À la 2014, Copa na Rússia reserva voos longos e 'viagem macabra' a seleções
Quando o secretário-geral Jérôme Valcke garante que a Fifa “aprendeu algumas coisas” com a Copa do Mundo realizada no Brasil em 2014, espera-se que o conhecimento adquirido ajude a aprimorar os torneios seguintes. A julgar pelo calendário do Mundial de 2018, divulgado nesta sexta-feira pela entidade, o deslocamento das seleções será um desses pontos de evolução – mas não tão bem desenvolvido. Um país com o dobro da extensão territorial do Brasil organiza a primeira fase na qual as delegações viajarão muito menos do que no ano passado.
Os azarados de 2014 foram os norte-americanos, obrigados a percorrer 5,6 mil km pelo Brasil durante a primeira fase da última Copa do Mundo – os EUA jogaram em Natal, Manaus e Recife. Quatro anos depois a mais prejudicada será a seleção presente no pote 3 que for sorteada no grupo C: viajará 4,3 mil km. Ainda é muito, mas 24% menos do que o ‘recorde’ alcançado pelos Estados Unidos no Mundial do ano passado.
A Rússia tem extensão territorial de 17,1 mil km², mais que o dobro do Brasil (8,5 mil km²), mas a Copa do Mundo está limitada à região ocidental do país. Assim as distâncias entre as cidades são muito menores do que poderiam. Mas nem tudo são flores no planejamento russo para o principal torneio de futebol do mundo.
De tamanho continental, o país não abriu mão de ter 12 cidades-sede na competição. A exemplo do que aconteceu no Brasil, a escolha dificulta a logística da disposição das partidas porque “espalha” a Copa do Mundo em um território amplo.
AFP
Grupo desigual – Tanto a seleção de maior deslocamento na primeira fase quanto a de menor estão no grupo C. O país sortudo será o do pote 4 que for sorteado na chave, que é marcada pela desproporção entre as viagens. Enquanto a seleção “C3” sobrevoará 4,3 mil km, a “C4” viajará por 1,5 mil. Para efeito de comparação, na Copa de 2014 a diferença das viagens de EUA e Bélgica (5,6 mil e 698 km, respectivamente) foi de quase 5 mil quilômetros.
Voo perigoso – Entre os deslocamentos está um voo no mínimo desconfortável. Três seleções (não definidas, visto que ainda serão jogadas as Eliminatórias) correm risco de sobrevoar zona de conflitos na Ucrânia durante a primeira fase. As viagens de “C3”, “D4” e “H4” começam em Kaliningrado, sede em território ‘ilhado’ entre Lituânia e Polônia, e vão rumo ao sul da Rússia, onde estão localizadas quatro cidades-sede: Krasnodar, Rostov-on-Don, Sochi e Volgogrado.
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