CPI do Futebol aprova quebra do sigilo bancário de Marin
Em audiência repleta de tensão nesta quarta-feira, a CPI do Futebol aprovou a quebra do sigilo bancário do ex-presidente da CBF, José Maria Marin, que está preso nos Estados Unidos desde 30 de maio. As investigação abrangerão o período no qual o ex-mandatário esteve à frente da entidade, de março de 2012 até o dia de sua prisão.
O senador Paulo Bauer (PSDB-SC), vice-presidente da comissão e autor do requerimento, afirmou que o objetivo da quebra será investigar as propinas recebidas por Marin para negociar a venda dos direitos de transmissão de três edições da Copa América, além da Copa América Centenário, que acontecerá no ano que vem em solo norte-americano.
“O relatório da denúncia feita pelo Departamento de Justiça dos EUA, embasado em forte conjunto probatório, acusa o dirigente brasileiro de ter recebido como suborno duas parcelas de 3 milhões de dólares (R$ 12 mi), de um total de R$ 15 milhões prometidos pela empresa uruguaia Datisa, sócia da empresa de publicidade esportiva Traffic, que pertence ao empresário José Hawilla, também denunciado pela promotoria estadunidense”, disse o parlamentar. Além da Copa América, a venda dos direitos de transmissão da Copa do Brasil em 2012 também será motivo de investigação.
Durante a sessão, houve alguns momentos de tensão. Um deles envolveu o presidente da CPI, o ex-jogador Romário (PSB-RJ) e João Alberto (PMDB-MA). Segundo o maranhense, o futebol brasileiro seria “um dos mais organizados do mundo”. O Baixinho discordou veementemente da afirmação: “Discordo 100% do que o senhor acabou de falar. Primeiro que nosso futebol não é organizado, é um dos mais desorganizados do mundo; segundo, não temos dirigentes bons e ruins, temos ruins e péssimos”.
Romário ainda garantiu que não medirá esforços para tirar da presidência da CBF o sucessor de Marin, Marco Polo Del Nero, definido por ele como “um câncer do nosso futebol”.
Na próxima semana, a CPI irá receber alguns presidentes de federações espalhadas pelo país. Reinaldo Rocha Carneiro Bastos (Paulista), Rubens Lopes (Carioca), Castellar Modesto Guimarães Neto (Mineira), Evandro Barros de Carvalho (Pernambucana) e Gustavo Vieira (Espírito Santo) são os dirigentes confirmados até o momento.
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