Vinícius Júnior e um dos “pecados capitais” do Futebol

Foto: Gilvan de Souza/CRF
Forca (com “C”) ao Vinícius Júnior! Cadeira elétrica pra ele! Injeção letal, já! Prisão perpétua, ao menos! Que vá para o inferno, moleque inconsequente!
Como o atacante do Flamengo ousou comemorar seu golaço no clássico decisivo contra o Botafogo fazendo aquele gesto condenável do chororô? Um absurdo! Poderia ter desencadeado uma guerra. Esse irresponsável deveria ser banido da face da Terra. Rasgou o manual da ética que anda imperando por essas bandas.
Em retaliação, o clube da estrela solitária, magoadinho, não alugará seu estádio, o Nilton Santos, para a final da Taça Guanabara entre o rival da Gávea e o nanico Boa Vista. O Maracanã está descartado, será palco de shows musicais, e a Federação de Futebol do Rio de Janeiro entrou nesta dividida. Apelou, em nota, para a sensibilidade do time de General Severiano. Pediu, quase implorou, para que o Bota não se apequene diante da atitude irreverente de um jovem atleta, e repense o caso.
No presente, a “vítima” é o Fogão. No passado foi o Mengo? No futuro será Corinthians, Palmeiras ou Tricolor? Tanto faz. Tudo farinha do mesmo saco. São produtos da mesma hipocrisia, da mesma intolerância.
Quanto MIMIMI minha gente brasileira!!! Quanta caretice, babaquice, idiotice. Bando de chatos!!! Será que vocês nunca jogaram bola? Será que vocês nunca explodiram de emoção numa arquibancada? Será que vocês estão falando do mesmo jogo que eu?
Querem transformar o maravilhoso e espontâneo Futebol num evento de cartas marcadas, ensaiado e ainda mais politicamente correto do que está? Não basta a copiada, protocolar e brega entrada em campo das equipes, um dos “padrões” atuais que eu jogaria na lata do lixo. Pior são as críticas aos que não driblam em direção ao gol, como se isso fosse um outro “pecado capital” dos tempos modernos da bola; ou aos que celebram o tento tirando sarro, a camisa, desabafando, imitando ou sei lá o quê.
Alguém se lembra do Serginho pagando aposta pro Luis Pereira depois de perder um Choque-Rei, pelo São Paulo, contra o Palmeiras, em 1982? Em pleno gramado do Morumbi, com torcida e imprensa presentes, logo após ao apito final, Chulapa pegou a camisa verde do zagueirão, vestiu o manto alheio e deu uma volta olímpica!!! Hoje, os dois, imagino, seriam fuzilados.
Onde erramos? Quando perdemos a alegria, a inocência, a essência? Por causa do profissionalismo é que não foi. É só olhar para o nosso pobre Futebol Brasileiro. Pobre de grana, espírito, técnica, análise, graça – pobre no geral. Somos ricos sim, em canalhice, corrupção, violência, polêmicas baratas e demagogia.
Ainda veremos o autor de um gol, em vez de comemorá-lo livremente, como fazemos nos campinhos da vida, pedir desculpas à torcida adversária, para não ser punido com um cartão amarelo, quiçá vermelho, ou para não ser massacrado pelo sistema e pela opinião pública.

Não é só saudosismo de minha parte. É revolta e tristeza. Então, uma banana aos bananas!!!

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