Guia do Piauiense: sem Bode, edição 2017 quer esquecer percalços de 2016

Depois de o River comemorar três taças seguidas, qual será a equipe capaz de tirar sua hegemonia? Comercial-PI está fora por falta de dinheiro. GE analisa time a time

Header_CAMPEONATO_PIAUIENSE (Foto: Infoesporte)
Depois de uma edição centenária com título decidido no tribunal, partida sem árbitro, WO do Caiçara e falta de dinheiro entre os clubes, o Campeonato Piauiense de 2017 tem a missão de esquecer completamente o ano passado, que deveria ter sido apenas de festa pela data especial. 
O estadual começa com uma baixa antes mesmo da primeira rodada. O Comercial-PI desistiu de participar porque não teria dinheiro para bancar o elenco. Com isso, sete clubes brigam pela taça: três da capital (River-PI, Piauí e Flamengo) e quatro do interior (Altos, Parnahyba, Picos e 4 de Julho). Com menos um, serão três jogos por rodada e um clube folga. Houve também mudança no rebaixamento. Apenas um vai cair, o que aumenta a briga lá embaixo na tabela.
O Piauiense tem outras desafiadoras missões: 1 – acabar com a previsibilidade das suas edições. O River-PI foi campeão nos últimos três anos. 2 – aumentar a média de público. A torcida tem pouco prestigiado, a edição de 2016 recuou em 22% a média de torcedores presentes nos estádios. O preço médio dos ingressos em 2017 é de R$ 27
E o que esperar dos clubes? O GloboEsporte.com fez uma análise de cada um. Confira abaixo e não se esqueça de deixar seu comentário. 
Header Campeonato Piauense - River-PI (Foto: Editoria de arte)

River-PI campeão do primeiro turno do Piauiense (Foto: Josiel Martins)River-PI comemora título em 2016. Todo o elenco do ano passado foi embora (Foto: Josiel Martins)
Atual tricampeão estadual, o River-PI é um forte candidato ao título. O ano, porém, começa com menos expectativa após o rebaixamento do clube à Série D do Campeonato Brasileiro. O elenco que vinha sendo mantido há dois anos acabou dispensado. Com a reformulação, novas contratações – algumas desconhecidas do torcedor – chegaram ao Poleiro do Galo. Entre os remanescentes, apenas Amorim e o goleiro Robson foram utilizados pela nova comissão.  
Com 33 atletas, o Galo disputará, além do Piauiense, o Nordestão, a Copa do Brasil e a Série D do Brasileiro. Mas a principal mudança foi no comando. Waldemar Lemos, que treinou Flamengo, Fluminense e Cabofriense, faz sua primeira passagem pelo futebol piauiense com um jeito diferente de trabalho. Modesto e com técnicas desconhecidas até então, Lemos trabalha ativamente na pré-temporada do time. O técnico faz questão de treinar e orientar os jogadores em suas devidas posições e incrementou a “bolinha da dificuldade”, durante as atividades. O treinador tem um relacionamento aberto com o grupo, faz correções quando necessárias e elogios sempre que possível. 
As contratações chegaram de forma moderada, mas eficiente. Mesmo desconhecidos no cenário piauiense, o elenco tem nomes de referência como o atacante Rodrigo Tiuí e do goleiro Rodolpho. Ambos trabalham em grandes clubes na década de 2000 e chegam com experiência ao Poleiro. A preparação do Galo começou no começo de janeiro. 
Header Campeonato Piauense - Flamengo-PI (Foto: Editoria de arte) 
Depois de uma temporada ruim em 2016, quando foi lanterna do seu grupo na Copa do Nordeste e ficou em 5º no Campeonato Piauiense, perdendo assim a vaga em competições nacionais e regionais, o Flamengo-PI busca se reerguer. O clube, que não é campeão estadual desde 2009, trouxe de volta o técnico Celso Teixeira, que comandou o time em 2013 e ajudou a recontratar alguns jogadores daquela época, quando terminou o estadual na terceira posição. Em pré-temporada desde o início de janeiro, o time não fez nenhum amistoso, mas aposta no desenvolvimento durante os treinos para chegar bem no campeonato.
Eduardo, Flamengo-PI  (Foto: Stephanie Pacheco)Eduardo retorna ao clube onde foi revelado (Foto: Stephanie Pacheco)
A principal contratação do Flamengo-PI foi justamente a primeira. O atacante Eduardo, vice-campeão da Série D em 2015 pelo River-PI, chega para ajudar dentro de campo e fora dele, na função de diretor administrativo. Fabinho é outro riverino que também assinou com o Leão. Outras contratações naufragaram: o goleiro Naylson e o zagueiro Rafael Araújo desistiram de fazer parte do Leão – que é o novo mascote do Rubro-Negro.  
Por indicação de Celso Teixeira, chegaram nomes que trabalharam com ele em 2013, como Léo Maceió e Neílson. Capela e Vitor Recife retornam após o Piauiense de 2016, e a diretoria trouxe destaques de outras equipes como os laterais Barata e Tiaguinho e o atacante Américo, que disputaram a última temporada pelo Altos. O cenário do Fla é de recuperar o posto entre os grandes. 
Header Campeonato Piauense - Parnahyba (Foto: Editoria de arte)
O Parnahyba foi o único time a manter o técnico do ano passado. Fernando Tonet, comandante do Tubarão na Série D do Campeonato Brasileiro, deu sequência ao trabalho iniciado em 2016. Amante da organização tática, o treinador tem justamente na continuação o maior trunfo no estadual. O termômetro do time tem sido os amistosos. Foram duas vitórias por 4 a 0, mas Tonet mostrou como deve ser o nível de exigência: criticou bastante os erros em excessos nas finalizações.  
Com frustrações nos últimos anos, onde ficou fora das decisões, o Parnahyba quer retomar seu posto. O último título foi em 2013, quando empatou com o River-PI no Lindolfo Monteiro. O ponto forte é a torcida azulina, que tem uma das maiores médias de público do campeonato.  
Parnahyba, amistoso  (Foto: Glaúcio Júnior )Parnahyba usa parte do elenco do ano passado e recorre a velhos nomes da torcida (Foto: Glaúcio Júnior )
O elenco tem alguns nomes do ano passado – zagueiro Gilmar Bahia, o lateral Thiago Granja, o volante Ramon, o volante Marcos Gasolina e o atacante Fabiano. O clube também investiu. Trouxe o atacante nigeriano Yerien Richmind, o lateral Sideval, o volante Xinho e o atacante Da Silva. 
Header Campeonato Piauense - Altos (Foto: Editoria de arte)
O Altos chegou desbancando os grandes. Em 2016, não foi coadjuvante – embora tenha ficado no quase no Campeonato Piauiense, foi vice-campeão após perder o título do returno por escalar um zagueiro de forma irregular, e eliminado da Série D nas oitavas perto do acesso. O time que empolgou, tem assim missão de manter o embalo.   
Manoel, atacante do Altos (Foto: Luís Júnior )Manoel tem contrato renovado e é o principal nome do time do Altos (Foto: Luís Júnior )
A primeira mudança para 2017 foi no comando, saiu Nivaldo Lancuna, responsável pelo acesso à elite do estadual, e entrou Francisco Diá. Com um estilo totalmente diferente, Diá se caracteriza pelo exigência, o tom enérgico de poucas palavras, mas muito observador. O currículo do treinador tem o vice-campeonato da Copa do Nordeste de 2016 pelo Campinense.  
Do começo de 2016 até agora muita coisa mudou. Apesar do status de favorito, o detalhe fica com a renovação do elenco que ainda sofre com a adaptação. O grupo foi completamente repaginado. Apenas seis jogadores do ano passado continuam – destaque para o atacante Manoel, o meia Esquerdinha e os zagueiros Vitor e Leone. Entre os reforços, o destaque fica com o meia Victor Xavier, que disputou a Série A do Brasileiro com a camisa da Ponte Preta. Na pré-temporada, foram baixas importante no elenco. Entre elas, o atacante Hudson, ex-Fortaleza, e o lateral Apodi.  
As atenções do Altos não estão restritas apenas ao estadual. O Jacaré tem a Copa do Nordeste e a Copa do Brasil acontecendo simultaneamente. Essa carga de jogos – o time não está acostumado a ela – pode ser ruim. Mais na frente, o Altos disputa a Série D do Campeonato Brasileiro. 
Header Campeonato Piauense - Picos (Foto: Editoria de arte)
Treino Picos (Foto: Divulgação)Picos tem Lancuna como treinador (Foto: Divulgação)
O Picos chega para o Piauiense 2017 com a meta de trazer de volta os tempos áureos da década de 90, quando a equipe conquistou os quatro títulos estaduais de sua história, o último em 1998. Em 2016, o time foi vice-campeão do primeiro turno, mas não manteve a pegada na segunda metade do campeonato e não chegou sequer às semifinais, perdendo também a chance de disputar uma vaga na Série D. O clube foi um dos primeiros do estado a montar o seu elenco e iniciou a pré-temporada no dia 3 de janeiro.  
Mais uma vez, o Picos chega como um dos favoritos ao título do campeonato, e muito disso se deve às contratações que foram feitas para esta temporada, a começar pelo técnico Nivaldo Lancuna. Eleito pela FFP melhor treinador do Piauiense, em 2016 ele comandou o Altos que, com seu futebol ofensivo e boas campanhas no estadual e na Série D, foi a sensação do futebol do estado neste ano.
Além dele, o time também trouxe do Altos o volante Fred e o lateral-direito Jean, ambos também presentes na seleção do Piauiense. Para completar a lista dos melhores do estadual trazidos para o Zangão, o lateral esquerdo Rian e o meia Idelvando vieram do Parnahyba. Outros nomes que merecem destaque são o atacante Lucas Guma, artilheiro do Campeonato Sul-mato-grossense, e o retorno de Raphael Freitas, terceiro maior artilheiro da história do Zangão, segundo as contas do próprio jogador. A projeção mostra o Zangão um dos favoritos ao título. 
Header Campeonato Piauense - Piauí  (Foto: Editoria de arte)
Sob o comando do treinador Marcão, velho conhecido da torcida rubro-anil, o Piauí continua sua sina: tentar conquistar um título estadual que não vem desde 1985. Com um elenco renovado e apostando em jogadores promovidos do sub-19 – a média de idade é entre 19 a 24 anos – o  time mistura a jovialidade com a experiência de atletas que defenderam a equipe em outras temporadas.
Jogo-treino do Piauí  (Foto: Reinaldo Barros/Piauí Esporte Clube)Elenco do Piauí (Foto: Reinaldo Barros/Piauí Esporte Clube)
A aposta é manter um elenco competitivo dentro dos padrões financeiros do clube. O Enxuga Rato traz jogadores conhecidos da torcida: o goleiro Lucas Conceição, os atacantes Silas e Testinha, o meia Pabhollo e o lateral Mury.  
Em 2016, o Enxuga Rato conseguiu ficar na 6ª colocação geral do Campeonato Piauiense com um elenco sem tantas estrelas e cercado de problemas financeiros que motivaram paralisações dos treinos durante a competição. Em 2017, a diretoria promete mais organização: as outras seis equipes vêm com elencos competitivos e podem deixar o Rubro-Anil perto do rebaixamento. Então, atenção máxima. 
Mini HEader - 4 de julho-PI (Foto: Editoria de Arte)
Técnico Luís Miguel, 4 de Julho  (Foto: TV Clube)Com Luís Miguel, 4 de Julho se torna um time competitivo no estadual (Foto: TV Clube)
Buscando o quarto título da sua história, o Colorado volta à elite depois de ter sido campeão da Série B do Piauiense. Sob o comando do português Luís Miguel, o time ganha o perfil estrategista, inteligente e tático. Características que fazem um equilíbrio entre os atletas remanescentes e contratados. O orçamento enxuto é a ordem em Piripiri.  
Sem estrelas, mas com a determinação técnica, o 4 de Julho poderá surpreender. O primeiro a sentir isso foi o time do Altos, que em amistoso perdeu para o clube de Piripiri por 2 a 1. O clube vem embalado com o acesso, mas nada que possa colocá-lo como um dos favoritos ao título. Com 26 jogadores (nove contratados, 10 do elenco remanescente e sete promovidos da base) o momento é de expectativa. A dificuldade dos adversários em jogar na Arena Ytacoatiara pode ser o coringa da equipe, e o time entra com o elenco competitivos.

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