fase muito preliminar das investigações para termos um ponto de vista mais concreto do que aconteceu, mas ainda vamos analisar as imagens do hotel”, completou.
Ainda segunda a delegada, a mulher de 44 anos vai passar por exames para verificar se houve violência sexual. Só a partir daí, os atletas, que ainda precisam ser identificados, serão chamados para prestar depoimentos. “Como não temos condições de identificar nenhum dos acusados, já que a vítima não reconhece precisamente quem a teria estuprado, só vamos poder ouvir essas pessoas posteriormente, depois de avaliar imagens. Ainda vamos investigar o caso e tentar uma identificação”, explicou Márcia.
A delegada também deixou claro que os jogadores não foram indiciados e que poderão seguir normalmente com suas atividades até o fim das investigações. “Dependendo do decorrer das investigações, os jogadores podem ser ouvidos aqui (em Curitiba) ou em Salvador. Eles não estão presos, podem retornar a Salvador e voltar às atividades normalmente. Não podemos inverter a ordem dos fatos, já que não temos peças acusatórias. É muito cedo afirmar se houve ou não um ato criminoso", frisou.
Entenda o caso:
Nesta segunda-feira, um dia após o triunfo do Vitória por 5 a 3 sobre o Atlético-PR, em Curitiba, pela 24ª rodada do Campeonato Brasileiro, quatro jogadores da equipe baiana foram acusados de estuprar uma mulher de 44 anos, no Hotel Bourbon, em Curitiba.
Segundo a versão da suposta vítima, ela estava em uma casa noturna com uma amiga, namorada de um atleta rubro-negro, quando se dirigiu ao hotel onde o elenco do Leão estava hospedado. Foi neste local que o crime teria acontecido. “Eles me estupraram. Ficaram revezando. Um saía do quarto, e outro entrava”, disse a mulher, em um primeiro contato com a imprensa na entrada da delegacia.
Por volta das 6h30 (de Brasília), ela teria conseguido fugir do quarto e pedido socorro para um motorista em frente ao hotel. “Ela se jogou em frente ao meu carro, falando que tinha sido estuprada. Vi que era sério. Ela me mostrou um hematoma no peito”, disse Hamilton Carvalho, que a levou para prestar depoimento.
Segundo a amiga da mulher de 44 anos, porém, não houve relação sexual entre a suposta vítima e os atletas do clube baiano. O caso está sendo investigado em Curitiba, e nenhuma hipótese foi descartada pela polícia.

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