Felipão diz que precisa de carinho e põe Grêmio como única opção

A primeira coletiva de Luiz Felipe Scolari como novo treinador do Grêmio teve ares de volta para casa e mostrou que, apesar de 18 anos longe do Tricolor Gaúcho, o treinador segue muito identificado com o clube que o projetou internacionalmente. Felipão ressaltou a felicidade de estar de volta a Porto Alegre, o carinho recebido de parte dos torcedores do Grêmio após o fiasco da Seleção Brasileira na Copa do Mundo e a projeção de fazer um trabalho vitorioso e em longo prazo ao lado dos auxiliares Flávio Murtosa e Ivo Wortmann.
“Se fui induzido a voltar ao futebol logo depois de um trabalho cujo resultado foi muito diferente do que eu tinha em mente, o único time em que isso seria possível é o Grêmio. Todo mundo sabe que sou gremista e que considero que aqui é a minha casa. O único time para o qual eu voltaria seria o Grêmio. Estou muito contente por estar aqui de novo e nada me faz mais feliz do que isso”, afirmou.
Felipão ficou menos de três semanas desempregado, mas atravessa um momento difícil na carreira, depois do vexame à frente da Seleção Brasileira na Copa do Mundo. “Devo muito a todos os clubes em que passei e aos jogadores, mas o Grêmio tem uma situação diferente. Estive aqui por duas oportunidades e tenho um relacionamento maravilhoso. Sei que, neste momento em que também preciso de abraço e de carinho, os jogadores e torcedores estarão comigo”, comentou.
Lucas Uebel/GFBPA
Felipão explicou que só aceitou a voltar ao trabalho agora porque o convite foi do Grêmio
Nesta busca pela recuperação, o treinador avisou que o vexame contra a Alemanha não pode apagar o que fez antes na carreira. “Se vocês me perguntarem o que ficou marcado para mim, é claro que é o resultado catastrófico de 7 a 1. Mas acho que esse resultado não dá às pessoas a oportunidade de o usarem de forma muito pejorativa em relação a tudo o que eu fiz até hoje”, considerou Felipão. “Agradeço ao Grêmio e aos gremistas pelo carinho que me dão e me deram nos últimos dias, mesmo sem saber que eu vinha para o clube”, completou.Segundo Scolari, o contrato com o Grêmio ainda não tem prazo acertado. O técnico revelou que o presidente Fábio Koff conversou com nomes de diferentes correntes políticas do clube antes de trazê-lo, para assegurar que um trabalho de longo prazo seja realizado. Outra revelação importante do técnico foi de que o primeiro contato de Koff para trazê-lo ocorreu no sábado, um dia antes da derrota para o Coritiba, resultado que selou a saída do ex-técnico Enderson Moreira.
Em relação ao novo trabalho no Grêmio, Luiz Felipe Scolari assumirá o grupo a partir de segunda-feira. Sua estreia será no Gre-Nal do dia 10, no Beira-Rio. Neste sábado, o interino André Jardine comandará a equipe diante do Vitória, em Salvador. E, apesar da desvantagem de nove pontos em relação ao Cruzeiro, Felipão ainda vê o Tricolor com possibilidades de título nacional, e nem pensa em priorizar a Copa do Brasil.
“Claro que a Copa do Brasil é um caminho bem mais curto, mas a ideia principal neste momento é a do Campeonato Brasileiro, e a gente não está tão longe. Com a equipe que temos, dá para disputar o título, sim. Eu gosto de Copa do Brasil, mas temos que gostar também do Brasileiro, porque é o nosso caminho inicial. Não vejo porque não idealizar títulos a partir de agora”, explicou.
Murtosa e Ivo Wortmann, auxiliares de Felipão, farão no Grêmio um trabalho integrado junto à base do clube. A ideia é repetir a fórmula de sucesso dos anos 1990, quando o clube gaúcho reforçou seu time com jogadores prata-da-casa, como Danrlei, Roger, Carlos Miguel e Émerson, e encaminhou uma série de conquistas nacionais e internacionais. “Em 1994, começamos o nosso trabalho de renovação. Hoje vejo muitos jogadores jovens com potencial, e a base do Grêmio é forte e muito boa”, finalizou o treinador de 65 anos, que inicia sua terceira passagem pelo clube gaúcho.

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