Alçapão, tradição e mesmo ídolo: quem é o Nacional-URU, o rival do Bota nas oitavas?
Próximo adversário do Alvinegro na Libertadores é tricampeão do torneio, tem idolatria por Loco Abreu, um elenco cheio de garotos, estádio acanhado e 69,4% de aproveitamento na temporada
Que o Botafogo, exterminador de campeões desta edição da Libertadores, vai ter mais um conquistador da América do Sul pela frente todos já sabem. Mas a quantas anda o Nacional, do Uruguai, dono de três títulos (em 1971, 1980 e 1988) e três vice-campeonatos (em 1964, 1967 e 1969)? O GloboEsporte.com apresenta um pouco mais do próximo adversário do Alvinegro no dia 4, 5 ou 6 de julho.
- Tradição: além do tricampeonato e de ter disputado seis finais de Libertadores ao todo, o Nacional-URU é o recordista de participações no torneio – empatado com o também uruguaio Peñarol – estando em 44 edições, sendo a 21ª consecutiva – a última vez em que não competiram foi em 1996. Com 364 jogos, é ainda a equipe que mais jogou na história da competição. No ano passado, chegou às quartas de final e só caiu diante do Boca Juniors, da Argentina, nos pênaltis após dois empates por 1 a 1.
- Momento: o Nacional-URU passou sufoco na Libertadores e pegou a última vaga das oitavas de final, classificando como o pior segundo colocado com 8 pontos no Grupo 7, que teve ainda o Lanús, da Argentina, o Zulia, da Venezuela, e a Chapecoense. Mas os números na temporada são bons: 69,4% de aproveitamento, com 15 vitórias, cinco empates e só quatro derrotas em 24 partidas – rendimento bem acima do Botafogo, por exemplo, que soma 54,9% em 34 jogos. No Campeonato Uruguaio, bateu na trave no Apertura e perdeu o título para o Defensor por um ponto. No "Torneio Intermédio", disputado atualmente, é vice-líder do Grupo B com sete pontos, dois a menos que o Racing após três jogos.
- Time: assim como o Botafogo, o Nacional-URU não tem grandes estrelas, aposta no conjunto e conta com vários jovens no seu elenco principal: os defensores Agustín Rogel (19 anos), Guzmán Corujo (20) e Matías Viña (19); o meia Felipe Carballo (20); e os atacantes Kevin Ramírez (23), Diego Coelho (22), Facundo Labandeira (21) e Rodrigo Aguirre (22). Este último que é o artilheiro da equipe com nove gols em 19 partidas. Com um plantel quase 100% uruguaio – as exceções são o goleiro Luis Mejía, do Panamá, e o lateral-direito Sérgio Otálvaro. O time joga tanto no tradicional 4-4-2 como no 4-5-1, adotado nos últimos duelos.
- Treinador: o uruguaio Martín Lasarte, de 56 anos, é o comandante da equipe desde junho da temporada passada, quando retornou ao clube após uma primeira passagem vitoriosa entre 2005 e 2006. Nesse meio tempo, passou por Millonarios-COL, Danubio-URU, Universidad de Chile, Universidad Católica-CHI e Real Sociedad-ESP. Sua ligação com o Nacional-URU é muito forte desde os tempos em que era jogador e, como zagueiro, foi campeão da Libertadores em 1988 sobre o Newell's Old Boys, da Argentina.
- Estádio: o Nacional-URU tem como casa tradicional o Estádio Centenário de Montevidéu, mas tem mandado seus jogos em outro lar ultimamente: o Parque Central. Mais antigo, ele foi inaugurado em 1900 e recebeu seis jogos da primeira edição da Copa do Mundo, tendo no local uma galeria de fotos daquele Mundial de 1930. Acanhado, com capacidade para 30 mil pessoas aproximadamente, ele tem características de alçapão pela proximidade das arquibancadas laterais com o campo – algo em torno de 1m segunudo relatos. A torcida encheu o estádio nos jogos da Libertadores, embora o time tenha decepcionado em casa.
- Ídolo: outra semelhança com o Botafogo é um ídolo em comum. O atacante uruguaio Loco Abreu foi multicampeão pelo Nacional-URU. Em duas passagens pela equipe, marcou 45 gols em 70 jogos e colecionou títulos nacionais. Também teve passagem marcante no Botafogo entre 2010 e 2012, com direito à conquista do Carioca com gol de pênalti de cavadinha sobre o Flamengo na final. Hoje com 40 anos e no Central Español, da Segunda Divisão de seu país.
- Logística: esse talvez foi o fator mais comemorado pela diretoria do Botafogo. Com facilidade de acesso ao Uruguai, há voos diretos de diversos estados do Brasil para Montevidéu, com tempo média de três horas de viagem. Para os torcedores do Rio de Janeiro, também é possível ir de carro ou ônibus (com escala em Porto Alegre). A distância é de aproximadamente 2.360km, o que equivale a mais ou menos 30 horas de trajeto.
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