Reservas do Corinthians fazem festa e bagunça com 6 a 1 sobre o São Paulo
Questionado sobre a concessão de uma autorização para Alexandre Pato enfrentar o Corinthians neste domingo, o presidente Roberto de Andrade avisou: “É festa, não bagunça”. Foi festa e bagunça. Com muitos reservas no gramado de Itaquera, o time que se sagrou hexacampeão brasileiro na semana passada comemorou o título com uma contundente e histórica vitória por 6 a 1 sobre o São Paulo. Bruno Henrique, Romero (2), Edu Dracena, Lucca e Cristian fizeram os gols. Carlinhos descontou, e Cássio ainda defendeu um pênalti de Alan Kardec.
A superioridade do Corinthians foi tamanha que alguns torcedores do São Paulo tentaram deixar o estádio ainda no primeiro tempo, quando o público da casa já gritava “olé” e a humilhação não estava totalmente configurada. A equipe que prima pelo fair play tripudiou tanto do seu rival que Cristian se atreveu a quase repetir a comemoração de gol com os braços cruzados e os dedos médios em riste – desta vez, ele ergueu os indicadores.
Após marcar um gol para cada título brasileiro – e levantar o troféu com Ralf -, o Corinthians chegou aos 80 pontos ganhos na tabela de classificação. A sua campanha será encerrada diante de Sport, na Ilha do Retiro, e Avaí, novamente em Itaquera. Ainda com esperanças de ir à próxima Libertadores, o São Paulo tem 56 e procurará se recuperar do vexame eterno diante de Figueirense, no Morumbi, e Goiás, no Serra Dourada.
O jogo – O São Paulo foi recebido em Itaquera com festa. Bastou a equipe do interino Milton Cruz entrar em campo, no aquecimento, para os gritos de “é campeão” ecoarem das arquibancadas. No telão, havia mais uma provocação – era exibido o gol de Tupãzinho na final do Campeonato Brasileiro de 1990, o primeiro dos seis que o Corinthians já conquistou.
E, no primeiro jogo como hexacampeão nacional, o time de Tite queria que a alegria fosse completa. Mesmo sem muitos titulares – Gil, Elias, Jadson, Renato Augusto, Malcom e Vagner Love foram poupados, enquanto Fagner e Uendel retomaram os postos de Edílson e Guilherme Arana -, a intenção era acuar o São Paulo desde o princípio.
Apenas a boa movimentação, com a intensa troca de passes característica dos titulares, não fez com que os reservas do Corinthians encantassem rapidamente. O São Paulo ficava mais tempo com a bola nos pés, porém não tinha Paulo Henrique Ganso, lesionado, nem criatividade. Luis Fabiano estava no banco de reservas.
Para tornar o Corinthians mais perigoso, Tite resolveu inverter o posicionamento dos seus homens de frente, deslocando Romero do meio para a direita, onde estava Danilo, que foi atuar como centroavante. Deu resultado. Veloz, o paraguaio tirou a tranquilidade de Carlinhos. Apesar de a primeira chance clara de gol ter se originado do outro lado do gramado.
Aos 25 minutos, Lucca cruzou da esquerda para Bruno Henrique, que só não marcou o gol por causa de uma grande defesa de Denis. O volante acertaria a rede logo em seguida. Na cobrança de escanteio, ele aproveitou o rebote que o goleiro deu em uma cabeçada firme de Felipe e completou para dentro.
O gol desestabilizou o São Paulo. Dois minutos depois, Denis trabalhou bem outra vez em uma conclusão de primeira de Romero, após Lucca inverter o jogo da esquerda para a direita. E foi vazado novamente na cobrança de escanteio. O atacante paraguaio do Corinthians subiu bem, no meio da defesa rival, e cabeceou para ampliar.
A vantagem no placar fez a torcida corintiana trocar os berros de “é campeão” pelo coro de “olé”. No setor visitante, já havia quem não quisesse ficar mais no estádio. Muitos são-paulinos tentaram ir embora mais cedo. E quase Fagner e Thiago Mendes também saíram, com um desentendimento na linha de fundo. O público aproveitou para tripudiar: “Ah, que é isso? Elas estão descontroladas!”.
O descontrole do São Paulo ficaria mais evidente ainda na etapa inicial, com outra falha defensiva. Aos 45 minutos, Danilo fez o cruzamento da esquerda, e Edu Dracena ganhou a disputa de bola com Lucão para cabecear. Denis foi mal, e o próprio zagueiro se esticou para empurrar para a rede na sobra.
Completamente perdido, o São Paulo conseguiu encontrar o caminho para o vestiário no intervalo. Seguiu para lá correndo. E saiu com Luis Fabiano e Reinaldo nas vagas de Rogério e Bruno. No Corinthians, nada mudou. O segundo tempo iniciou com a mesma trilha sonora – “olé”.
Os gritos de “gol” também não cessaram. Aos 15 minutos, o Corinthians colocou o São Paulo na roda com Romero, que passou para Bruno Henrique rolar para Danilo. O veterano tocou de letra para Lucca finalizar na saída de Denis. Um golaço.
Três minutos mais tarde, a rede balançou de novo. Romero foi lançado por Fagner nas costas de Reinaldo e avançou pela direita até bater cruzado na grande área. Hudson desviou para dentro.
Temeroso, Milton Cruz reforçou a sua defesa ao substituir Wesley por Edson Silva. E até viu o São Paulo fazer o gol de honra. Carlinhos anotou de carrinho depois de jogada de Alan Kardec e teve a coragem de comemorar. A torcida do Corinthians ironizou: “Eu acredito! Eu acredito! Eu acredito!”.
O que parecia realmente inacreditável eram os desdobramentos do clássico. Com Lincom e Cristian nas posições de Danilo e Rodriguinho, o Corinthians chegou ao sexto gol. Aos 30 minutos, Romero foi derrubado por Reinaldo dentro da área. Pênalti. Cristian cobrou no canto e só não repetiu a sua provocativa comemoração com os dedos médios em riste porque ergueu os indicadores.
O São Paulo teve a oportunidade de amenizar um pouco o vexame quando o árbitro viu pênalti de Edu Dracena sobre Carlinhos, aos 35 minutos. A humilhação foi ainda maior porque Cássio acertou o canto e defendeu a cobrança de Alan Kardec. A festa – e a bagunça – do Corinthians estava completa. Com um gol para cada título brasileiro.
FICHA TÉCNICA
CORINTHIANS 6 X 1 SÃO PAULO
CORINTHIANS 6 X 1 SÃO PAULO
Local: Estádio de Itaquera, São Paulo (SP)
Data: 22 de novembro de 2015, domingo
Horário: 17 horas (de Brasília)
Árbitro: Péricles Bassols Pegado Cortez (Fifa-RJ)
Assistentes: Danilo Ricardo Simon Maniz e Miguel Caetano Ribeiro da Costa (ambos de SP
Público: 44.976 pagantes (total de 45.469)
Renda: R$ 2.939.497,50
Cartões amarelos: Fagner e Edílson (Corinthians); Bruno e Thiago Mendes (São Paulo)
Gols: CORINTHIANS: Bruno Henrique, aos 26, Romero, aos 28, e Edu Dracena, aos 45 minutos do primeiro tempo; Lucca, aos 15, Romero, aos 18, e Cristian, aos 30 minutos do segundo tempo; SÃO PAULO: Carlinhos, aos 24 minutos do segundo tempo
Data: 22 de novembro de 2015, domingo
Horário: 17 horas (de Brasília)
Árbitro: Péricles Bassols Pegado Cortez (Fifa-RJ)
Assistentes: Danilo Ricardo Simon Maniz e Miguel Caetano Ribeiro da Costa (ambos de SP
Público: 44.976 pagantes (total de 45.469)
Renda: R$ 2.939.497,50
Cartões amarelos: Fagner e Edílson (Corinthians); Bruno e Thiago Mendes (São Paulo)
Gols: CORINTHIANS: Bruno Henrique, aos 26, Romero, aos 28, e Edu Dracena, aos 45 minutos do primeiro tempo; Lucca, aos 15, Romero, aos 18, e Cristian, aos 30 minutos do segundo tempo; SÃO PAULO: Carlinhos, aos 24 minutos do segundo tempo
CORINTHIANS: Cássio; Fagner, Felipe, Edu Dracena e Uendel (Yago); Ralf, Bruno Henrique, Danilo (Lincom), Rodriguinho (Cristian) e Lucca; Romero
Técnico: Tite
Técnico: Tite
SÃO PAULO: Denis; Bruno (Reinaldo), Rodrigo Caio, Lucão e Carlinhos; Hudson, Wesley (Edson Silva), Thiago Mendes e Michel Bastos; Rogério (Luis Fabiano) e Alan Kardec
Técnico: Milton Cruz (interino)
Técnico: Milton Cruz (interino)
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