Brasil tenta superar ‘fantasmas’ para sonhar com pódio

Um hiato de 36 anos separa a Seleção Brasileira masculina de basquete de um pódio na Copa do Mundo da modalidade. Em 1978, o Brasil atingiu um terceiro lugar nas Filipinas, com um time treinado por Ary Vidal e o então jovem Oscar Schmidt desequilibrando dentro da quadra. Voltar a conquistar uma medalha é o grande desafio dessa geração de jogadores, que terá como primeiro obstáculo no Mundial da Espanha, a atual campeã europeia, a França, no jogo de estreia, neste sábado, às 13 horas (de Brasília), no Palácio Municipal de Esportes, em Granada.
Para fazer a equipe verde e amarela relembrar os velhos tempos, quando foi campeão do mundo em 1959 e 1963 e bronze em 1978, a Confederação Brasileira de Basquete (CBB) contratou, em 2010, o técnico argentino Rubén Magnano, que comandou a seleção Alviceleste no título do torneio de basquete dos Jogos Olímpicos de Atenas-2004, na Grécia, inclusive vencendo o “Dream Team” dos Estados Unidos nas semifinais.

Divulgação/CBB

Treinado por Ary Vidal e liderado por Oscar Schmidt, o Brasil terminou com o bronze no Mundial de 1978, nas Filipinas

No entanto, os resultados ainda não são satisfatórios. Em 2010, a Seleção caiu diante da Argentina nas oitavas de final do Mundial da Turquia e ficou com a prata na Copa América de 2011, perdendo novamente para os hermanos. Um ano depois, nas Olimpíadas de Londres, nova derrota para o rival sul-americano, desta vez nas quartas de final.

AFP

No Mundial de 2010, o time verde e amarelo caiu diante da Argentina nas oitavas de final

Uma campanha vexatória na Copa América de 2013 – quatro derrotas em quatro partidas – na Venezuela, fez com que o Brasil não garantisse vaga na Copa do Mundo da Espanha. A classificação do time brasileiro só veio graças a um convite da Federação Internacional de Basquete (Fiba). Assim, o Brasil mantém a tradição de estar presente em todos os mundiais disputados.

Divulgação/NBA

O pivô Tiago Splitter (à esquerda) é a maior esperança do Brasil no Mundial. Ele é o único brasileiro campeão da NBA

Mesmo assim, a esperança de um bom resultado é grande, já que a Seleção nunca contou com tantos jogadores da NBA. São sete no total: Tiago Splitter (San Antonio Spurs), Nenê Hilário (Washington Wizards), Anderson Varejão (Cleveland Cavaliers), Leandrinho (está para ser confirmado no Golden State Warrios). Outros destaques da equipe são o pivô Rafael Hettsheimeir (Bauru) e os armadores Raulzinho (Gipuzkoa Basket/Espanha) e Marcelinho Huertas (Barcelona/Espanha).

Divulgação/CBB

A Seleção Brasileira conta com sete jogadores da NBA e são eles a grande esperança do pódio na Espanha

Fantasmas
Posto isso, caso queira angariar um lugar no pódio, a Seleção Brasileira muito provavelmente terá de lidar com o seu maior “fantasma”: a Argentina. Por conta dos cruzamentos entre os grupos A (do Brasil) e B (da Argentina), os brasileiros poderão cruzar com os hermanos nas oitavas ou quartas de final. Outros duros embates possíveis são contra Grécia e Croácia, equipes tradicionais no cenário mundial do basquete.

AFP

Nas Olimpíadas de 2012, em Londres, nova derrota para os hermanos, desta vez nas quartas de final

Outro “fantasma” a ser confrontado, desta vez mais interno, pelos comandados de Magnano é a instabilidade durante os jogos. Em partidas amistosas e preparatórias para o Mundial, o Brasil apresentou muitos altos e baixos, especialmente contra os Estados Unidos, em Chicago, e diante da Lituânia e Eslovênia, em Ljiubljana (ESL). Na primeira ocasião, os brasileiros foram para o último quarto com apenas cinco pontos de desvantagem, porém um “apagão” tomou conta do time, que foi engolido pelo “Dream Team” nos minutos finais. Já frente à equipe do leste europeu, Tiago Splitter e companhia abriram 17 pontos de vantagem, mas levaram a virada no apagar das luzes. Contra os eslovenos, o Brasil abriu novamente boa vantagem no placar, sofreu a virada, que só foi evitada por uma cesta no último segundo de Anderson Varejão. Os brasileiros venceriam aquela partida na prorrogação.
Favoritos
Estados Unidos e Espanha começam o mundial como os dois principais favoritos, mesmo que a seleção do “Tio Sam” não esteja levando alguns astros, como LeBron James, Chris Paul, Carmelo Anthony, Kevin Love e Kevin Durant. No entanto, o técnico do “Dream Team”, Mike Krzyzewski, conta com os ótimos Anthony Davis, James Harden, Kenneth Faried e Derrick Rose, entre outros. Já os espanhóis, liderados pelos irmãos Paul e Marc Gasol, contarão com o apoio massivo de sua torcida para desbancar os norte-americanos.

AFP

O time do "Tio Sam" é o maior favorito ao título mundial. Derrick Rose, Anthony Davis e James Harden lideram a equipe

Além de Brasil e Argentina, outras seleções podem surpreender, como os europeus da França – não terá o armador Tony Parker – Croácia, Lituânia, Grécia, Sérvia e Eslovênia, que apresentam um bom basquete, especialmente atrás da linha dos três pontos.
Confira as datas e horários dos Jogos do Brasil pelo grupo A, sediado em Granada:
Brasil x França – sábado (30/08) – 13 horas (de Brasília)
Brasil x Irã – domingo (31/08) – 13 horas (de Brasília)
Brasil x Espanha – segunda-feira (01/09) – 17 horas (de Brasília)
Brasil x Sérvia – quarta-feira (03/09) – 13 horas (de Brasília)
Brasil x Egisto – quinta-feira (04/09) – 10h30 (de Brasília)
Veja como os outros grupos são compostos:
Grupo B
Argentina
Grécia
Croácia
Porto Rico
Senegal
Filipinas
Grupo C
Estados Unidos
República Dominicana
Finlândia
Turquia
Nova Zelândia
Ucrânia
Grupo D
Lituânia
Angola
Coreia do Sul
Eslovênia
México
Austrália