Da cobrança à esperança: cartaz exibe o desejo pela Libertadores
Manifestações da arquibancada do Maracanã na vitória por 1 a 0 sobre o Atlético-MG são motivadas pela sonho da vaga na competição sul-americana
A última vez em que o Botafogo disputou a Taça Libertadores foi em 1996. Desde então, ver os rivais disputando a competição - e até mesmo conquistando o título, como aconteceu com o Vasco em 1998 - deixa os torcedores a cada ano mais ansiosos por essa quebra de jejum. Por isso, depois de uma eliminação traumática para o Flamengo na Copa do Brasil, a manifestação na arquibancada do Maracanã na vitória sobre o Atlético-MG, nesse sábado, foi apenas direcionada a esse objetivo.
Na entrada dos jogadores do Botafogo, uma das torcidas organizadas levantou letras que formavam a seguinte expressão: "Libertadores é obrigação", acompanhada de uma faixa com os dizeres "Meu Botafogo não é lugar de covarde". A palavra "Raça" também aparecia.
Em outra faixa, a torcida prometia apoio ao time, mas pedia reciprocidade: "Botem vontade que apoiaremos". Outra organizada virou sua faixa de cabeça para baixo em sinal de protesto.
Com a bola rolando, o tom não mudou. Os gritos de "Libetadores" e "Queremos raça" tomaram conta da arquibancada, mesmo com o público reduzido (6.472 pagantes). Os erros em campo provocavam uma reclamação inquieta e ansiosa. Unânime apenas foi o apoio ao goleiro Jefferson, que fez grandes defesas no jogo.
No fim do primeiro tempo, pelo menos, não houve vaias. A torcida preferiu cantar e demonstrar apoio na expectativa pelo que viria no segundo. A volta do intervalo criou novas situações, principalmente com o gol salvador de Julio Cesar, aos seis minutos. Logo ele, que havia sido criticado minutos antes por um erro de passe. O jogador colocou a mão na orelha e disse: "Fala agora".
A resposta em campo parecia produzir na torcida outro sentimento. Ela passou a apoiar e comemorar cada roubada de bola. No entanto, os contra-ataques perdidos não foram perdoados, assim como erros defensivos que aumentaram o grau de tensão na arquibancada.
Alex saiu de campo vaiado, recebeu o apoio de Seedorf e um abraço de Oswaldo. Sassá entrou e ajudou a animar a arquibancada, mostrando disposição intensa. Lodeiro não teve a mesma sorte. O uruguaio começou no banco, substituiu Seedorf e viu a torcida questionar seus erros, principalmente de passes ou por segurar demais a bola.
Com o passar do tempo, a torcida clamava pelo fim do jogo. Ao ver os braços do árbitro Márcio Chagas erguidos para indicar o fim do jogo, comemorou com uma sensação de alívio a vitória, à espera de realizar o seu desejo e voltar a disputar a Libertadores depois de 17 anos de ausência.
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