Guarani controla partida no Brinco, mas esbarra em rival à altura; análise

Diferente do que fez contra ASA e ABC, Bugre cria menos chances perigosas e sofre primeiro gol em casa no mata-mata. Em Varginha, time será obrigado a mexer de novo

Pode-se dizer que o Guarani encontrou, justamente em sua última partida como mandante, alguém capaz de medir forças contra ele dentro do Brinco de Ouro. Embalado pelas vitórias elásticas sobre ASA e ABC, o Bugre pôs a alma em campo para atropelar mais um adversário. Até teve controle da partida em muitos momentos, mas não foi capaz de presentear os quase 17 mil bugrinos presentes ao estádio com uma vitória. O empate com o Boa Esporte é justo pelo que foi a partida e serve também para elevar a importância do segundo jogo, marcado para o próximo sábado, em Varginha.

Marcelo Chamusca fez mudanças táticas e de estilo no time titular do Guarani. Sem Gilton e Deivid, optou por Denis Neves (um lateral de mais poder ofensivo) e Régis (mais ágil, porém menos eficiente no ataque). Ainda mexeu no meio-campo, ao preferir a cadência de Alex Santana ao poder de marcação de Evandro. Tudo examinado para dominar a partida e dar mínimos espaços ao contra-ataque veloz do Boa Esporte, time que ele já conhecia da primeira fase.
Régis, Guarani x Boa Esporte (Foto: Ari Ferreira/ GloboEsporte.com)Régis foi uma das novidades na escalação do Guarani diante do Boa Esporte (Foto: Ari Ferreira/ GloboEsporte.com)
A opção funcionou em algumas partes do jogo. Como o próprio técnico falou na entrevista coletiva, o Guarani foi superior ao adversário no início de cada tempo. Só que a superioridade não era traduzida em gols, como, principalmente, na épica goleada sobre o ABC. Do outro lado estava um rival mais consciente, preparado técnica e psicologicamente, que já tinha dado muito trabalho quando jogou no Brinco (o alviverde venceu por 2 a 1, mas em uma bola chorada de Fumagalli). Não seria fácil superar a melhor defesa da Série C.

Tanto não foi fácil que o gol foi, para dizer o mínimo, polêmico. Fumagalli cruzou na área e Leandro Amaro foi no corpo do goleiro Daniel. Para todos da parte mineira, falta clara, que a arbitragem fez vista grossa. Para os verdes, era o grito desentalado. Até ali, o Bugre tinha chutado uma bola na trave de Denis Neves (sempre em vantagem no um contra um pelo ataque), visto Fumagalli perder um cabeceio sozinho e cobrar uma falta com perigo e levado perigo em descidas pela direita.
Gol Guarani, final Série C, Guarani x Boa Esporte (Foto: Ari Ferreira/ GloboEsporte.com)Bugrinos festejam gol que abriu o placar; jogada aérea funcionou mais uma vez (Foto: Ari Ferreira/ GloboEsporte.com)
O gol relaxou um Guarani ansioso para presentear a torcida com a vitória. Criou até a sensação de que era possível fazer mais. Eliandro, em jogada que muitos pararam por considerar impedimento, teve a oportunidade de fazer o segundo e matar a partida em Campinas, mas desperdiçou. O Boa, longe de ser bobo, entrou de novo na partida e foi fatal na única chance efetiva que criou depois do intervalo. Sorte de Rodolfo, azar de Leandro Santos. O lance, apesar de fortuito, não foi à toa e trouxe justiça.

Pelo que se propôs a fazer em Campinas e pela qualidade que possui, o Boa pode até se considerar vitorioso em um empate com gols. Ao Guarani, fica o gosto amargo de não vencer em casa na noite em que a torcida bateu um recorde de seis anos no estádio. Resultado normal quando, em campo, estão as duas melhores equipes da Série C. Para ser superior ao adversário em Varginha, o Bugre terá que adaptar algumas coisas. Nada que o time já não tenha feito e possa fazer de novo daqui uma semana.

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