O Botafogo Parece Saber o Seu Caminho

Por Thiago Pinheiro - @othiagopinheiro 

E aí, está tudo bem?
Diz-se muito que a nossa vida é resultado, também, das nossas dificuldades. Que, sem todos os percalços que encontramos no caminho, seríamos outros - talvez piores. Se isso é verdade, nada mais apropriado do que olhar para este Botafogo e entender o quanto essas pedras nos ajudam a ser o que somos.

As lesões, tantas delas, se acumulam e, curiosamente, indicam o que fazer, deixando-nos praticamente sem saída. Após tanta confusão, a contusão de Montillo tornou obrigatória a escalação de Camilo. Com Pimpão saindo na maca, foi o contestado Guilherme que entrou. E Camilo e Pimpão tornaram possível você ter uma ótima noite de quinta-feira.

Tudo isso nos fez voltar ao passado, ao Botafogo de 2016. Aquele Botafogo que parecia saber exatamente o seu caminho, como se, desde o apito inicial, estivesse seguindo um roteiro cujo clímax só poderia ocorrer no final. Não falo de esquemas, táticas e essas coisas chatas que nós adoramos. Digo como se o time já soubesse o que iria acontecer e segue em frente, sem desespero.

Talvez isso explique o Émerson Santos fazer a sua estreia na temporada (!) no 103º dia do ano. Na Libertadores. Fora de casa. Contra o atual campeão. Sim, com tudo isso, diante de tudo que aconteceu, o jovem zagueiro era a melhor opção. E pela lateral. Talvez todas essas dificuldades tenham surgido para o Émerson voltar - e eu não tenho nada para reclamar da atuação dele.

E, antes, nosso meio era Aírton e seja mais lá quem estivesse ao lado dele. Não mais. Mesmo sem o dono do meio-campo - ou talvez exatamente por causa disso -, o Botafogo soube depender mais do seu trio de volantes e não mais apenas de um que cobria todos. E, por isso, não cansou tanto assim ao final. João Paulo, enfim, fez a sua estreia e parece ter se reencontrado na esquerda. Com o Lindoso fazendo o seu papel de destruir as jogadas e tendo dificuldade no passe (exceto no final, claro!). E Bruno Silva é a regularidade de sempre pela direita.

Assim, tanto parecíamos certos do que aconteceria que até o gol inicial foi do personagem da semana: Camilo. Por que toda boa história precisa de uma dose de drama, sofrimento para, então, chegar à superação. O Botafogo não pode depender de um só jogador, mas o Botafogo não pode prescindir de alguém como Camilo.

Seja lá o que estiver pelo caminho, o Botafogo entende o seu papel. Mas, de qualquer jeito, ele vai passando.

Melhor assim.


Já temos seis pontos. Por enquanto.


OBS: Sim, Drummond e as pedras.

OBS2: Semana que vem tem relato sobre a viagem à Colômbia e sensacional recepção da torcida do Atlético Nacional aos botafoguenses que estiveram em Medellín.


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Crédito da Foto: Vitor Silva/SSPress/Botafogo

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