"Não adianta assessor colocar nome em jornal", ironiza Dunga sobre vaga
Técnico da seleção brasileira evita comentar sobre Marcos Rocha, do Atlético-MG,
e elogia público cearense: "A gente tem de ir aonde as pessoas gostam de nós"
Ainda sem definir o substituto de Rafinha já que espera por Neymar, Dunga foi irônico ao comentar sobre nomes cotados para assumir a lateral direita da Seleção Brasileira nos dois primeiros jogos das Eliminatórias da Copa do Mundo, contra Chile e Venezuela. Em visita à Arena Castelão, em Fortaleza, na tarde desta terça-feira (29), o técnico do Brasil disse já ter um "plano B", mas despistou sobre Marcos Rocha, do Atlético-MG, e alfinetou que assessor não decide sobre convocados.
- Já temos tudo programado. Temos sempre o plano B. Tem o julgamento do Neymar. Se nós podemos contar com ele, melhor. Queremos contar com os melhores. Quanto à escolha de A ou B, eu tenho uma filosofia bem definida. Não adianta assessor colocar nome em jornal que não vai ser convocado - afirmou Dunga, após deixar marcas na Calçada da Fama do estádio, que receberá no dia 13 de outubro Brasil x Venezuela.
Dunga e o secretário Jeová Mota, em coletiva de imprensa (Foto: Ariel Gomes/Divulgação)
Antes de jogar em solo cearense, a seleção de Dunga enfrenta o Chile, no dia 8 de outubro, em Santiago. Ele diz que o motivo para que a seleção venha novamente a Fortaleza, que recebeu dois jogos do Brasil na Copa do Mundo 2014, é a de que ela precisa atuar onde é bem acolhida. No caso, o Ceará seria referência nesse aspecto. Por isso, a Capital cearense deve receber mais um jogo das Eliminatórias e seleção olímpica.
- O torcedor do Ceará é apaixonado pela Seleção Brasileira, pelo futebol. É um apaixonado durante o ano. As condições do estádio e em geral são apropriadas. Dentro das nossas análises, escolhemos estar aqui. A gente tem de ir aonde as pessoas gostam de nós. E aqui as pessoas gostam de futebol. E a gente tem de estar presente - explicou.
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"QUEREMOS DEMOCRATIZAR", DIZ SOBRE JOGADORES DO NORDESTE
O técnico da seleção disse que a logística de Fortaleza é perfeita para os jogos do Brasil e já estava ciente de que o gramado do estádio apresenta aspecto amarelado por ter recebido Brasil x Portugal de futsal.
Questionado sobre o fato de a seleção não ter jogadores que atuam no Nordeste convocados desde 2001, ele lamentou por clubes tradicionais como Ceará, Bahia, Sport e Vitória não revelarem tantos talentos como antes e não conseguirem segurar os jogadores diante das propostas de Sul e Sudeste.
Dunga e Gilmar Rinaldi visitaram Arena Castelão (Foto: Ariel Gomes/Divulgação)
- Primeiro que, quando um jogador se destaca em um clube do Nordeste, vem um clube do centro do País e compra. Ele acaba indo para esses centros maiores. Nos últimos tempos, perdeu-se o interesse de formar (jogadores). Então, clubes como Bahia, Vitória, Ceará e tantos outros tinham esse objetivo e deixaram um pouco de lado. Temos de repensar esse aspecto e voltar a ter essa formação. Gostaria de dar esse prazer a esses jogadores, independente de ser na seleção principal ou de base. O que nós queremos é democratizar - frisa.
Após a visita ao Castelão, Dunga foi ao Estádio Presidente Vargas, ao lado do coordenador de seleções Gilmar Rinaldi. Nesta noite, ele ainda deve assistir ao jogo entre Ceará e Luverdense, na Arena Castelão, pela Série B do Brasileiro.
Confira outros pontos da coletiva de Dunga
Sobre a desistência de Rafinha
- Eu não direi que é um susto. As gerações mudam. Uma das características da Seleção Brasileira é respeitar as individualidades. E muito. Quando pudermos ajudar, bem. Mas pensaremos sempre na seleção. Na minha época, jamais passaria pela minha cabeça uma oportunidade de seleção brasileira. No Brasil, nós, desde criança, somos acostumados em competir. Quando confio em mim, eu luto contra o mundo. Se eu tiver alguma dúvida, já não posso competir. Queremos jogadores comprometidos com a seleção brasileira. Ninguém tem o lugar garantido. O mais importante é você estar na seleção. Depois que eu estou, se você seguir ou não, vai depender de mim. Tem de arriscar. Nada é dado de graça. Queremos jogadores comprometidos, que não tenham nenhuma dúvida. Além da qualidade, temos de ser muito competitivos.
Confiança na seleção por Copa 2018
- Confio sempre na seleção. Sou altamente positivo. Desde quando eu comecei a entender de futebol, sempre foras difíceis as Eliminatórias. Que eu me lembre, uma das vezes que o Brasil classificou antecipadamente, foi em 2010. 90, 94, foi na última rodada. A gente tem de passar ao torcedor que nada é fácil. Mas tudo se conquista. Mas eu não entendo o motivo de colocar um pânico.
Diferença entre Ricardo Oliveira e Firmino
- O Ricardo (Oliveira) tem mais experiência de jogar de costas para o adversário, de fazer a parede, ter a imposição física além da técnica. O Firmino é um jogador que vinha tendo crescimento, teve essa troca de país e a adaptação, mas é um jogador que se movimenta mais na área. Tem uma característica um pouco diferente. Com o Ricardo, a gente ganha mais um homem de área que também sabe sair e jogar, mas a gente teve uma imposição física um pouco maior, além da técnica. A gente está olhando com muito carinho e atenção. Mas do que ninguém nós queremos vencer e trazer o sorriso ao torcedor de volta.
Dunga visita Arena Castelão e deixa marcas na Calçada da Fama do estádio cearense (Foto: Thaís Jorge)
Sobre o gramado do Castelão
- O gramado é bom. A qualidade do estádio, a logística e estrutura. Já sabíamos do evento (de futsal) que teve aqui. O gramado vai ter plenas condições de receber a Seleção Brasileira para ter um espetáculo.
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