Após gestão centralizadora, São Paulo terá Aidar ou Kalil no poder

O próximo presidente do São Paulo, além de levar três letras no lado esquerdo da camisa social, não será centralizador como foi Juvenal Juvêncio em seus oito anos de gestão. Essa é a promessa dos advogados Carlos Miguel Aidar, candidato da situação, e Kalil Rocha Abdalla, nome que concorre pela oposição, na eleição marcada para 19 horas (de Brasília) desta quarta-feira, no Morumbi.
"Eu delego. Eu sempre fui assim", compara Aidar, que, como todo advogado de destaque, delega a um alfaiate de confiança a missão de criar suas roupas e nelas bordar CMA, iniciais de seu nome. "Mas cobro, vejo o que está sendo feito. Cobro resultados. Trabalho com plano de metas. Você faz o diagnóstico, traça o perfil, fecha o orçamento e executa. Se eu disponibilizar uma verba de um milhão na parte social, sei que vou dar".
Kalil, igualmente dono de escritório de advocacia - e de camisas com as iniciais (KRA) acima do peito -, não é diferente nesse sentido. "Eu vou fazer uma gestão transparente e vou delegar poderes para todo o mundo. Por isso é que posso ter diversas atuações em diversos campos. Lá (no São Paulo), será delegado. Não serei centrista (sic) como é o Juvenal", promete aquele que foi diretor jurídico de Juvenal até a metade do ano passado e deixou a diretoria depois de bater boca com o presidente e ser convidado a liderar a ala adversária.
Sergio Barzaghi/Gazeta Press
Primeira semelhança entre os candidatos é que são advogados e levam as três iniciais do nome na camisa social
Juvenal não discorda do adjetivo, desde que lembrem que, mesmo assim, foi o presidente do tricampeonato brasileiro (2006, 2007 e 2008) e da Copa Sul-americana de 2012, além do Campeonato Paulista de 1989, em seu primeiro mandato. O último a chamá-lo de centralizador foi o goleiro Rogério Ceni, capitão do time e ídolo da torcida, há duas semanas. "Fui ver os jornais no dia seguinte, não encontrei uma linha quando ele falou que o Juvenal Juvêncio é centralizador, sim, mas é realizador", comentou, em 5 de março, na eleição do Conselho Deliberativo.
Eleição em que a situação, de chapa amarela, abriu vantagem considerável, fazendo 49 dos 80 novos conselheiros. As 18 cadeiras a mais na prévia levaram Aidar a cantar vitória antecipada no pleito decisivo desta quarta-feira, quando 155 conselheiros vitalícios se juntarão aos recém-eleitos para definir o presidente pelos próximos três anos. O número de conselheiros, porém, não deve totalizar 235, uma vez que alguns vitalícios não possuem condição de saúde para se deslocarem até o Morumbi.
Há, ainda, outro motivo para esvaziar o salão nobre do estádio. A votação do projeto de reforma do Morumbi foi convocada para o mesmo dia e deve fazer com que conselheiros da oposição não entrem no plenário. Há, dentro do grupo de Kalil, quem cogite não se apresentar, a fim de que não haja quórum suficiente para abrir votação do tema – conforme o estatuto, é necessário o mínimo de 75% do Conselho. A contrapartida é que, neste caso, a oposição perderia votos, tendo em conta que a lista de presença será uma só.
Neste clima de diferenças e semelhanças, a certeza é que o próximo mandatário (a tomar posse instantânea, após eleição comandada pelo novo presidente do Conselho, que será votado antes e deverá ser Carlos Augusto de Barros e Silva, o Leco) promoverá mudanças. Tanto no futebol, carro-chefe do clube que não conquista um grande título desde o brasileiro de 2008, quanto na parte social, em que há críticas especialmente pelas inundações nos períodos de forte chuva da cidade.

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