Maradona provoca o Brasil e exalta Messi: "É grande com ou sem a Copa"
Ídolo argentino cutuca Riquelme, critica a AFA, canta hit de 2014 com versão "7 a 1" e enaltece camisa 10 do Barça: "Em 56 anos, nunca vi ninguém fazer o que ele faz"
Maradona faz o sete com as mãos: "Decime que se siete" (Foto: Reprodução/TyC Sports)
Não é necessário muito para que Maradona declare algo, no mínimo, curioso. Imagine quando o ídolo argentino está com um microfone por duas horas e meia. Pois foi o que aconteceu nesta quinta-feira. Em longa entrevista ao canal “TyC Sports”, El Diez falou sobre tudo. Escalou sua melhor Argentina de todos os tempos, detonou a AFA (Associação de Futebol Argentino), cutucou Riquelme, mostrou confiança na atual direção da Fifa, provocou – de leve – o Brasil e exaltou Messi. Ele vê o camisa 10 do Barcelona como um dos grandes craques que surgiu na história do futebol.
– Em 56 anos, não vi ninguém fazer o que ele faz, seja nos treinamentos ou nos jogos. Não me importa a Copa do Mundo. Mesmo que não a ganhe, não vai apagar o que eu vi. Isso é para os críticos, que dizem que se ele não a (Copa do Mundo) levanta, não é grande. Ele é grande com ou sem a Copa. Há que agradecer a Deus por ele (Messi) ser argentino. Não vou tolerar que alguém diga que Messi é o fenômeno que é por não ganhar a Copa – declarou o campeão mundial de 1986.
O maior ídolo do futebol argentino também não perdeu a chance para dar uma leve provocada nos brasileiros. O ex-jogador cantou o hit da Copa do Mundo de 2014 “Decíme que se siente”, mas em uma outra versão: com “siete” – sete em espanhol – no lugar de “siente”, em referência ao 7 a 1 da Alemanha sobre os brasileiros. Ele já havia feito essa provocação antes.
– “Brasil decime que se siete”... porque agora é “siete”, já não é “siente”. Nós nos comemos com seis da Bolívia. E aí? Vamos negar? Tiramos eles do Mundial (1990) e dos Jogos Olímpicos (2008). Eu tenho amigos e respeito a muitos jogadores lá, mas na hora do futebol, eu sou mais forte que eles – brincou Maradona.
Maradona abraça Messi na Copa de 2010: "Em 56 anos, não vi ninguém fazer o que ele faz" (Foto: Agência Reuters)
Veja outros trechos da entrevista de Maradona:
RIQUELME E TEVEZ
– Ele está bravo comigo. Tem algum problema comigo, não eu com eles. Se eu o vejo, o cumprimento. Ele quis ir embora da seleção, eu não saí. Eu cometi o pecado de dizer como queria que ele jogasse. Ficou bravo por isso e lamento. Eu era o técnico! Como ia dizer como queria que jogue? Quando Tevez fez gol no River no clássico, ele (Riquelme) não falou nada. Mas quando o River foi campeão da Copa Argentina, falou. Isso me enfurece. Não gosto que digam coisas que entristeçam o torcedor do Boca. Já o torcedor do Boca não pode dizer absolutamente nada de Carlitos. Veio quando todos o queriam! Deu ao Boca tudo o que tinha e agora foi se divertira na China. Que vá! Qual o problema?
APROXIMAÇÃO COM A FIFA
– Ganhei uma luta de muitos anos. Jamais vou ser panqueca, não vou mudar minhas ideias e ideais. Lutei contra a Fifa por quase 30 anos e hoje posso assegurar que estamos armando uma equipe muito linda, com (Zvonimir) Boban, Van Basten, Infantino. Perdi a conta das reuniões que se fez entre todos os que estavam lá.
Quando Tevez fez gol no River no clássico, ele (Riquelme) não falou nada. Mas quando o River foi campeão da Copa Argentina, falou. Isso me enfurece"
Maradona, sobre Riquelme
A AFA
– Falei com Infantino sobre vários temas. Se quem está sujo, que fazia negócios com (Julio) Grondona, com (José Luis) Meizner e um monte de gente da AFA fez muitos danos. Quando terminamos a conversa, ele me disse que não ia tremer as mãos de nenhuma maneira. Que ‘se seguem roubando, vou cortá-los do futebol. Não me tremem as mãos nem mesmo que venham chorando ajoelhados’. Foi o que me disse. Na AFA há de tudo: alguns de dupla face, outros que não falam e estão todos equivocados. Não temos representante na Conmebol e na Fifa. Por isso estou pedindo rapidamente a designação de Infantino para entrar na AFA e ver os problemas. Entrar com gente que saiba, idónea.
A ARGENTINA DE TODOS OS TEMPOS
– Fillol; Cuciuffo, Perfumo, Passarella e Tarantini; Ardiles, Gallego, Enrique e Maradona; Messi, Kempes/Batistuta. Como faço para eleger entre Kempes e Batistuta? Tenho mais dúvidas que Macri (presidente argentino). O treinador é (Cesar Luis) Menotti. Com todos os técnicos que passaram por mim, César é o que mais me deu soluções. Sabe tanto de futebol e explica muito bem. Foi o maior. A cada conversa parecia que te renovava o ar.
“É DIFÍCIL SER MARADONA”
– Todos creem que ser Maradona é fácil. Viver em Dubai, ter o melhor, mas eu vivo dos meus afetos (família). Eu vivo de (cuidar) se minha irmã fique doente ou que passe algo ao meu sobrinho. É a minha vida. Eu tive tudo o que queria ter e sigo trabalhando, graças a Deus. Em compensação não posso ir ao cinema, fazer compras com a mulher, sair e caminhar pelo Obelisco, são coisas que todo mundo faz e eu não posso fazer.
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