Retrospectiva: Montanha-russa de emoções marca o ano dos paranaenses

O ano de 2013 começou com uma série de desafios para os três principais times paranaenses. O Coritiba precisava manter sua hegemonia estadual e ir além após duas temporadas batendo na trave na busca pela Libertadores. O Atlético Paranaense retornava da Série B do Campeonato Brasileiro e era uma incógnita. Já o Paraná Clube, após um ano marcado por dificuldades financeiras e até mesmo greve de jogadores, buscava se reencontrar nos cenários local e nacional.
O primeiro a alcançar algum êxito foi o Coxa. O tetracampeonato estadual não veio com a mesma facilidade da edição anterior, quando passeou em campo, mas marcou o retorno do meia Alex aos gramados brasileiros e seu primeiro título atuando pelo clube do coração, além da consolidação do trabalho do técnico Marquinhos Santos. A final foi disputada diante da equipe sub-23 do Furacão, que mesmo com menos experiência, conseguiu deixar para trás a sensação da competição, o Londrina, e disputar o título com o comando de Arthur Bernardes.
Enquanto isso, o time principal do Rubro-Negro, comandando por Ricardo Drubscky, seguia em pré-temporada, sem receber muitos reforços, e deixando os adversários curiosos com seu desempenho, que, aliás, não foi nada promissor no inicio do Brasileirão, além da demora em engrenar na Copa do Brasil. O Paraná Clube, por sua vez, fez campanha mediana no Estadual, foi eliminado na Copa do Brasil para o São Bernardo e viu a queda de Toninho Cecílio. A solução foi trazer o emergente Dado Cavalcanti, que conseguiu dar sua cara ao time, que lutou entre os líderes da Série B na busca pelo acesso.
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A briga entre torcedores de Atlético-PR e Vasco na Arena Joinville rendeu perdas de mando aos dois clubes
A Copa das Confederações, que deu uma parada no calendário brasileiro, foi o divisor de águas para as três equipes, marcando uma verdadeira montanha-russa de emoções. Líder do Campeonato Brasileiro, o Coritiba tinha como principal preocupação recuperar atletas lesionados que lotavam o departamento médico. Já o Tricolor da Vila seguia com problemas nos bastidores, com atrasos salariais, embora a torcida estivesse comparecendo, acreditando no acesso do time, que correspondia. O Atlético, por sua vez, tentava sair da crise, temendo ser novamente rebaixado. E logo após o retorno, a decisão que mudaria os rumos da equipe: saía Drubscky para a entrada de Vágner Mancini.

Com um treinador que falava a língua dos jogadores, mudança tática, mais agressiva, e a recuperação daqueles que estavam sem espaço, como o zagueiro Luiz Alberto e o meia Paulo Baier, a surpreendente ascensão tomou forma e em pouco mais de um mês e meio deixou o Furacão na luta pelo título e pela vaga na Libertadores. Na Copa do Brasil, adversários ficavam para trás e, de zebra, o Rubro-Negro passou a pintar como favorito, situação que ficou evidente na semifinal após eliminar o Grêmio.
Subida para um, queda vertiginosa para os outros dois. De líder, o Coritiba caía na tabela a cada derrota, com apresentações pífias e mais jogadores lesionados ou suspensos. Sobrou para Marquinhos Santos, que caiu após a eliminação na Copa Sul-americana para o desconhecido Itagüí, da Colômbia. Péricles Chamusca foi chamado, mas a aventura durou pouco, cabendo ao ex-jogador Tcheco a tarefa de comandar a equipe nas três últimas rodadas, que afastaram o risco de rebaixamento. Já o Paraná, que chegou a abrir oito pontos de vantagem no G-4 da Série B, viu suas chances ruírem até não ter mais nenhuma possibilidade de acesso faltando três rodadas para o final da competição em um final melancólico de temporada.
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O meia Alex retornou ao futebol brasileiro no início deste ano, após atuar por dez anos pelo Fanerbahçe-TUR
Com o título antecipado do Cruzeiro, ao Furacão sobrou lutar pela vaga na Libertadores da América, que veio na última rodada em uma partida marcada pela selvageria entre torcedores do time e do Vasco da Gama, na Arena Joinville. Pouco mais de uma semana antes, o sonho de terminar o ano com algum título, a inédita Copa do Brasil, naufragou no Maracanã diante do Flamengo. A apatia da equipe irritou a diretoria e pode ter decretado naquele momento o fim do casamento do time com o maestro Paulo Baier, que não teve seu vínculo estendido para 2014.

E por falar em craque, o ídolo da torcida coxa-branca também balançou no Alto da Glória. Insatisfeito com o planejamento do time e com declarações do presidente Vilson Ribeiro de Andrade, Alex ameaçou deixar o clube e aceitar uma proposta do Palmeiras. Porém, após uma conversa com a diretoria e com o novo técnico, Dado Cavalcanti, que deixou o Paraná Clube, a decisão foi pela permanência. O final de ano ainda teve a surpreendente chegada do ex-jogador Adriano ao Atlético, se apresentando para a recuperação física em pleno mês de dezembro para tentar retomar sua carreira na Baixada, e a contratação do desconhecido Milton Mendes como técnico do Paraná. Ingredientes que prometem para 2014 ainda mais desafios para manter o equilíbrio no sobe e desce do imponderável futebol brasileiro.
Reprodução/Twitter
Sem jogar desde 2012, quando rescindiu o contrato com o Corinthians, Adriano quer retornar aos gramados

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