Calmaria, suor e testes: os 13 dias do Botafogo em Várzea das Moças

Longe do assédio, o técnico René Simões aproveita as duas semanas de retiro em Niterói, RJ, para começar a dar cara ao grupo alvinegro

Por Marcelo BaltarRio de Janeiro

Foram 13 dias para arrumar a casa e começar a montar a equipe que planeja levar o Botafogo de volta à elite do futebol brasileiro. Várzea das Moças, em Niterói, no Rio de Janeiro, foi o local escolhido pelo Botafogo para apagar o incêndio de 2014 e dar início ao projeto de ressurreição. Na calmaria do Centro de Formação de Atletas (Cefat), o técnico René Simões começar a dar a cara do time para a temporada.

No período, o Botafogo teve dois testes em jogos-treino. O Alvinegro perdeu para o Gonçalense por 1 a 0, no último sábado, mas mostrou significativa evolução na vitória por 2 a 0 sobre o Barra Mansa, na quarta-feira, com gols de Bill e Sassá. Os resultados, no entanto, pouco importam neste momento de reformulação.

Botafogo fez sua pré-temporada em Várzea das Moças, em Niterói, RJ (Foto: Marcelo Baltar)

O local calmo, longe do assédio de torcedores e de qualquer tipo de badalação colaborou para  o entrosamento do elenco. Dentro e fora de campo. A estrutura do CT surpreendeu.

- Lamento muito não ter um CT como esse no Rio. Passando por pequenas correções, temos aqui um centro de alto nível. É muito gostoso. A estrutura segurou bem, foi excepcional. Só tenho a agradecer aos proprietários. Que fique mais uma vez a lição para os clubes cariocas - disse o técnico René Simões, após o último treino no local, na tarde desta sexta-feira.

A primeira semana foi praticamente toda voltada para a parte física. Nas mãos do preparador físicos Marcello Campello, os jogadores ralaram debaixo de um sol escaldante e temperaturas na casa dos 40ºC.

René Simões trabalhou para dar cara ao Bota de 2015 (Foto: Carlos Moraes / Agência Estado)

- Esse é o momento de forçar. Na verdade, não é o ideal. O ideal seriam quatro semanas, como é na Europa. Mas não vou reclamar. Já está melhor do que nos outros anos. Quase todos os jogadores me surpreenderam. O jogador brasileiro está mais profissional e consciente da importância da parte física. Quase todos se apresentaram em boa forma. Isso já adianta bem o trabalho. O ápice do jogador será no quarto ou quinto jogo - avaliou o preparador.

Marcello Campello também elogiou a escolha do Cefat. O preparador físico disse que foi surpreendido positivamente pela estrutura do CT e que o fato de trabalhar no Rio de Janeiro, ao contrário dos outros três grandes clubes do Estado, pode ajudar o Botafogo no início do Campeonato Carioca:

- Ficamos em um local próximo (do Rio de Janeiro). Isso é importante pela logística. A temperatura é a mesma que enfrentaremos durante os jogos. Estamos simulando tudo. O CT aqui é excelente. Uma surpresa positiva que tivemos.

Os trabalhos, no entanto, não ficaram restritos à parte física. René Simões arregaçou as mangas e fez testes e mais testes. Com um grupo reformulado em mãos, o treinador foi incansável na busca pela formação ideal.