Dakar tem mais mulheres do que brasileiros e uma promete surpreender
O Rali Dakar de 2015 tem mais do que o dobro de mulheres em relação a brasileiros. Se são cinco representantes do País, há 11 participantes femininas, e uma já com destaque. A espanhola Laia Sanz ficou em 16º lugar nas motos no ano passado mesmo sem integrar o time oficial de fábrica da Honda. Agora, está na principal equipe da montadora japonesa com esperança de resultado ainda melhor.
Aos 29 anos, Laia Sanz vai para a sua quinta participação no Dakar, e chamou atenção sua evolução do 93º lugar em 2013 para a 16ª posição em 2014. A catalã se destaca em provas do trial, que exigem equilíbrio em cima da moto, e de enduro, modalidade mais similar ao rali por também contar com navegação. Até concorrentes apostam nela.
“A Laia, no ano passado, fez um excelente resultado. Faz frente para qualquer piloto. Acelera mesmo e está em uma superequipe, com uma supermoto. Estará brigando também”, apostou o brasileiro Jean Azevedo, que pilota moto da equipe sul-americana da Honda, satélite do time principal que conta com Laia.
A espanhola, por sua vez, faz de tudo para tirar a pressão de si na primeira chance de disputar o Dakar com grandes equipamentos. “A moto, por ser de fábrica, é melhor, e a equipe também. Estou treinando e mais bem preparada do que nos outros anos, mais focada no Dakar. Mas vai ser muito difícil repetir o resultado do ano passado, quando deu tudo muito certo e quase não errei. Esperam muito de mim e pretendo correr assim também neste ano, mas não me pressiono para isso”, disse.
Laia decidiu se aventurar pilotando motos porque passou a infância e adolescência guiando os veículos que seus irmãos mais velhos não usavam mais. Agora, opta por tirar o favoritismo de si, citando antes os também espanhóis Marc Coma, tetracampeão do Dakar, e Joan Barreda, seu companheiro na Honda.
Mas, caso até se surpreenda e fique com o título, Laia será a segunda mulher campeã no Dakar. Até agora, a única a conseguir esse feito foi a alemã Jutta Kleinschmidt, que pilotou o caro que garantiu a primeira posição geral em 2001, quando o Dakar ainda saia da Europa para a África.
Depois de 14 anos, ainda é difícil ser mulher no rali. “Sinto mais responsabilidade por ser uma mulher. No fim, você é mais observada, porque todos ficam olhando o que você vai fazer. Eu acabo me dedicando à moto duas vezes mais. Mas estou acostumada”, admitiu Laia.
A catalã da Honda tem só uma concorrente entre as motos, a também espanhola Rosa Romero. Há ainda representantes femininas nos quadriciclos e nos carros, categoria esta que concentra a maioria das competidoras. As francesas Catherine Houlès e Sandrine Ridet até escolheram um carro rosa para destacar a participação.
“Tenho contato com as outras mulheres, eu as conheço, mas, para mim, é a mesma coisa. São todas participantes do Dakar e rivais de si mesmas, como ocorre com todos. O rali é uma prova que exige errar pouco, é nisso que você precisa pensar. O maior rival de um piloto no Dakar é ele mesmo. Por isso, fico concentrada na minha corrida, em fazer o melhor para os meus resultados”, falou Laia.
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