Análise: Botafogo faz vergonha no Carioca, expõe fragilidades e liga sinal de alerta em 2019
Irregular e ainda em formação, Alvinegro demorou a acordar no estadual, cuja fórmula é feita para forçar fase final entre os quatro grandes
O Botafogo ainda não engrenou na temporada 2019, isso é um fato. Mas ainda assim tinha a obrigação de chegar ao menos na fase final do Campeonato Carioca, competição cujo regulamento é feito para levar os quatro grandes clubes da cidade à semifinal geral. Pior: não só foi eliminado de forma melancólica, como ainda terminou na modesta 8ª posição.
Botafogo no Estadual 2019:
- 11 jogos
- 13 pontos
- 3 vitórias
- 4 empates
- 4 derrotas
- 15 gols pró
- 13 gols contra
- 39,4% de aproveitamento
Foram apenas 13 pontos ganhos em 11 jogos, menos de 40% de aproveitamento. O Bangu conquistou 15 pontos apenas na Taça Rio. Ou seja: mais que o Botafogo em todo o estadual.
O Botafogo não venceu clássico algum e acumulou cinco tropeços diante de clubes de menor investimento, com direito a derrotas para Cabofriense, Resende e Volta Redonda. O adeus representou bem a campanha: empate diante do Americano, um dos dois clubes que vão disputar a seletiva contra o rebaixamento.
- Iniciamos um planejamento focados nas três competições. Tínhamos que dar atenção maior às duas copas, conseguimos nosso objetivo nelas, mas não justifica não termos chegado à fase decisiva do Campeonato Carioca. Tínhamos que estar entre os quatro, a ausência de jogadores importantes não pode servir de desculpa para a gente.
''É lógico que a gente fica chateado, o grupo está muito chateado. Se não foi para classificar, que sirva de lição para futuras competições e que a gente reflita cada vez mais sobre aquilo que temos rendido e do que podemos render''.
Como o próprio Zé citou, a eliminação acende um alerta para o restante da temporada. Até mesmo as classificações nas Copas não foram totalmente convincentes. Contra o Cuiabá, o Botafogo levou sufoco quando o jogo ainda estava 1 a 0 e viu o modesto rival perder duas chances claras na pequena área. Já as vitórias contra o Defensa y Justicia se deram diante de um adversário que estava focado na disputa do título argentino e poupando jogadores.
Ao menos, naquele momento, o Botafogo fez o seu papel e avançou de fase tanto na Copa do Brasil quanto na Sul-Americana. Já no Carioca, faltou futebol.
Alerta ligado
Passados três meses da temporada, o treinador ainda busca uma identidade. Reformulação no elenco à parte, o Botafogo não encontrou a forma mais eficiente de jogar com as novas peças. Falta, sobretudo, criatividade no meio-campo e mais compactação entre as linhas. Os erros se repetiram contra o Americano.
- Repetimos erros básicos, principalmente a questão de finalizar o nosso ataque, o que oportunizou para o Americano lances de contra-ataque, e a gente falhou nas transições defensivas. Uma decepção, porque tínhamos que, pelo menos, fazer nossa parte - frisou Zé.
Além de ficar fora da fase decisiva, o Botafogo ainda terminou o Carioca atrás de Bangu, Volta Redonda, Cabofriense e Boavista.
Apesar do fracasso na luta pelo bicampeonato, algumas peças se destacaram e deixaram a esperança de dias melhores no segundo semestre. Casos de Gabriel, Jonathan, Alex Santana, Erik e Ferrareis. Sem falar em Diego Souza, a principal contratação da temporada, que ainda precisa de tempo para se entrosar e render o que pode.
Eliminado precocemente do estadual, o Alvinegro tem apenas dois compromissos marcados nos próximos 30 dias: contra o Juventude, dias 4 e 11, pela terceira fase da Copa do Brasil. E pode, no máximo, fazer cinco jogos em abril. Tempo suficiente para colocar o time nos trilhos antes que seja tarde demais.
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