Veja as consequências da independência da Catalunha para o futebol
O parlamento catalão anunciou nesta sexta-feira a independência da Catalunha, que agora passa a ser considerada como uma República. Após a realização de uma votação, os parlamentares acabaram confirmando a separação da Espanha, uma vez que foram contabilizados 70 votos a favor do movimento separatista, dez votos contra e outros dois votos em branco. Agora, muitos questionamentos começam a surgir, e um deles é a condição futura do Barcelona e outros clubes catalães nas competições espanholas e também internacionais.
Depois de protestos e até mesmo o referendo abafados pela repressão policial espanhola, o povo catalão não se intimidou e seguiu firme na luta pela independência da região. Tida como uma das áreas mais rentáveis à Espanha, Barcelona e seus arredores já lutam há tempo por sua independência, entretanto, a força econômica do território é uma das principais razões pelas quais o governo espanhol teima em manter a Catalunha sob sua “posse”.
Com a forte tensão política na Espanha, o esporte local também deverá ser afetado com as inúmeras futuras modificações, caso o governo espanhol aceite a declaração de independência, o que parece improvável, clubes como o Barcelona, a princípio, seguirão disputando o Campeonato Espanhol, uma vez que a Fifa precisa reconhecer a idoneidade da Federação Catalã, processo que pode levar até seis anos.
Já em âmbito internacional, o Barça pode sofrer algumas complicações. A Uefa, entidade responsável por organizar a Liga dos Campeões e os demais campeonatos europeus, também precisa reconhecer a Federação Catalã para que ela possa ser convidada a disputar os torneios continentais. Apesar de todo o processo requerido, a força comercial e esportiva do Barcelona pode fazer com que os futuros obstáculos dos clubes catalães diminuam.
Nesta sexta-feira, após o resultado da votação parlamentar, o presidente da Catalunha, Carles Puigdemont, fez questão de discursar, comemorando a independência da região.
“Quero dirigir umas palavras do coração, da razão e da legitimidade para contribuir com a grandeza do momento. Demos um passo por aquilo que lutamos muito para validar um pedido das urnas. Cidadãos da Catalunha, haverá horas em que todos teremos que manter o pulso deste país, desde a paz. São as instituições e as pessoas que, em conjunto, constroem o povo e a sociedade. Por esta razão, você pode representar essa solidariedade entre instituições e cidadania”, disse Puigdemont.
Apesar de milhares de catalães irem às ruas comemorar o resultado da votação parlamentar, o senado espanhol aprovou o artigo 155, que permite a intervenção do governo do país na região da Catalunha. O primeiro-ministro Mariano Rajoy considera a movimento separatista catalão como um processo “antidemocrático” e justamente por isso pretende agir contra a decisão, da mesma maneira que fez no dia do referendo, quando fez uso de grande contingente policial para tentar anular a votação dos cidadãos.
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