Guia do Goianão: rivalidade e Wendell Lira geram expectativa pelo estadual
Retorno do Vila Nova e dérbi de Anápolis são promessas de bons clássicos, vencedor do Prêmio Puskás atrai holofotes, e massagista folclórico puxa lista de curiosidades
Wendell Lira, vencedor do Prêmio Puskás. Esquerdinha, folclórico massagista que já invadiu campo para evitar gol. Velhos conhecidos do futebol como Daniel Carvalho, Frontini, Léo Gago, Toró, Júnior Viçosa, Gladstone e Nonato. Ex-craques que se tornaram técnicos. Mascotes inusitados como buldogue e camaleão. Essas são algumas das atrações que prometem movimentar os gramados de Goiás ao longo do Goianão 2016, que começa neste fim de semana e vai até maio.
O principal estadual da região Centro-Oeste volta a campo com duas partidas de abertura já neste sábado: Atlético-GO x Crac no Serra Dourada, em Goiânia, e Aparecidense x Trindade no Anníbal Batista de Toledo, em Aparecida. Goiás, maior vencedor da história da competição com 25 títulos, e Vila Nova, que retorna à elite após conquistar a Divisão de Acesso, protagonizam no domingo o primeiro clássico do ano. Anapolina x Anápolis e Goianésia x Itumbiara completam a rodada inicial.
A 73ª edição do Goianão mantém a fórmula de disputa com dois grupos e três turnos na fase de classificação. Além de apresentar um pouco da história e do panorama atual dos dez clubes, o GloboEsporte.com cita algumas curiosidades do estadual que está para começar.
Wendel Lira poderá buscar o bicampeonato do Prêmio Puskas? O Campeonato Goiano está aí para isso, e o Premiere fará a cobertura. Serão transmitidos mais de 15 jogos do estadual. O Premiere exibirá todas as partidas do Goiás, Atlético Goianiense e Vila Nova. Tudo isso em HD. Os jogos também estarão disponíveis, ao vivo, no Premiere Play.
Torcida fanática da Rubra costuma roubar a cena (Foto: Divulgação/Associação Atlética Anapolina)
A principal arma da Anapolina continua fora de campo. Dona de torcida fanática, a Xata conta com apoio da massa novamente para continuar justificando o apelido e superando os favoritos. No ano passado, o clube arrancou bem, mas perdeu o embalo durante o segundo turno e acabou eliminado na primeira fase.
Apesar do histórico de duas semifinais disputadas nos últimos cinco anos, a Anapolina mantém os pés no chão. Com orçamento modesto, aposta no trabalho do técnico Jorge Saran, semifinalista com o Goianésia no ano passado, e na vontade do elenco, que não é composto por grandes estrelas.
O primeiro objetivo, segundo a diretoria rubra, será a permanência na primeira divisão. Outro “reforço” deverá ficar pronto ainda em 2016. O clube espera finalizar as obras no novo Centro de Treinamentos, que possibilitará ao clube ser mais forte e autossustentável nos próximos anos.
De volta à primeira divisão, o Anápolis aposta em nomes badalados para não fazer feio como em temporadas anteriores. A começar pelo banco. O treinador é Ramon Menezes, debutante na função. Ao fechar com o Galo da Comarca no ano passado, Ramon comandou o Evangélica, time que formou parceria com o Anápolis, na terceira divisão do Campeonato Goiano. Famoso pelas cobranças de falta e pela técnica quando jogava, Ramon Menezes espera decolar em nova função.
Ainda fora das quarto linhas o time conta com a experiência de Fabinho, ex-volante que atuou em clubes importantes como Santos e Fluminense e que foi campeão mundial no Internacional em 2006. Fabinho é o gerente de futebol e comanda o dia a dia do Galo no CT da Boavista. Mas em campo o time também apresenta suas cartas marcadas.
O meio-campo do Anápolis poderá ser formado pelo volante Toró, campeão brasileiro no Flamengo em 2009, e pelo meia Lenílson, campeão brasileiro pelo São Paulo em 2006. A ideia da diretoria é que os jogadores ajudem a base montada a levar o clube pelo menos para a fase final. Com projeto a médio e longo prazo, o Anápolis quer mostrar que não está para brincadeira e quer conquistar uma vaga na Série D para garantir bom calendário em 2017.
Ex-Fla e Flu, volante Toró, eterno xodó de Joel Santana, está de volta ao Brasil pelo Anápolis (Foto: Divulgação/Anápolis)
Esquerdinha: massagista está entre as curiosidades do Goianão 2016 (Foto: Reprodução/TV Anhanguera)
Galgando degraus no Campeonato Goiano desde 2011, quando se firmou na elite do estadual, a Aparecidense foi avançando estágios ao longo dos anos. Em 2012, a classificação bateu na trave. Em 2013, foi semifinalista. No ano passado, chegou à tão sonhada decisão e é a atual vice-campeã após perder o título para o Goiás.
Além do histórico recente ser positivo, o Camaleão manteve e base da última edição. Se a campanha em 2016 não for boa, não será por falta de entrosamento. Continuam no clube nomes como Clayton Sales, Leonardy, Paulo César, Geovane, Washington e Robert, eleito pelos internautas o craque do Goianão no ano passado. O meia Willian Kozlowski e o atacante goleador Tozin chegaram a acertar com a diretoria, mas depois optaram por sair de olho em propostas mais vantajosas financeiramente.
A comissão técnica comandada por Márcio Goiano conta ainda com um personagem que se tornou folclórico no futebol brasileiro: Esquerdinha, massagista que em setembro de 2013 invadiu o campo para evitar um gol do Tupi-MG sobre a Aparecidense nas oitavas de final da Série D. Após cogitar lançar candidatura como deputado em 2014, ele voltou ao futebol e segue no Camaleão.
Além do histórico recente ser positivo, o Camaleão manteve e base da última edição. Se a campanha em 2016 não for boa, não será por falta de entrosamento. Continuam no clube nomes como Clayton Sales, Leonardy, Paulo César, Geovane, Washington e Robert, eleito pelos internautas o craque do Goianão no ano passado. O meia Willian Kozlowski e o atacante goleador Tozin chegaram a acertar com a diretoria, mas depois optaram por sair de olho em propostas mais vantajosas financeiramente.
A comissão técnica comandada por Márcio Goiano conta ainda com um personagem que se tornou folclórico no futebol brasileiro: Esquerdinha, massagista que em setembro de 2013 invadiu o campo para evitar um gol do Tupi-MG sobre a Aparecidense nas oitavas de final da Série D. Após cogitar lançar candidatura como deputado em 2014, ele voltou ao futebol e segue no Camaleão.
Uma boa novidade é o retorno de Wagner Lopes. Ex-atacante de sucesso e naturalizado japonês, o treinador quase levou o clube ao acesso para a Série A do Campeonato Brasileiro em 2014. Com ele, o Atlético-GO espera ter boa arrancada nesta edição do Campeonato Goiano para não correr o mesmo risco do ano passado, quando caiu de forma precoce.
Após início desastroso, o clube até reagiu na metade final da primeira fase, porém, a pontuação não foi suficiente para a classificação. Foi a primeira vez desde 2005, quando ainda estava na Divisão de Acesso, que o Dragão não se classificou para a semifinal. Entre os contratados, nenhum nome badalado. A maioria foi indicada por Wagner Lopes. Campeão nos anos de 2007, 2010, 2011 e 2014, o Rubro-Negro quer retomar o caminho das conquistas.
Diferente da última temporada, o clube entra na disputa mais organizado. Muitos jogadores saíram, porém, sem problemas extracampo que atrasaram o planejamento para 2015, a diretoria conseguiu manter uma base que poderá ser importante na temporada. Lá estão novamente Márcio, Marcus Winícius, Marllon, Lino, Pedro Bambu, Jorginho e Júnior Viçosa, talentos da equipe rubro-negra.
Técnico do Atlético-GO, Wagner Lopes foi atacante do Japão na Copa do Mundo de 1998, na França (Foto: Divulgação)
Ex-goleiro da Roma e do Santos, Júlio Sérgio é o técnico do Crac no Goianão (Foto: Getty Images)
Renovar é preciso. Após fracas campanhas nos últimos anos, o Crac, único time do interior a ter conquistado dois títulos goianos na primeira divisão, aparece com elenco, comissão técnica e diretoria jovens. A boa campanha na Série D do ano passado favoreceu a permanência de Júlio Sérgio, ex-goleiro do Santos e do Roma.
Aos 37 anos, ele está em sua segunda temporada como treinador e em seu primeiro time, já que começou no próprio Leão do Sul em 2015. Júlio é o técnico mais novo do Goianão. A equipe de suporte também é jovem. O gerente de futebol é Lucas Pena, que auxilia em tudo, desde o registro dos jogadores até a logística do em viagens. Lucas tem só 27 anos. O presidente Hélder de Castro, que assumiu no ano passado, tem 37 anos.
O elenco do Crac é composto por uma base construída ainda na Série D do ano passado. Destaque para os membros da defesa, como o goleiro Gilberto, um dos remanescentes. Para o Leão do Sul, um bom time começa com uma boa defesa. O Crac aposta na simplicidade e na organização para se dar bem e voltar a ser forte no estadual.
O Goianésia perdeu Wendell Lira, mas manteve boa parte do elenco que conseguiu chegar à semifinal pela terceira temporada consecutiva no ano passado. A experiência está presente em todos os setores do campo, desde o zagueiro e capitão Luciano, de 37 anos, até o meia Weslley, de 33, e o artilheiro Nonato, de 36 anos.
Outro trunfo do Azulão do Vale é o acanhado estádio Valdeir José de Oliveira, onde o clube costuma conquistar a maioria dos pontos em disputa. Vencer as partidas em casa é a primeira tarefa para se manter entre os quatro melhores times da competição.
O Goianésia aposta na sintonia do grupo até mesmo na hora de renovar. Sem o técnico Jorge Saran, que comandou a equipe no ano passado, a diretoria aposta em Romerito, ex-jogador do próprio Azulão. Famoso pela garra dentro de campo, o agora treinador espera usar a amizade e o conhecimento que tem dentro do elenco para manter o grupo sempre motivado.
Wendell Lira já não está mais no Goianésia, mas a base experiente continua com Nonato e cia. (Foto: O Popular)
Enderson foi campeão nas duas vezes que disputou o Goianão e mira o tri (Foto: Benedito Braga/O Popular)
Único participante de todas as edições desde 1962, primeiro ano da era profissional do Campeonato Goiano, o Goiás é também o maior vencedor com 25 títulos, 10 a mais que o rival Vila Nova, o segundo maior campeão do estado. Por falar em título, o torcedor esmeraldino pode ficar confiante pela presença do técnico Enderson Moreira no banco de reservas.
Com Enderson, o Verdão foi campeão nos anos de 2012 e 2013 – em 2012 ainda faturou a Série B. Enderson é uma das principais novidades do clube, que tenta ser mais profissional em todas as áreas a partir de 2016. O segundo mandato do presidente Sérgio Rassi apresentou entre outras novidades o diretor executivo Felipe Ximenes, responsável pela reformulação do elenco.
A missão após o rebaixamento no último Brasileiro não será fácil. A diretoria promoveu verdadeira “limpa” no elenco. Dos contratados em 2015, apenas três tinham ficado no clube. O número caiu ainda mais após as vendas do zagueiro Fred e o atacante Bruno Henrique – restou apenas o volante Patrick. Mais da metade do time titular que inicia a temporada foi contratada em 2016.
Se em 2015 a vaga na semifinal bateu na trave, desta vez o Itumbiara promete um time mais equilibrado na defesa e no ataque para não repetir os erros e finalmente voltar ao mata-mata do Campeonato Goiano. Último clube do interior a conquistar o estadual, em 2008, o Gigante da Fronteira aposta em peças novas para ir mais longe.
Do elenco anterior, o técnico Zé Humberto fez questão de manter apenas o goleiro Rodrigo Calaça e o zagueiro Gladstone. No entanto, outros nomes conhecidos do futebol goiano foram contratados, dentre eles o volante Francesco, o meia Felipe Brisola e o zagueiro Diego Bispo. O grande destaque da equipe, porém, é Léo Gago, ex-Vasco, Grêmio e Palmeiras.
O que a comissão técnica também comemora é o fato de o elenco ter sido montado com antecedência. Conhecida por formatar o time quase sempre de última hora, desta vez a diretoria do Itumbiara se mexeu mais cedo e entregou um plantel já delineado em meados de dezembro. O apoio da população local, identificada com o clube, também costuma ser uma arma tricolor.
Do elenco anterior, o técnico Zé Humberto fez questão de manter apenas o goleiro Rodrigo Calaça e o zagueiro Gladstone. No entanto, outros nomes conhecidos do futebol goiano foram contratados, dentre eles o volante Francesco, o meia Felipe Brisola e o zagueiro Diego Bispo. O grande destaque da equipe, porém, é Léo Gago, ex-Vasco, Grêmio e Palmeiras.
O que a comissão técnica também comemora é o fato de o elenco ter sido montado com antecedência. Conhecida por formatar o time quase sempre de última hora, desta vez a diretoria do Itumbiara se mexeu mais cedo e entregou um plantel já delineado em meados de dezembro. O apoio da população local, identificada com o clube, também costuma ser uma arma tricolor.
Léo Gago com o filho Leozinho: experiente volante é arma do Gigante (Foto: Guilherme Gonçalves/GloboEsporte.com)
Elenco do Trindade, que tem como mascote um buldogue (Foto: Reprodução/TV Anhanguera)
O Trindade de 2016 tem pouco ou quase nada do time que se destacou e foi semifinalista do Campeonato Goiano no ano passado. Esqueça o ataque formado por Conrado e Mateus Paraná e que infernizou as defesas de Atlético-GO, Goiás e cia. em 2015. Com investimento bem inferior, o Tacão tem elenco modesto, assim como as ambições do clube.
Para superar as limitações técnicas e financeiras do clube, o treinador Edson Gaúcho aposta no comprometimento do grupo, que, segundo ele, comprou a ideia apesar das adversidades. Davi Ceará, meia que passou pelo Vila Nova em 2010 e 2011, é o nome mais conhecido do Trindade. Os veteranos Neto Pierin e Juliano também estão no elenco.
Um dos trunfos do Trindade pode ser o acanhado estádio Abrão Manoel da Costa, que sempre dificulta para os adversários e funciona como arma do clube, que tem o mascote mais inusitado entre os clubes goianos: o buldogue, raça de cães oriunda da Inglaterra.
Para superar as limitações técnicas e financeiras do clube, o treinador Edson Gaúcho aposta no comprometimento do grupo, que, segundo ele, comprou a ideia apesar das adversidades. Davi Ceará, meia que passou pelo Vila Nova em 2010 e 2011, é o nome mais conhecido do Trindade. Os veteranos Neto Pierin e Juliano também estão no elenco.
Um dos trunfos do Trindade pode ser o acanhado estádio Abrão Manoel da Costa, que sempre dificulta para os adversários e funciona como arma do clube, que tem o mascote mais inusitado entre os clubes goianos: o buldogue, raça de cães oriunda da Inglaterra.
A simples volta do Vila à elite do futebol goiano já seria grande atração, porém, o clube foi buscar um atacante que está famoso no mundo inteiro. Vencedor do Prêmio Puskás por gol marcado quando ainda defendia o Goianésia, Wendell Lira agora veste a camisa colorada e é sem dúvida uma das grandes atrações do Goianão 2016.
Como o atacante irá se comportar após a badalada rotina de compromissos firmados no mês de janeiro? O técnico Márcio Fernandes já se mostrou preocupado, e o atacante não estará na equipe titular que estreia contra o Goiás, no domingo. Wendell é uma das armas do Tigrão na temporada.
O clube perdeu metade do time titular campeão da Série C do ano passado, mas a diretoria buscou nomes de reposição como os zagueiros Douglas Assis e Gustavo Geladeira, que já tinham atuado no Tigrão. O volante Luiz Fernando, o meia Fernando Neto e o atacante Diego Cardoso são outras apostas. Robton e Frontini lideram o Vila em campo.
Vencedor do Prêmio Puskás, atacante Wendell Lira é uma das atrações do Goianão pelo Vila Nova (Foto: EFE)
REGULAMENTO
A fórmula de disputa será a mesma dos últimos dois anos, mas com alguns ajustes, como a volta das cobranças de pênalti em caso de empate no mata-mata. Não haverá mais vantagem para as equipes que fizerem melhor campanha na primeira fase. Os melhores times terão apenas o direito de decidir em casa. Igualdade em número de pontos e saldo de gols nos confrontos decisivos levará as partidas da semifinal e da grande final para as penalidades.
Por meio de critério técnico, as duas chaves foram definidas de acordo com a classificação geral do último Campeonato Goiano. Goiás, Trindade, Itumbiara, Crac e Anápolis ficam em um grupo. No outro, estão Aparecidense, Goianésia, Atlético-GO, Anapolina e Vila Nova. Nos dois primeiros turnos, equipes do Grupo A jogarão contra os times do Grupo B. No terceiro turno, os confrontos serão dentro da própria chave. Sendo assim, Atlético-GO e Vila Nova se enfrentarão apenas uma vez, enquanto o Goiás jogará contra os rivais duas vezes na primeira fase.
O líder de cada grupo mais os dois melhores classificados no geral irão para a semifinal. Os dois piores na classificação geral serão rebaixados. Aparecidense e Goianésia, os dois melhores times do interior em 2015, já estão garantidos na Série D deste ano para que possam fazer planejamento mais adequado. Estão em jogo as vagas para a edição de 2017 da quarta divisão nacional.
Regra da idade
O regulamento prevê que todos os clubes são obrigados a relacionar, para cada partida, pelo menos quatro jogadores com no máximo 22 anos - nascidos a partir de 1º de janeiro de 1994. É uma regra para incentivar a revelação de talentos. O banco de reservas poderá ter nove atletas.
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