Feldman, da CBF, sobre negociação entre Liga e Ferj: "Momento de impasse"

Secretário-geral da CBF, Walter FeldmanUm dia depois do encontro entre os presidentes da Primeira Liga e da Ferj, Gilvan Tavares e Rubens Lopes, o secretário-geral da CBF, Walter Feldman, que mediou a reunião, reconhece: é um momento de impasse. Ele explicou ao blog por telefone o papel da CBF nessa negociação e não vê possibilidade de acordo se a competição for disputada plenamente em 2016. Lopes acenou com a possibilidade de liberar duas datas, e só a primeira fase do torneio da Liga tem três.

Confira a íntegra da entrevista de Walter Feldman:

GloboEsporte.com: A CBF recebeu, depois do encontro entre Ferj e Liga, um ofício de Rubens Lopes novamente questionando a realização da Liga neste ano. Está correto?

Walter Feldman: - Houve um ofício de uma análise do Rubinho das dificuldades da Liga, as questões estatutárias, como essas questões não têm sido respeitadas... Eu estive na Ferj, expliquei minha posição, nos cabe encontrar um caminho.

Mas ainda dá? Um dia depois da reunião chega esse ofício...

- Avançamos muito ontem (quinta-feira), mas é um caminho de idas e vindas, de avanços e recuos. A questão das duas datas é um grande avanço, o critério técnico, da possibilidade disso não levar à punição é um grande avanço. Mas em alguns momentos estremece de novo. Temos falado com muitos membros da Liga. Na verdade hoje é o seguinte, ou vai ter um torneio amistoso ou partidas amistosas, é como eu resumiria.

Então está indefinido. Fla e Flu jogam as duas primeiras partidas da Liga e depois não se sabe mais o que acontece...

A nossa proposta, o acordo levou ao seguinte. A Liga quer fazer um torneio amistoso, a proposta que o Rubinho apresentou é de partidas amistosas. É mais ou menos o momento de impasse. 

O Rubinho não quer que caracterize como um torneio nem sendo amistoso...

- Na verdade, a proposta é acontecer isso em 2017. O torneio amistoso tem datas que estão em conflito com o calendário. Então, para admitir isso, teria de passar por cima desse problema, o que não é simples. É o que a gente fala desde o início. Partidas amistosas, como eventos-teste que os Jogos Olímpicos fazem, como as seleções fazem para a Copa do Mundo, é uma característica do futebol. Eventos que vão preparando para o grande torneio. Acho que seria um acordo interessante. Ou seja, fecha 2017, transforma no calendário nacional, apoio de CBF, Federações e Liga, mas aí a grande questão é que alguns da Liga falam que tem de ter 2016. Bom, mas aí não é acordo. Acordo é quando um lado ou outro cedem. Não dá para ter 2017, com apoio, sem problemas, e 16, tem também? Então... É um acordo que não é acordo. Acordo é quando os lados cedem e se busca um resultado que não tenha ganhadores e derrotados.

O senhor hoje considera como um recuo o envio desse ofício um dia após a reunião entre Ferj e Liga?

- Não, considero o que ele está dizendo, que considera ter os instrumentos que impedem hoje a realização de um torneio. O que ele está dizendo é o seguinte: "Em 2016, não dá, não tem como, e que em 2017 acho que dá, é possível".

O único caminho para um acordo, portanto, é desistirem dessa competição em 2016? Pelo menos Flamengo e Fluminense...

- Nesse momento, o único acordo possível é o que foi negociado entre Gilvan e Rubinho.

Só partidas amistosas... 

- Sim, partidas amistosas. Aí o pessoal diz que tem de ser torneio... O Rubinho não queria nada.

Mas com duas partidas amistosas, os clubes não disputam nem a primeira fase, que tem três...

- Para o Rubinho, não tem fase. Tem partidas amistosas. Não podemos fraudar os fatos. Acontecer a Copa Sul-Minas-Rio em 2016 não é o acordo. Não ter nada também não é o acordo. Qual é o acordo? Partidas amistosas e o compromisso de realização plena em 2017. E o que é o não acordo? Não ter nenhuma partida amistosa, ou ter o torneio completo em que datas colidem. É isso que a CBF está o tempo todo tentando negociar.

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