Vanderlei ganha homenagem por dez anos de bronze olímpico e chora


O brasileiro Vanderlei Cordeiro de Lima conquistou a medalha de bronze na maratona dos Jogos Olímpicos de Atenas no dia 29 de agosto de 2004. Na véspera do 10º aniversário do feito, ele foi homenageado por sua antiga equipe, da qual ainda é padrinho, e chorou.
Na sede da BM&FBOVESPA, Vanderlei recebeu uma placa das mãos de Edemir Pinto, presidente da instituição que patrocina a equipe. Sérgio Coutinho, diretor técnico, e Ricardo D’Angelo, ex-treinador, acompanharam a homenagem.
Então líder da maratona olímpica, Vanderlei Cordeiro de Lima foi atrapalhado pelo padre irlandês Cornelius Horan na altura do 36º quilômetro e terminou no terceiro posto. Por seu comportamento diante do incidente, recebeu do Comitê Olímpico Internacional (COI) a rara medalha Pierre de Coubertin.
Depois de ouvir discursos elogiosos de Edemir Pinto, Sérgio Coutinho e Ricardo D’Angelo, Vanderlei tomou a palavra. Com suas principais medalhas expostas, o ex-fundista não conteve a emoção ao recordar o início de carreira e precisou parar algumas vezes.
“Eu comecei a competir em 1985, inspirado pelo ouro conquistado pelo Joaquim Cruz nas Olimpíadas de 1984 (800m). Não tinha nem televisão em casa, acompanhei pelo aparelho dos vizinhos”, lembrou, emocionado. “Prometi não chorar mais nas entrevistas”, sorriu.
Fernando Dantas/Gazeta Press
O ex-fundista Vanderlei Cordeiro de Lima não conteve a emoção ao lembrar o início da carreira de atleta
Com a voz embargada, Vanderlei precisou interromper o próprio discurso novamente. Enquanto tomava fôlego, ele enxugou as lágrimas e bebeu um gole d’água. “Desculpem, isso tudo é muito importante para mim. Eu não tinha nada quando comecei, mas a vontade de vencer na vida era muito grande”, declarou.
De origem humilde, Vanderlei começou a praticar o atletismo com a finalidade de conhecer outras cidades, já que não tinha condições financeiras “nem para visitar os parentes”. Para participar dos Jogos Olímpicos de Atenas 2004, algo que ele nunca imaginou, precisou superar um imprevisto.
“Pouca gente sabe disso, mas sofri um acidente de moto em janeiro. Eu ainda não estava classificado para as Olimpíadas e tentaria a vaga em abril. Quase joguei a toalha, mas tive muito apoio do meu treinador. Nossa conquista começou nesse momento”, recordou Vanderlei.
O fundista chegou a quebrar a clavícula no acidente, mas, amparado por Ricardo D’Angelo, conseguiu se recuperar rapidamente e garantiu presença em Atenas ao vencer a Maratona de Hamburgo. Apesar das dores no braço esquerdo e do padre irlandês, Vanderlei Cordeiro de Lima, há 10 anos, conseguiu o melhor resultado de um brasileiro em maratonas olímpicas.

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